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PERCY JACKSON.
COMO SINTO FALTA DE CATERINE. QUER DIZER, ESTOU COM ELA DESDE O MINUTO EM QUE PULEI ATRÁS DA MINHA MULHER E CAÍ NO TÁRTARO, mas esse lugar... não estava fazendo bem há nenhum de nós dois, principalmente para a filha de Hades. Sentia falta do sorriso amoroso que Caterine sempre me dava nos momentos mais aleatórios. De seus olhinhos belos negro e dourado, brilhantes quando me encaravam e me provocavam. Da forma como Caterine me pedia para beijá-la quando estávamos sozinhos em minha cabine no Argo II, pedindo de novo, e de novo até me cansar de beijá-la. Acontece que nunca ficarei cansado de Caterine e muito menos dos lábios vermelhos e atraentes dela. Mas no Tártaro? Os olhos de duas cores hipnotizantes eram somente preocupação extrema e medo — Caterine estava sempre resmungando baixo em russo consigo mesma, observando a escuridão ao redor com nítido receio. E o único momento em que a preocupação dela evaporou foi quando estávamos no pântano. Sinto saudades do pântano também. Nunca imaginei que sentiria falta de dormi agarrado ao corpo da minha namorada em uma cama de couro de um gigante no interior de uma cabana construída com ossos de drakon em um lugar bem nojento, mas naquele momento isso me era o Elísio. Ainda mais que tinha Caterine de volta somente para mim.
Caterine, Bob e eu avançamos com dificuldade pela escuridão — Sirius e Bob Pequeno nos ombros do titã, encolhidos contra ele como se pedissem proteção. O ar era denso e frio, e ora nós passamos por trechos de rochas afiadas, ora por poças gosmentas. O terreno parecia feito especialmente para que eu jamais pudesse abaixar a guarda. Caterine estava ainda mais tensa que eu, os ombros endurecidos e os dedos brancos pela enorme força que minha vida colocava no punho de sua nova espada de osso de drakon. Mesmo caminhar dois metros era um sacrifício, a filha de Hades reclamava em sussurros como odiava aquelas trevas. Algo que me surpreendeu: Caterine não conseguia enxergar no escuro no Tártaro, e sei que isso incomodava demais a garota. Era a primeira vez que a filha de Hades estava experimentando a cegueira do escuro e ela não havia gostado nenhum pouco.
Comecei a me sentir renovado. Estou com a cabeça limpa de maldições, a barriga cheia de carne seca de drakon da mochila de couro que Damásen nos deu e com Caterine bem ao meu lado. Mas minhas pernas doíam. Todos meus músculos latejavam. Estou com uma túnica improvisado de couro por cima da minha camiseta esfarrapada, porém, isso de nada serviu para me proteger do frio. Pior ainda era ver que Caterine também estava com a túnica de couro, mas a roupa era tão grande nela que estava deixando-a com dificuldade de se locomover com agilidade. Minha namorada também estava com os lábios roxos de frio, o queixo tremendo constantemente e involuntariamente por conta da friagem na escuridão que nos cercava. Minha atenção estava toda concentrada no chão à minha frente. Não existe nada além disso e da minha vida ao meu lado — Caterine seguindo cuidadosamente com o braço colado ao meu, segurando o punho de sua nova espada e erguendo sua túnica, impedindo que tropeçasse nos próprios pés.
Sempre que tenho vontade de desistir, desabar no chão e morrer (o que acontecia em torno de aproximadamente a cada dez minutos), segurava o pulso frio de Caterine Chernyy, apertando meus dedos sobre suas veias e sentindo o vibrar sua pulsação calmante. Eu... não sei, de um tempo para cá comecei a segurar o pulso dela, talvez para sentir que ainda estava viva, ter certeza de que Caterine não tinha me deixado... Era bom e me fazia lembrar de que ainda havia esperança no mundo — Caterine era minha esperança.
Depois da conversa de Caterine com Damásen, fiquei preocupado que minha namorada voltasse e mordesse a canela do gigante. Sério. Caterine era a menor entre nós e ainda assim gritou tão furiosa e com tanta determinação em direção a Damásen que soltei uma risada nervosa. Achei que ela iria atacar o cara e isso me apavorou — um gigante de cinco metros contra minha namorada de um metro e meio, isso não terminaria bem e tenho certeza de que Caterine daria trabalho para Damásen. Achei também que ela iria ficar chateada e soltar algumas lágrimas, mas foi totalmente ao contrário. Caterine ainda bufava de raiva, as mãos tremendo e soltando palavras não muito educadas em relação ao gigante que nos acolheu. E ela não fazia de nada para evitar que eu notasse. Sei que Caterine estava convicta de que precisamos de Damásen para fechar as Portas da Morte e não ter seu desejo realizado a deixou irritada. Não, não foi isso. Foi o modo como Damásen se recusou lutar contra a própria maldição, aceitando seu destino de bom grado. Caterine odiava, acima de tudo, que desistissem. Era uma das coisas que mais amo na minha garota — se ela colocava uma ideia na cabeça, se começasse a formar um plano, Caterine iria fazê-lo. Não importa o que teria que ser feito. Está era uma qualidade e ao mesmo tempo um defeito da filha de Hades, ela não desistia, o que a tornava bem teimosa.
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BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •
FanficCaterine Natalie Chernyy vivia no frio de um vilarejo na antiga União Soviética junto da família composta por pessoas demais, o que acabava que passavam por dificuldades. E apesar de viver na época em que a Segunda Guerra Mundial aniquilava o mundo...