Capítulo 71

456 33 1
                                    

O sol frio da manhã iluminava a cidade enquanto Dominic e Sophia se dirigiam para uma das lojas de joias mais exclusivas de Manhattan. Dominic havia mandado abrir a loja especialmente para eles naquele domingo, um gesto que deixou Sophia ainda mais encantada. Ela estava radiante, sentindo-se como se estivesse vivendo um sonho. Na noite anterior, ela havia se sentido insegura e desanimada após o jantar desastroso com a família de Dominic e a aparente falta de interesse dele em seus assuntos. Mas agora, tudo parecia ter mudado de repente. Dominic queria casar-se com ela de verdade, e isso a fazia sentir-se a mulher mais especial do mundo.

Ao chegarem à loja, foram recebidos pelo gerente, que os conduziu a uma sala privada, decorada com sofisticação e elegância. As vitrines exibiam joias deslumbrantes, cada peça mais impressionante que a outra. Sophia olhava ao redor, maravilhada com o brilho e a beleza das joias, enquanto Dominic mantinha uma expressão de determinação e carinho.

— Bem-vindos, senhor Edward, senhorita Sophia. — Disse o gerente, com um sorriso acolhedor. — É um prazer recebê-los. Temos uma seleção especial de anéis de noivado para vocês escolherem.

Dominic agradeceu com um aceno de cabeça e se virou para Sophia, segurando sua mão com firmeza.

— Quero que você escolha o anel que mais gostar, Sophia. — Disse ele, seus olhos brilhando com uma mistura de sinceridade e determinação.

Sophia sentiu seu coração acelerar. Ela ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo.

— Dominic, isso é tão... — Ela começou, mas ele a interrompeu suavemente.

— Você merece o melhor, Sophia. — Disse ele, apertando a mão dela. — Quero que você tenha um anel digno de uma rainha.

O anel, as joias que Dominic tinha dado a Sophia na sexta-feira, quando foram jantar na mansão Harrington e várias outras coisas que ele compraria para ela pelo tempo que pertencessem juntos, aliviava um pouco a consciência dele. Sem falar na compensação em dinheiro que ele ofereceria a ela no final de tudo.

O gerente começou a mostrar uma seleção de anéis, cada um mais deslumbrante que o outro. Sophia olhava para as peças, sentindo-se um pouco sobrecarregada pela beleza e pelo luxo de cada anel. Finalmente, seus olhos pousaram em um anel que a deixou sem fôlego. Era uma peça magnífica, com um diamante central enorme cercado por uma coroa de diamantes menores, todos incrustados em uma base de platina. O anel brilhava com uma intensidade quase surreal, refletindo a luz em todas as direções.

— Você gostou desse? — Indagou Dominic, percebendo o interesse de Sophia na peça.

— Esse é... — Sophia começou, sem conseguir encontrar as palavras.

— É perfeito. — Dominic completou, sorrindo. — Vamos experimentar.

O gerente pegou o anel com cuidado e o entregou a Dominic, que se ajoelhou diante de Sophia, segurando sua mão com ternura.

— Sophia, você aceita se casar comigo? — Perguntou ele, olhando-a nos olhos com uma intensidade que a fez sentir-se ainda mais especial.

Sophia sentiu as lágrimas se formarem em seus olhos enquanto olhava para Dominic.

— Sim, sim e sim. — Disse ela, sua voz tremendo de emoção.

Dominic deslizou o anel no dedo dela, e Sophia olhou para a joia deslumbrante em sua mão, sentindo-se como uma verdadeira rainha. Ela não conseguia acreditar na sorte que tinha. Há pouco tempo, ela havia se sentido tão insegura e desanimada, mas agora, tudo parecia perfeito. Dominic queria casar-se com ela, e ele havia escolhido um anel absurdamente caro e lindo para simbolizar seu compromisso.

— É lindo, Dominic. — Disse ela, olhando para ele com gratidão e amor. — Eu não poderia estar mais feliz.

