CATERINE NATALIE CHERNYY
CONFUSÃO.
Esse era o sentimento que mais predominava em minha alma e mente. Confusão. Estou caída ao chão, minhas pernas sobre o peso do resto de meu corpo. Perseu estava agachado em minha frente, segurando meu rosto com ambas as mãos, sacudindo-me. Tentando me arrancar de minha confusão, trazer-me de volta a realidade.
Tentei olhar ao meu redor, mas as mãos quentes e calejadas de Percy Jackson não me permitiram. O aperto em meu rosto fica maior, quase dolorido. Então o encarei. Seus cabelos negros bagunçados para todos os lados. Seus olhos da cor do oceano mais cristalino, que eram tão fácies de identificar emoções. Que normalmente eram preenchidos pelo sarcasmo, deboche, confusão, divertimento, gentileza. Mas agora estavam escorrendo preocupação. Perseu abria seus lábios finos e avermelhados, sua voz grossa e um tanto rouca deveria chegar aos meus ouvidos. Mas não ouvi nada. Não sinto nada, além de confusão.
Um puxão violento me faz olhar para minha direita e vejo Thalia. A menina dos olhos azuis elétricos estava com uma adaga de bronze ensanguentada até o cabo entre as mãos pequenas. Sinto algo molhar minha calça, penetrando em minha pele e olho para o chão. Sangue. Segui o rastro com o olhar e vejo que o sangue é meu. Minha mão direita possui um corte profundo por conta da adaga que estava atravessada em minha pele, músculos e ossos. Não registro a dor. Thalia pega uma pequena garrafa e joga um líquido em cima de minha mão ferida. O machucado começa a fechar magicamente, mas não por completo. O corte ainda estava grande demais. Vejo Thalia envolver minha mão direita com ataduras. Os sons estão voltando aos poucos. Posso escutar outra vez. Mas não entendo do que falam.
— ...Caterine. — Meu rosto é puxado, forçando-me a encarar o dono da voz. Era Perseu. Os olhos sempre bonitos estavam cravados em mim. Tinha a pequena garrafa em mãos. — Vamos, por favor. Você tem que beber um pouco de néctar.
— Percy... — disse alguém a minha esquerda. Sua voz chorosa. — Ela estais em choque. Não vai responder.
Encarei confusa Perseu. Néctar? Por que preciso beber isso? Olhei ao meu redor e vi que estávamos no ferro-velho ainda. Não saímos? Um pouco atrás de Perseu, na minha esquerda, observei Zöe com uma expressão chorosa. Ela me olhava com compaixão e culpa. Não consegui encontrar Grover, mas escutei balidos entristecidos de bode um pouco distante de onde estávamos. Eu não...
— Caterine. — disse Perseu, agarrando meu rosto com força em sua direção, aproximando nossos rostos. Levei minhas mãos aos seus braços, tentando diminuir o aperto firme de seus dedos. Ele não cedeu. — Você tem que reagir, Caterine. Vamos.
— Percy... — ouvi Thalia a minha esquerda, a voz tão chorosa quanto a de Zöe, mas ainda firme. — Dê um tempo a ela...
— Não, Thalia. Ela precisa reagir, não podemos deixar que ela se afunde no choque e confusão. Não iremos conseguir reerguê-la se isso acontecer. A única pessoa que era capaz disso não está mais aqui. — disse Perseu, a voz embargada entregou que ele segurava o choro. — Caterine, reaja, por favor...
Estava fora da realidade quando algo me chamou atenção. Atrás de Zöe, várias partes do que parecia ter sido um corpo gigante humano de metal jaziam em todas as partes do ferro-velho. Pedaços de armadura grega completa decoravam o corpo decapitado. Coloquei minhas mãos em cima das mãos quentes de Perseu e tentei retirá-las. O garoto cedeu ao meu movimento, relutante. Me levantei devagar e fui em direção do que parecia ser a cabeça do gigante. Me aproximei de seu rosto desfigurado e sem emoções, meus olhos arderam em lágrimas. Aos poucos, minha mente cheia de confusão deu lugar a compreensão e, me lembrei lentamente do que acabou de ocorrer. Do que aconteceu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •
FanficCaterine Natalie Chernyy vivia no frio de um vilarejo na antiga União Soviética junto da família composta por pessoas demais, o que acabava que passavam por dificuldades. E apesar de viver na época em que a Segunda Guerra Mundial aniquilava o mundo...