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CATERINE NATALIE CHERNYY.
PISCO MEUS OLHOS COM FORÇA E LENTIDÃO, TENTANDO PERMANECER CONSCIENTE ENQUANTO AGARRO OS DEDOS CALOROSOS DE PERSEU CAÍDO AO MEU LADO. Seu rosto era calmo e sereno, como a escultura de uma obra de arte grega, firme e dura, mas muito bela, eternizada pelo mármore branco. Mesmo que esteja inconsciente, o filho de Poseidon tinha lágrimas finas que ficavam destacadas por conta de seu rosto sujo. Parecia que havia um gosto amargo nos meus dentes, como se tivesse beijado um monstro antes saímos do poço, o que me fazia querer vomitar. Conseguimos vencer o Tártaro, mas não me sinto vitoriosa — porra, não sentia nada. A sensação da complexa experiência de fechar as Portas da Morte estava fazendo minha mente se desprender do meu corpo exausto e da minha alma, o choque com o mundo mortal estava sendo demais e, com minha outra mão, começo a arranhar a pele do meu pescoço, tentando ficar acordada. Minha frustação, tristeza e até mesmo arrependimento dominavam cada molécula do meu corpo — deixamos Bob para trás. Deixamos Damásen para trás.
E, deuses, Sirius... Meu gato... bem na minha frente.
Talvez... talvez Sirius ainda esteja lá. Não sei. Talvez ainda esteja no Tártaro. Mesmo que tenha visto com meus próprios olhos o meu gatinho se dissolver em uma nuvem dourada, não quero aceitar essa realidade de perda. Sirius iria se regenerar como qualquer criatura no fundo do Tártaro, mas isso poderia demorar uma vida inteira. Meu gato morreu..., mas isso quer dizer que estou pronta para aceitar. Me sinto entorpecida por minha negação, pensando em como não queria que isso estivesse acontecendo comigo outra vez. Algumas pessoas poderiam me chamar de idiota ou estúpida por estar lamentando por um gatinho, mas não era estupidez. Não era idiotice. Sirius era da família. Minha família. Representava o lado bom dos Chernyy's, o lado em que éramos pacíficos. Que usávamos a mente para resolver problemas. Sirius era meu lembrete vivo de que poderia ser como esse lado que minha avó criou. Ser mais do que uma assassina treinada. Meu gatinho com nome de estrela, tão brilhante quanto a própria constelação de Cão Maior. Meu Sirius tão esperto, que tentou tomar controle entre os gatos de rua. Meu Sirius, que mesmo sendo atentado, era cheio de vida. Sempre aproveitando o mundo mortal como podia... Naquele momento, decido deixar isso de lado — evitar qualquer conversa ou situação que possa me trazer à tona minha realidade. Minha realidade onde Sirius... Solto um soluço, gemendo de dor, mas não sabia se era dor física ou emocional. Talvez os dois.
Perseu, ao meu lado, começou a despertar também, murmurando o nome de Bob repentinamente. Quero ver como o garoto está, mas ainda estou sem forças e com tanta dificuldade para ao menos... Ainda assim me forço a erguer meus olhos, minha vista toda embaçada por lágrimas e cansaço, mas consigo visualizar Hazel — minha irmã com seus olhos dourados e felizes ao me encarar, seu rosto moreno e bonito sujo de sangue, a camiseta roxa do Acampamento Júpiter com rasgo nas pontas. Os cabelos cacheados estavam presos por uma bandana preta com traços dourados, uma bandana que dei para Hazel quando a trouxe de volta ao mundo dos vivos. Minha irmã desviou seus olhos e de para uma figura que não havia notado ao meu lado. Viro meu olhar, cravando-os em um gigante horrível: estava envolto em fumaça negra, pernas de dragão com escamas cinzentas, um enorme tronco humanoide envolto por uma armadura de ferro estígio, cabelos compridos e trançados com sombras. Sua pele era tão escura quanto o deus da Morte, Tânatos (Perseu havia me dado cada detalhe desse deus). Seus olhos brilhavam de pavor, frios como diamantes. Não portava nenhuma arma, mas isso não o tornava menos aterrorizador.
Não... ele estava aterrorizado com outra pessoa.
Perco meu olhar e os cravo em uma mulher com cabelos louros, armados em um rabo de cavalo alto no estilo grego antigo. Os olhos negros como a escuridão da Noite, bonita, mas era mortalmente pálida. Seu vestido escuro e sem mangas pareciam ondular como se o pano estivesse derrubando as sombras. Ela carregava duas tochas antigas, que ardiam em uma chama azul.
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BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •
FanficCaterine Natalie Chernyy vivia no frio de um vilarejo na antiga União Soviética junto da família composta por pessoas demais, o que acabava que passavam por dificuldades. E apesar de viver na época em que a Segunda Guerra Mundial aniquilava o mundo...