Levantando-se, Dominic puxou Sophia para seus braços, beijando-a suavemente.

— Eu também estou muito feliz, Sophia. — Disse ele, sentindo uma mistura de triunfo e um toque de culpa. Ele sabia que estava um passo mais perto de cumprir as cláusulas do testamento de seu avô, tentando negar que seus sentimentos por Sophia estavam se tornando mais profundos e complexos a cada dia.

Enquanto saíam da loja, Sophia não conseguia parar de olhar para o anel em seu dedo, sentindo-se como se estivesse vivendo um conto de fadas. Ela ia se casar com aquele homem lindo, deslumbrante e absurdamente rico, não que esse último fato importasse para ela, mas e a família dele, como reagiria a notícia?

— Dominic... — Sophia o chamou com um tom de voz inseguro, quando já estavam dentro do carro. — E seus pais? O que vão achar disso?

— Vão ficar felizes por saber que seu único filho vai se casar. — Dominic respondeu de maneira fria, dando de ombros.

— Eu não queria falar isso para você, mas eu ouvi o que sua mãe disse... sobre mim... no jantar... e eu sei que a opinião da família é importante. — Sophia falou sem graça, bastante constrangida.

Respirando fundo, Dominic segurou a direção do carro com força, fazendo com que os nós dos seus dedos ficassem brancos, para se controlar. Ele suspeitava que Sophia tivesse escutado aquelas ofensas, mas preferiu pensar que era somente o comportamento soberbo e o tratamento frio dos seus pais que tinha machucado ela. Ter certeza de que Sophia tinha escutado ser chamada de pobre, ignorante, plebeia, sem classe... por seus pais, dois parasitas que não favam um único dia de trabalho para ninguém, o deixou furioso.

— Sim, quando você tem admiração pela sua família isso é verdade. — Dominic falou, tentando não demonstrar toda sua raiva. — Contudo, se você escutou isso, também escutou o que penso dos meus pais e que de fato, eles realmente são: Dois aproveitares. A única pessoa da minha família que a opinião importaria para mim, já está morta e ele iria gostar de conhecer você.

— Seu avô? — Sophia indagou.

— Sim. Vovô Edward. — Dominic confirmou. — Tenho certeza de que ele adoraria você e apoiaria nosso casamento. — Ele concluiu com um tom cínico que Sophia não percebeu.

Obviamente, ele não poderia dizer a ela que o casamento era por conta de uma exigência do testamento, como uma forma de compensação por Edward ter roubado o avô dela no passado, que mesmo sem conhecer ela pessoalmente, seu avô tinha acompanhado a vida de Sophia de longe. Dominic ficou em silencio, relembrando um trecho da carta deixada por Edward.

"Sophia, apesar de sua juventude e das adversidades que enfrentou, possui uma força de caráter e uma pureza de espírito que raramente se vê hoje em dia. Ela foi criada longe dos excessos e da superficialidade que muitas vezes cercam nossa família. Em sua simplicidade, ela encontrou alegria nas pequenas coisas e na beleza do mundo ao seu redor..."

— Mas e minha tia? — Sophia falou, interrompendo os pensamentos de Dominic. — No meu caso, a opinião dela importa bastante.

— Com certeza. Eu preciso falar com sua tia. — Dominic lembrou da velha senhora que tinha Sophia como uma filha. — Preciso pedir a permissão dela.

— Eu vou guardar o anel para que minha tia não veja. — Sophia falou já tirando a joia do dedo.

— Não precisa. — Dominic falou de forma ativa, colocando a mão dele sobre a dela para impedir o gesto. — Eu vou hoje levar você para Skaneateles, somente para falar com sua tia pessoalmente.

Ao ouvir aquilo, Sophia ficou bem mais tranquila. Saber que ele se importava com tia Mary a ponto de ir para o interior, no domingo, somente para falar com ela pessoalmente, trouxe alívio para seu coração.  

Sedução e segredosOnde histórias criam vida. Descubra agora