CAPÍTULO 46 - Livre arbítrio

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CATERINE NATALIE CHERNYY

MEUS PENSAMENTOS ERAM MEUS PIORES INIMIGOS E TER UM SÁTIRO BERRANDO NO CORREDOR NÃO ME AJUDOU A ME ACALMAR. Além de que não estou com vontade de enfrentar meus sonhos, o que não fazia diferença nenhuma com Hedge gritando como um louco, não iria conseguir dormir com os berros do sátiro mesmo se quisesse. Talvez fosse a insônia que estava atacando outra vez. Parece que estou me afogando novamente e a porra da onda que me tiraria minha vida seria Anastasiya Chernyy. Não sei como ela está viva. Não sei o porquê Hades nunca foi atrás dela para saber como a mulher enganou a morte por tanto tempo. A única coisa que sei são minhas lembranças de uma infância em que Anastasiya era uma filha da puta.

Permaneci deitada no chão gelado do cômodo com um cigarro meio fumado entre meus lábios, a janela circular estava aberta para que a fumaça da nicotina não ficasse impregnada tanto no quarto. Sirius estava sobre meus pés — meu gato não tinha dificuldade de adormecer, ele não estava incomodado que toda vez que Hedge ouvi um barulho em uma das cabines, o sátiro batia na porta com o taco de beisebol.

Fico olhando fixamente as vigas de bronze celestial no teto, inspirando a fumaça tóxica da nicotina para meus pulmões, soltando bem lentamente ao ar e vendo a nuvem branca da morte dança acima dos meus olhos. A cabine que me pertencia no Argo II era aconchegante, e ainda assim não me sinto confortável. Leo havia programado os cômodos para se ajustarem automaticamente à temperatura preferida do ocupante, no meu caso essa merda estava desligada — eu não sabia mexer nisso e tampouco queria ver a cara de alguém para me ajudar. O colchão e as almofadas eram estofados com penugem de pégaso, portanto, eram superconfortáveis e, mesmo assim, ainda prefiro o chão frio e duro do navio do que minha cama. Uma luminária de bronze pendia do teto, desligada. Não ligo a luminária, nunca liguei, consigo enxergar no escuro..., mas havia minúsculos furos nas laterais da luminária que imitava as constelações que tanto amo, uma projeção das estrelas no meio da minha cabine e tudo o que tinha que faça era ligar essa merda.

Mas não estou com ânimo para isso. Não estou com vontade de ver minhas estrelas.

Eram tantas preocupações na minha cabeça que era impossível dormir. Uma simples palavra de afirmação de Piper McLean e isso já acabou comigo — Anastasiya estava viva, era só juntar dois mais dois. Tenho certeza de que era ela. E está procurando por alguém... talvez, com alguma sorte, não seja eu.

Como se eu tivesse sorte.

Solto uma risada amarga e rancorosa, jogando a bituca do cigarro quase finalizado em um copo com água que Perseu tinha deixado na minha cabine antes de irmos nos reunir no refeitório. Pego meu maço que estava ao lado do copo, vendo como o líquido estava cheio de cinzas e bitucas fumadas — é, desde a hora que me trancei ao quarto foram quase seis cigarros. Agora será o sétimo. Talvez tenha alguma felicidade e morra com o oitavo cigarro, pensei, enquanto pegava o pequeno tabo enrolado para fumar com as pontas das minhas unhas, colocando-os na minha boca e acendendo com as clássicas chamas azuis de Mundo Inferior.

BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •Onde histórias criam vida. Descubra agora