Capítulo 60

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— Seus pais moram aqui? — Indagou Sophia completamente assustada com o tamanho daquela casa.

— Mais ou menos. — Respondeu Dominic. — Essa era a casa do meu avô. Meus pais viajam durante todo o ano, mas quando estão na cidade, eles ficam aqui. — Ele contou sem dar detalhes sobre seu avô ou a morte recente dele.

Ao se aproximarem da entrada principal, a porta foi aberta por Henry, o secretário particular do falecido avô de Dominic. Henry era um homem de meia-idade, com cabelos grisalhos bem penteados e uma postura impecável. Ele sorriu calorosamente ao ver Dominic e Sophia.

— Boa noite, senhor Dominic. — Disse Henry, inclinando a cabeça em um gesto de respeito.

— Boa noite, Henry. — Respondeu Dominic, apertando a mão do secretário. — Não sabia que você estaria aqui esta noite.

— Sempre venho aqui todos dos dias para acompanhar os cuidados com a casa. Quando soube do jantar, eu fiz questão de ficar. — Explicou Henry, com um sorriso discreto, olhando para Sophia com admiração.

— Essa é Sophia Sinclair. Minha namorada. — Dominic apresentou Sophia para Henry, mas sabia que o funcionário de confiança do seu avô já sabia tudo sobre ela.

— Muito prazer, senhor Sophia. — Henry a cumprimentou de forma cordial. Ele estava encantando em conhecer pessoalmente a jovem que, mesmo a distância, de forma oculta, acompanhou parte da vida dela.

Sophia sorriu timidamente e estendeu a mão para Henry.

— É um prazer conhecê-lo, senhor Henry. — Disse ela, com educação.

— Vamos entrar. — Disse Dominic. — Estamos atrasados para o jantar.

Henry assentiu e os conduziu para dentro da mansão. O interior era ainda mais impressionante do que o exterior, com lustres de cristal, móveis antigos e obras de arte que adornavam as paredes. Sophia olhava ao redor, maravilhada com a opulência do lugar.

— Tenho certeza de que o senhor Edward estaria muito feliz em vê-la aqui. — Henry, aproveitando a distração de Sophia admirando o interior da mansão, comentou somente para que Dominic pudesse ouvir.

— Nem tanto... — Dominic disse, fazendo uma cara de desgosto ao ouvir a menção ao avô.

Henry não tinha ideia dos planos dele. Para Dominic, tudo aquilo era um fingimento para que ele conseguisse receber a herança, que deveria ser sua por direito. Sophia não passava de um meio para um fim, que infelizmente seria a maior prejudicada no final. Era isso que Dominic pensava sem nenhuma alegria.

— Seus pais estão na sala de estar. — Informou Henry, enquanto caminhavam pelos corredores. — Vou levá-los até lá.

Ao chegarem à sala de estar, foram recebidos por Helen e James Harrington, que se levantaram para cumprimentá-los. O pai de Dominic era a personificação do magnata moderno. Ele exibia uma aparência impecável que refletia sua vida de luxo e privilégio. Seus cabelos grisalhos eram sempre meticulosamente penteados, e ele mantinha uma barba bem aparada que adicionava um ar de sofisticação ao seu rosto angular. Seus olhos azuis, penetrantes e calculistas, pareciam sempre avaliar e julgar aqueles ao seu redor.

Helen Harrington era a epítome da socialite elegante e esnobe. Com cabelos loiros perfeitamente estilizados e uma pele impecável que refletia anos de tratamentos de beleza caros, ela era uma presença marcante em qualquer lugar. Seus olhos verdes, sempre maquiados com perfeição, transmitiam uma mistura de desdém e superioridade ao olhar para Sophia.

— Dominic, querido! — Exclamou Helen, abraçando o filho. — Estávamos esperando por vocês.

— Boa noite, mamãe. — Respondeu Dominic, retribuindo o abraço. — Papai. — Disse ele, apertando a mão de James.

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