No instante em que seus lábios se encontraram, o mundo ao redor pareceu desaparecer. Dominic, movido por um impulso que ele próprio não compreendia totalmente, agiu de maneira impulsiva e intensa. O beijo não foi suave nem cauteloso. Foi um ato de pura necessidade física, uma expressão crua de desejo que ele havia reprimido até aquele momento. Ele puxou Sophia para si com uma urgência que deixou pouco espaço para hesitação, seus lábios se encontrando, sua língua invadindo a boca dela com uma sede desesperadora.
A resposta de Sophia, embora inicialmente surpreendida, não tardou a combinar com a intensidade de Dominic. O beijo foi uma fusão de respirações ofegantes e movimentos que buscavam diminuir a distância entre dois corpos. De forma inocente, Sophia colocou a mão no pescoço dele, puxando Dominic em sua direção, colando ainda mais seu corpo ao dele.
Dominic, guiado por um desejo avassalador, aproveitou o momento para avançar um pouco mais com Sophia. Queria saber até onde ela tinha experiência e permitiria que ele avançasse. Naquela noite, ela usava uma blusa de alça, soltinha em seu corpo, de um tecido grosseiro. Foi então que Dominic, percebendo o quanto ela estava excitada com o beijo, colocou a mão por baixo de sua blusa, agarrando um seio dela. Sophia que não esperava por aquilo, de repente, se afastou bruscamente de Dominic.
— Eu peço desculpas. — Dominic falou, ainda ofegante, ao encarar o olhar assustado de Sophia. — Acho que me deixei levar pelo beijo e avancei um pouco o sinal com você, que parece ser bem inocente. — Ele se sentiu um canalha ao jogar na cara de Sophia a inexperiência dela, mas não conseguiu evitar que uma parte dele visse isso como uma oportunidade. Uma oportunidade para manipular a dinâmica entre eles, para ter o controle. Ele percebeu que, ao destacar a inocência dela, poderia deixar Sophia insegura e, talvez, mais maleável aos seus desejos e caprichos.
— Não, eu... — Sophia começou claramente lutando para encontrar as palavras certas. — Eu só não esperava... isso.
Dominic observou a mudança na postura de Sophia, como ela se encolheu um pouco, como se tentasse se tornar menor, menos visível. Havia um brilho de algo que parecia ser vergonha em seus olhos, e ele soube que tinha atingido um ponto sensível.
— Não há nada de errado em ser inexperiente, Sophia. — Sua voz ficou mais branda, tentando suavizar o golpe que havia dado. — Na verdade, acho que há algo... puro nisso. Algo que me atrai em você.
Sophia olhou para Dominic, ainda tentando processar o turbilhão de emoções que o incidente havia despertado. Após um momento de silêncio, ela finalmente falou:
— Está tudo bem, Dominic. — Sua voz era suave, um pouco tímida. — Acho melhor eu entrar agora.
Concordando com ela, Dominic assistiu enquanto Sophia caminhava em direção à fazenda, a silhueta dela se misturando à noite. Assim que entrou, Sophia cumprimentou sua tia rapidamente, que estava sentada no sofá da sala, esperando-a chegar e correu para seu quarto.
Dentro da segurança do seu quarto, Sophia deixou para trás a noite e suas complicações. Ela se sentia um pouco boba, preocupada com a possibilidade de Dominic achar que ela era tola por ter se assustado com o avanço dele. No conforto de sua cama, ela refletiu brevemente sobre a situação, sentindo-se um tanto vulnerável, mas também um pouco irritada consigo mesma por permitir que essa situação a afetasse tanto.
— O que você quer me ligando agora? — Indagou Tiffany um pouco sonolenta, assim que atendeu o celular. — Maldita hora em que você ganhou esse aparelho. Não sabe que não pode ligar tarde da noite para as pessoas?!
— Pare de reclamar, Tiffany. — Pediu Sophia aperreada. — Aconteceu algo entre mim e Dominic essa noite e eu precisava falar urgente com você.
Ao ouvir o tom de voz de Sophia, Tiffany ficou imediatamente desperta.
