CAPÍTULO 42 - Lembre-se

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PERCY JACKSON.

O FILHO DE NETUNO — PARTE ÚNICA.

ARREDORES DE PORTLAND.

A ÚNICA COISA DE QUE ME LEMBRAVA ERA DELA. LEMBRAVA QUE A AMAVA. Mais do que tudo, eu a amava. O rosto dela foi quem me vez continuar e aceitar sair em missão com Hazel e Frank. Um rosto que era tão bonito que fazia meu peito arder em saudades e anseio para vê-la. Os cabelos negros e ondulados com uma mecha branca, havia uma pequena cicatriz em sua bochecha — o que só a deixava ainda mais bonita. O nariz pequeno e arrebitado tinha pequenos sardas no rosto mortalmente pálido e os olhos... Os olhos dela eram os que mais amava — um deles era parecido com os de Hazel. O olho direito era de ouro puro e líquido. Porém, de alguma forma, o olho de ouro dela era ainda mais intenso do que os de Hazel, como se fosse da cor do próprio sol. O olho esquerdo era negro como a mais profunda escuridão — poderia ficar cego só de encarar os olhos delas, eram intensos e hipnotizantes demais. E ainda assim iria agradecer por ter podido observar tal maravilha — por ter observado como era tão bonita e encantadora. Me lembro do gosto dos lábios macios e frios dela — como ela me beijava e me dava um pequeno tapinha em meu ombro quando dizia algo idiota (deuses, ela devia me beijar e me bater muito). Me lembro do som da risada dela, do corpo pequeno e macio, de como passei minhas mãos por sua pele gelada.

A única memória da minha vida de que não me foi roubada era o rosto de Caterine.

Me recordo de poucos dias quando cheguei ao Acampamento Júpiter — tudo o que tinha era uma camiseta laranja surrada, um cordão com contas de argilas estranhas que eram decoradas com símbolos diferentes. Tinha um outro colar que estava comigo, este que não quis deixá-lo no acampamento quando sai em missão para libertar Tânatos. Era um colar diferente, as correntes eram de ouro e tinha uma pedra de ônix que parecia refletir as estrelas do céu — de alguma forma, sabia que este colar pertencia a Caterine.

Tinha que devolver para ela, nas mãos dela.

Tenho medo de partilhar minha única lembrança clara: o rosto de Caterine, seus cabelos de ondas negras, a maneira como ela sorria com ironia e me provocava sempre que podia, me abraçava e me beijava. Não estou disposto a perder Caterine — minha única lembrança de uma vida que parecia distante.

Pelo menos, não queria contar de Caterine para Reyna. Contei sobre o que me lembrava para Hazel e Frank, eles eram meus amigos.

Os romanos... sabiam sobre ela. O rosto de Caterine estava em um quadro na principia em que Reyna me interrogou. Ela estava menor, era uma criança na pintura e estava com sete outras pessoas das quais não reconheci. Porém, os olhos de Caterine eram fácies de reconhecer — não havia ninguém com os olhos dela. Foi assim que descobri o sobrenome dela: Chernyy.

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