Capítulo 109

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O amanhecer trouxe consigo um frio cortante e uma tristeza palpável para Dominic. Ele não havia pregado os olhos a noite inteira, sua mente consumida pela preocupação e pelo arrependimento. A cobertura, normalmente um refúgio de luxo e conforto, parecia agora um lugar vazio e opressor sem a presença de Sophia. A neve continuava a cair lá fora, cobrindo a cidade em um manto branco que refletia a frieza que ele sentia por dentro.

Dominic se levantou da poltrona onde havia passado a noite, os olhos pesados e a barba por fazer. Ele sabia que precisava fazer algo, não podia simplesmente esperar. Pegou o celular e, com mãos trêmulas, discou o número de tia Mary, a única pessoa que poderia ter notícias de Sophia. Já tinham se passado horas e ela deveria ter chegado à fazenda.

— Alô? — A voz de Mary soou do outro lado da linha, bastante séria.

— Senhora Mary, sou eu, Dominic. — Ele disse, tentando manter a voz firme. — Como vai?

— Estou bem, rapaz. O que você quer me ligando tão cedo? — Pela antipatia na voz de tia Mary provavelmente ela já sabia de alguma coisa.

— Por acaso Sophia está na fazenda? — Questionou Dominic ansioso. A aflição era evidente em sua voz, mas isso não fez com que tia Mary tivesse piedade dele.

Houve uma pausa do outro lado da linha, e Dominic pôde ouvir Mary suspirar antes de responder. Durante a madrugada, Sophia tinha ligado para sua tia bastante abalada. Pela voz dela, tia Mary percebeu que algo sério tinha acontecido, mas Sophia não quis entrar em detalhes. Só contou a tia que estava bem, na casa de um amigo e que pretendia voltar para fazenda em menos de 1 semana. Rapidamente, ela explicou que tinha pedido o divórcio a Dominic e que por enquanto, não queria que ele soubesse onde ela estava. Pessoalmente, ela contaria tudo em detalhes.

— Não.

— Meu Deus... Me desculpe por isso senhora Mary, mas ontem, eu e Sophia brigamos, ela saiu de casa e não sei onde ela pode estar.

— Não se preocupe com Sophia, Dominic. Apesar de nova, ela é bastante adulta e sabe o que faz. Siga sua vida e deixe minha menina em paz. — A frieza na voz de tia Mary ficou tão evidente para Dominic que ele percebeu que com certeza ele sabia de alguma coisa sobre o paradeiro de Sophia. Ela não ficaria tão calma ao ouvir que Sophia estava desaparecida.

— A senhora sabe onde ela está? — Dominic perguntou, a urgência evidente em seu tom. — Eu preciso falar com ela. Eu estava prestes a chamar a polícia.

— Não faça isso, Dominic. Ela está bem e não quer falar com você. — Tia Mary, respondeu rapidamente. — Ela me disse que pediu o divórcio e voltará para a fazenda em breve. Quando chegar aqui, ela vai me explicar tudo em detalhes.

Dominic sentiu um aperto no peito ao ouvir aquelas palavras. Ele sabia que Sophia estava determinada, mas a ideia de perdê-la para sempre era insuportável.

— Tia Mary, por favor, eu preciso vê-la. — Ele implorou, a voz quebrando. — Eu cometi um erro terrível, mas eu a amo. Eu preciso falar com ela, pedir desculpas, tentar consertar as coisas.

— Dominic, eu não sei ainda o que aconteceu para Sophia tomar essa decisão, entendo que foi algo muito sério. De tempo a ela e espaço. — Mary respondeu com firmeza. — Ela está segura, e isso é o mais importante agora.

— Se você não me disser onde ela está, eu vou até a fazenda. — Dominic ameaçou, a frustração crescendo dentro dele.

— Ela não está aqui, Dominic. — Mary respondeu, sua voz firme. — E mesmo que estivesse, eu não permitiria que você a perturbasse agora. Ela precisa de paz.

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