— O que aconteceu?
— Bem... Hoje, ele esteve aqui na fazenda, conversou com tia Mary, nós fomos para o centro comer pizza... — Sophia seguiu com seu relato envergonhada.
— Você pode ir direto ao ponto principal? — Pediu Tiffany incomodada com a prolixidade dela.
— De repente, ele tocou meu seio e eu me afastei dele como se fosse uma donzela do século passado. — Sophia concluiu tão vermelha quanto um pimentão, mas Tiffany não podia vê-la.
— Tanto drama somente por isso? — Zombou Tiffany. — Você não gostou?
— Eu gostei..., mas foi tão inesperado que me assustei. — Sophia franziu a testa angustiada. — Agora, eu estou me sentindo uma idiota e com medo do que ele está pensando de mim.
— O que ele falou depois disso? — Questionou Tiffany curiosa. — Ficou irritado ou impaciente?
— Não! — Exclamou Sophia. — Ele pediu desculpas e foi super compreensivo. Depois, eu entrei correndo na fazenda sem olhar para trás.
Sophia sabia que sua reação ao gesto de Dominic poderia fazer com que ele a visse como uma mulher infantil, e isso a incomodava. Ela também pensava na possibilidade de ele querer se afastar dela, pois ele era um homem experiente de 29 anos.
— Ahnn Sophia. Tá vendo? Você me acordou à toa. Se ele tivesse ficado irritado com você ou continuasse a te agarrar depois disso, eu ficaria preocupada. Mas acho que Dominic reagiu super bem. — Concluiu Tiffany. — Você vão ser ver de novo amanhã?
— Não sei... Ele não falou nada. — Sophia respondeu com um tom de voz ainda triste.
— Ele vai ficar até Domingo, pois pediu para eu guardar as rosas até lá. Tenho certeza de que amanhã, ele vai procurar você para fazer alguma coisa e nem vai mais lembrar que isso aconteceu.
— Mas e se ele não me procurar? — Sophia questionou, a insegurança evidente em sua voz.
— Sophia, se ele gosta de você de verdade, vai te procurar. E se não procurar, bem, então você vai saber que ele não vale a sua preocupação. — Tiffany falou como se estivesse explicando a coisa mais óbvia do mundo. — Ele parece gostar de você. — Ela tentou tranquilizar Sophia com suas palavras.
— Você acha? — A esperança começou a aparecer no tom de voz de Sophia.
— Sim. Agora, tente dormir um pouco. Você precisa descansar. — Tiffany falou com firmeza, mas com uma nota de carinho na voz. — Amanhã é outro dia, e você pode ter a chance de mostrar para seu homem que não é tão bobinha assim. — Ela concluiu de forma maliciosa.
— Pare com isso. — Sophia deu uma risada e pouco tempo depois terminou a ligação com sua amiga.
Agora, ela estava se sentindo um pouco melhor após a conversa com Tiffany. Sophia sabia que sua amiga tinha razão. Se Dominic estivesse realmente interessado, ele faria questão de procurá-la. Com essa ideia reconfortante, ela finalmente se permitiu relaxar, deixando a preocupação de lado por um momento. A conversa havia ajudado a colocar as coisas em perspectiva, e ela estava grata por ter uma amiga como Tiffany que poderia oferecer apoio e conselhos sensatos, mesmo no meio da noite.
Com um suspiro leve, Sophia desligou o celular e se aconchegou sob as cobertas. Muita coisa poderia acontecer nos próximos dias. Mas, por agora, ela estava contente em simplesmente deixar o sono a levar, esperando que o amanhã trouxesse novas oportunidades e, quem sabe, um novo capítulo em sua história com Dominic. Com esses pensamentos, ela fechou os olhos, permitindo que a tranquilidade do sono a envolvesse completamente.
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Sedução e segredos
RomanceDominic Harrington, um magnata implacável, vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando o último desejo do seu avô o obriga a casar-se com Sophia, uma desconhecida de beleza única. O plano de Dominic parece simples: Casar, herdar e abandonar. Con...