CAPÍTULO 48 - Espuma do mar

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CATERINE NATALIE CHERNYY

OS HABITANTES DA CIDADE DE MURMANSK ESTAVAM inundados demais em sua própria rotina para analisar mais do que uma olhadela para Anastasiya e a garotinha dos cabelos pretos curtos como os de um menino — apesar de adorar esse corte, tenho o sentimento de que não gostei na época pelo motivo de tê-lo. Minha mãe não gostava do meus cabelos ondulados, então o tinha cortado assim para fazê-los ficar lisos.

Era primavera na cidade da antiga União Soviética, a temperatura estava agradavelmente nos oito graus — uma quentura para quem viveu nos mais congelantes do temível General Inverno Russo. Mesmo com pouco idade — tinha feito cinco anos tinha alguns meses — sabia que o General Inverno já havia derrotado Napoleão Bonaparte quando tentou conquistar Moscou. As roupas de inverno grossas me aqueciam, meu corpo sendo apertado fortemente contra os peitos de Anastasia — ela tinha pressa e pouca paciência para minhas pernas de crianças. Não era um abraço confortável, era rude e pela postura agressiva de minha mãe sabia que estava fazendo isso de mau gosto e não para ajudar a filha.

São essas pequenas coisas que penso enquanto vejo as duas passaram por mim e bufo com irritação. Maravilha. Devo ter dormido de exaustão depois que comi as panquecas de Perseu e agora estou sonhando com mais uma lembrança da minha tão agradável mãe e infância.

Ótimo. Simplesmente perfeito.

Estávamos longe da aldeia onde morava com Yellena e Sofiya, minha avó. A cidade tinha ruas largas e prédios envelhecidos pelo tempo de frio cortante. Alguns eram novos, mas sabia que daqui a setenta anos seriam de aspecto ainda feios — era mil novecentos e trinta e dois, afinal, e os cidadãos não se preocupam tanto assim com a beleza da sua cidade que era tomada por neve e ventos congelantes, que mesmo na primavera ainda era frio. Afinal, Murmansk era próxima ao Círculo Polar Ártico. Ao longe consigo visualizar o azul de águas frias do Mar de Barents — este que é parte do Oceano Glacial do Ártico. Poucas embarcações jaziam no mar e vejo marinheiros caminharam com tranquilidade por Anastasiya e a garotinha, indo em direção ao porto de pescaria da cidade russa.

Finalmente começo a andar, me aproximando de Anastasiya e da garotinha que era eu com cinco anos — a mulher murmurava para si mesma enquanto eu estava quieta, meus olhos cheios de curiosidade olhavam para as pessoas que passavam.

Yey nravilas's Yekaterina. Uesli ya khochu, chtoby menya vklyuchili, ya dolzhen otdat' yego Popeye... (Ela gostou de Caterine. Se eu quiser ser incluída, devo cedê-la para Popeia...). — Murmurava Anastasiya para si mesma.

Mudo meu foco da mulher e tento procurar por qualquer coisa diferente. Annabeth havia me dito que sonhos eram avisos para semideuses, talvez quem estivesse me mandando lembranças repetitivas estivesse aqui... Depois que Perseu desapareceu passei muito tempo tentando procurá-lo pelos sonhos e finalmente estava melhorando meu domínio sobre a hipnocinese. Sonhos e morte eram velhos amigos — com o tempo aprendi a navegar pela sombria fronteira estreita entre ambos. Assim, tentei enviar meus pensamentos para qualquer energia divina ou não humana nesta lembrança.

BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •Onde histórias criam vida. Descubra agora