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CATERINE NATALIE CHERNYY.
DESLIZEI PELA NEVE MUITO RAPIDAMENTE E DESCONTROLADA, MEU CORPO ROLANDO AGRESSIVAMENTE NO CHÃO NO MOMENTO EM QUE SAÍ da minha segunda viagem nas sombras. Tento parar de deslizar utilizando minhas mãos, mas só o que consigo é deixá-las em carne viva. Finalmente, meu corpo bate com tudo contra um metal, causando um som alto de batida — solto um gemido de dor, minha visão com pequenos pontos pretos dançantes no meio da branquidão da neve fofa e suja. Com um pouco de dificuldade, consigo me levantar e giro meu olhar para analisar ao meu redor: uma doca industrial enferrujada cercada com água à poucos metros, o cheiro podre de peixe invade minhas narinas e segurei a ânsia de vômito. No entanto, meus olhos se cravam no letreiro velho e degastado pelo tempo, a escrita russa fluído desengonçada e muito mal escrita, mas que consigo entender perfeitamente, pois, na minha infância já observei esse mesmo letreiro muito mais novo e recém colocado. "Промышленный порт Мурманского порта: рыбалка, охота на морских животных и текстильные материалы". Em uma tradução livre, significa: "Doca Industrial do Porto de Murmansk: pescaria, caça à animais marinhos e materiais têxtil".
Uma careta rasgou meu rosto rachado pelo frio severo com o fato de que os mortais russos matavam e vendiam animais marinhos. Perseu não iria gostar nada desse lugar quando souber que o comércio local de Murmansk era a caça e destruição do reino de Poseidon.
Ao longe, escuto o chiar estrondoso de um trem. Olho para trás, sorrindo levemente para a velha linha ferroviária da cidade que ligava para São Petersburgo — os trilhos livres da neve, homens conversando animadamente enquanto corriam para longe do trem em alta velocidade que passavam por eles. O metal vermelho arruinado pelo tempo, já que esta ferrovia foi construída durante o período da Primeira Guerra Mundial — o governo czarista russo foi quem construiu o Porto de Murmansk e a ferrovia, sendo fundada com o nome de "Romanov-on-Murman".
Suspiro, meu hálito em fumaça recaí sobre a noite congelante — ou seria dia? Não faço ideia. Murmansk estava situada na Península de Kola, um pequeno vilarejo russo ao norte do Círculo Polar Ártico. O inverno era extremamente severo por aqui, deixando um perídio extraordinariamente longe de escuridão da noite — o que era bom, pois, quando era menor sempre conseguia observar com clareza e sem hora para voltar os céus espetaculares das Auroras Boreais e as constelações.
Arrumo minha mochila em minhas costas, fechando meu sobretudo e cruzando meus braços para afastar o frio que estava quebrando minha pouca pele que não estava protegida. Sabia que o verão na Rússia era curto, ameno e com o céu sempre encoberto, mas isso parecia já ter passado por aqui. Era o Círculo Polar Ártico, o mais perto do calor que fazia era cerca de dois graus Celsos. Invoco um pouco das chamas do Mundo Inferior em minhas mãos, somente para deixá-las quentes já que não tenho uma luva — funcionou, meus dedos não pareciam prestes a cair. Começo a andar, meus dentes batendo um contra no outro, uma toca de inverno branca e grossa — que roubei de um cara que tentou me roubar na Bielorrússia — jazia em meus cabelos curtos, protegendo-me do frio, um cachecol estava no meu rosto e pescoço. Também roubei de outro cuzão, eram dois caras numa bicicleta fodida que tentaram me ameaçar com uma faca, mas os dei uma boa surra e fiquei com a bicicleta deles. Idiotas. Pelo menos isso estava protegendo meu rosto de se estilhaçar como vidro, mas ainda posso sentir o vento congelante contra minha pele já fria.
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BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •
FanficCaterine Natalie Chernyy vivia no frio de um vilarejo na antiga União Soviética junto da família composta por pessoas demais, o que acabava que passavam por dificuldades. E apesar de viver na época em que a Segunda Guerra Mundial aniquilava o mundo...