CAPÍTULO 57 - Inferno de Dante

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CATERINE NATALIE CHERNYY.

A CASA DE HADES.

LOCALIZAÇÃO: A PARTE MAIS PROFUNDA DO MUNDO INFERIOR. O TÁRTARO, TERRITÓRIO INIMIGO DOS DEUSES. DATA E HORA DESCONHECIDAS.

NOVES DIAS.

Esse era o tempo em que um dos meus escritores de mitologia favoritos, Hesíodo, o antigo poeta grego, descrevia quanto tempo se levaria para cair do mundo mortal ao Tártaro. Nove dias.

Sinceramente, esperei que Hesíodo estivesse errado. Mas eu tinha perdido minha noção de quanto tempo Perseu e eu estávamos caindo... Poderia ser uma hora. Um dia. Talvez até uma semana. E ainda assim parecia uma eternidade em que estou caindo na escuridão eterna à caminho de um tormento terrível. Perseu não havia soltado meu corpo desde o momento em que se jogou sobre mim quando pulei do penhasco — tive que soltar minha espada de ouro para evitar matar meu próprio namorado. Agora estávamos abraçados com força enquanto despencávamos pela escuridão absoluta.

O vento assoviava em meus ouvidos, deixando-me surda. O ar ia ficando mais quente e úmido, como se estivéssemos mergulhando em água fervente. Minha pele começava a criar bolhas com a quentura do ar, minha garganta cada vez mais seca. Sentia culpa fechar minha racionalidade e só quis chorar até desmaiar. Perseu havia se jogado contra mim, caindo no abismo junto comigo. Não queria ele neste lugar. Mas ele estava aqui — pela primeira vez Percy Jackson havia me superado em batalha, pois conseguiu agarrar meu corpo e fui tola demais ao achar que seu tornozelo torcido iria atrapalhar de me seguir.

Abracei Perseu, escondendo meu rosto em seu pescoço e ali chorei. Minhas mãos trêmulas agarravam seus cabelos, minhas pernas presas em sua cintura deixavam-nos ainda mais próximos. E ainda assim me sinto solitária e muito culpada. Perseu que tinha caído por minha causa. Tenho que nos manter vivos. Não irei deixar Perseu morrer, ele tinha que atravessar as Portas da Morte, tinha que conseguir. Mesmo que eu não conseguisse. Mesmo que eu tivesse que ficar para Perseu voltar.

Nem mesmo os deuses poderiam imaginar um destino tão cruel assim — fui avisada disso, as palavras eram quase vazias e desconexas, mas sei que se referiam a este momento. Ao momento em que, literalmente, pulei para o Tártaro — talvez eu tenha sido um anjo em outra vida, pois estou realmente caindo direto ao inferno. Me lembro das palavras de Atena e como minha própria inteligência me causou sofrimento. Agora, estarei causando dor à pessoa que mais amo ao trazê-lo junto comigo ao poço de desespero do Lar dos monstros.

Encostei meus lábios no ouvido de Perseu, dizendo:

— Vou te tirar desse lugar vivo. Juro pelo Estige.

Mesmo com o vento açoitando meus ouvidos, escuto um estrondo de um trovão. Não havia mais volta. Se Perseu morresse aqui, também iria e não vou resistir para sobreviver sem ele — não haveria razão de viver se o garoto me deixasse...Não sei como vamos aterrizar ou como vamos sair dessa, mas não vou me deixar ir com facilidade agora que Perseu estava comigo. Não vou deixá-lo morrer neste lugar.

BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •Onde histórias criam vida. Descubra agora