Sedução e segredos

Capítulo 25

Enquanto comiam, o som da cachoeira preenchia o ar com uma música natural, permitindo-lhes conversar sem a necessidade de elevar a voz. Mesmo tocado por toda serenidade do lugar e pela companhia de Sophia, Dominic evitou compartilhar detalhes sobre sua vida, enquanto Sophia, por sua vez, falava sobre a fazenda, sobre as rosas, sobre sua infância e vários detalhes que Dominic já tinha conhecimento, como a morte dos pais dela e do avô.

— E você nunca pensou em sair daqui? Continuar a estudar? — Dominic questionou realmente interessado. Não entrava na cabeça dele como uma jovem, como Sophia, não tivesse nenhuma ambição. — Arrumar um emprego de verdade?

— Meu trabalho aqui é de verdade, Dominic. — Sophia respondeu num tom repreensivo. — Eu terminei todos os meus estudo e já pensei em ir para uma universidade, mas além de não ter dinheiro para pagar as mensalidades, eu jamais deixaria tia Mary sem ajuda. Ela não tem como tocar a fazenda sozinha.

Dominic percebeu a firmeza na voz de Sophia e se deu conta de que havia subestimado a importância do trabalho dela na fazenda. Ele se sentiu um pouco envergonhado por sua suposição precipitada e tentou se redimir.

— Eu não quis desmerecer o que você faz, Sophia. Me desculpe se pareceu isso. — Dominic disse, buscando escolher suas palavras com cuidado. — É só que... bem, você é muito inteligente e tem uma visão sobre as coisas que é... única. Eu acho que você faria sucesso em qualquer coisa que decidisse fazer.

Sophia olhou para ele, avaliando se suas palavras eram sinceras. Ela então suspirou levemente, parecendo relaxar um pouco.

— Eu entendo o que você está tentando dizer, Dominic. E obrigada. — Ela sorriu fracamente. — Mas a fazenda, as rosas, tia Mary... isso tudo é parte de quem eu sou. Eu gosto daqui. Minha vida pode não parecer excitante ou cheia de oportunidades como a de alguém da cidade grande, mas ela me traz paz e felicidade.

Dominic observou Sophia enquanto ela falava, notando a paixão em seus olhos quando mencionava a fazenda e as rosas. Novamente, ela vestia um simples vestido de algodão branco e parecia tão linda como se estivesse usando o vestido da grife mais cara de Manhattan. Mesmo trabalhando numa plantação, a pele dela era clara e sedosa, os cabelos soltos brilhavam com a luz do sol.

— Eu admiro isso em você, Sophia. — Dominic confessou, sem nenhum pingo de zombaria em seu tom de voz.

Ela tinha tudo para ter crescido uma jovem revoltada. Perdeu os pais muito cedo, logo em seguida o avô, trabalhava numa fazenda, não pode ir para universidade por falta de dinheiro, mas Sophia via a vida sempre pelo copo meio cheio. Isso trazia leveza e alegria para que tinha oportunidade de conviver com ela. Dominic esperava que ela continuasse assim depois de tudo que ele pretendia fazer com ela, ele pensou ficando um pouco incomodado.

— Tem uma coisa muito divertida para fazer aqui que ainda não fizemos. — Sophia mudou de assunto, ficando de pé, encarando Dominic com um brilho divertido em seus olhos. — E acho que como homem criado na cidade, isso vai ser uma novidade para você.

Dominic se sentiu intrigado pelo súbito entusiasmo de Sophia. A mudança de assunto o pegou de surpresa, mas a perspectiva de fazer algo diferente, algo que ele nunca havia experimentado antes, era tentadora. Ele percebeu que, apesar de suas intenções iniciais ao se aproximar de Sophia, estava genuinamente desfrutando da companhia dela e da simplicidade da vida na fazenda. Isso o fez questionar, ainda que por um breve momento, os valores pelos quais havia regido sua vida até então.

— Uma novidade, é? — Dominic respondeu, levantando-se, curioso. — Estou pronto para qualquer coisa. O que você tem em mente?

Sophia sorriu, se aproximando da água aos poucos. Sem que Dominic pudesse esperar, ela ficou de frente para ele, um pouco tímida, tirando o vestido simples que usava, mantendo somente um conjunto de calcinha e sutiã brancos. Ela queria que Dominic tirasse aquela impressão da noite anterior, da moça boba que fugia somente por ele tocar seu corpo com mais intimidade.