Capítulo 53

508 28 1
                                    


Era um dia de semana normal, Sophia acordou com o som suave dos pássaros cantando do lado de fora da janela de seu quarto na fazenda. A luz do sol filtrava-se pelas cortinas, iluminando o ambiente com uma aura de tranquilidade. Ela se espreguiçou lentamente, sentindo a maciez dos lençóis contra sua pele. Era uma manhã típica em Skaneateles, mas algo dentro dela estava diferente.

Nos últimos meses, sua vida havia mudado de maneiras que ela nunca poderia ter imaginado. A chegada de Dominic trouxe uma mistura de emoções que ela ainda estava tentando entender. Ele era um homem complexo, com uma vida tão diferente da sua, e, no entanto, havia algo nele que a atraía irresistivelmente.

Sophia desceu as escadas e encontrou tia Mary na cozinha, preparando o café da manhã. O aroma de pão fresco e café encheu o ar, trazendo uma sensação de conforto e familiaridade.

— Bom dia, tia Mary. — Disse Sophia, com um sorriso caloroso.

— Bom dia, querida. — Respondeu tia Mary, olhando para ela com um brilho nos olhos. — Dormiu bem?

— Sim, dormi. — Respondeu Sophia, sentando-se à mesa. — Estava pensando em como minha vida mudou desde que Dominic apareceu.

Tia Mary assentiu, servindo uma xícara de café para Sophia.

— Ele realmente trouxe muitas mudanças, não é? — Disse ela, com um tom de voz que misturava preocupação e curiosidade.

Sophia suspirou, mexendo o café com a colher.

— Sim, ele trouxe. — Disse ela, pensativa. — Às vezes, sinto que estou vivendo um sonho. Ele é tão diferente de tudo o que conheci. Tão sofisticado, tão perfeito, tão lindo e... tão... distante. — Sophia falou deixando os ombros caírem, demonstrando um pouco de desânimo.

Segurando sua mão, tia Mary sentou-se ao lado dela.

— E como você se sente em relação a ele? — Perguntou ela, com um olhar atento.

Sophia olhou para a xícara de café, tentando encontrar as palavras certas.

— Eu... eu gosto dele, tia Mary. Muito. Acho que estou realmente apaixonada. — Disse ela, finalmente. — Mas também sinto que há algo que ele não está me contando. Algo que ele está escondendo.

Tia Mary franziu a testa, preocupada.

— Você acha que ele está mentindo para você? — Perguntou ela, com um tom sério.

Sophia balançou a cabeça, incerta.

— Não sei. — Disse ela, com um suspiro. — Só sei que, às vezes, ele parece tão distante, como se estivesse em outro lugar. Eu tenho que ele não sinta por mim o mesmo que eu sinto por ele.

Tia Mary apertou a mão de Sophia, oferecendo-lhe conforto.

— Querida, você é uma jovem inteligente e forte. — Disse ela, com um sorriso encorajador. — Confie em seus instintos. Se algo não parece certo, talvez você deva conversar com ele sobre isso.

Sophia assentiu, sentindo-se um pouco mais confiante.

— Você tem razão, tia Mary. — Disse ela, com determinação. — Eu vou falar com Dominic sobre as minhas inseguranças.

Depois do café da manhã, Sophia começou seu trabalho no jardim, junto com Will, o que ajudou a clarear um pouco sua mente. Ela caminhava pelos campos de rosas, sentindo o aroma doce das flores e a brisa suave no rosto. Cada rosa parecia contar uma história, e ela se perguntou qual seria a sua.

Enquanto trabalhava, seus pensamentos voltaram para Dominic. Ele era um homem enigmático, e ela sabia que havia muito mais nele do que ele deixava transparecer. Ele tinha entrado na vida dela de maneira inesperada, tornando-se uma parte essencial de seu mundo. Desde o momento em que seus olhares se cruzaram pela primeira vez, algo dentro dela mudou irrevogavelmente.

Dominic representava tudo o que ela nunca havia conhecido: sofisticação, poder e uma vida repleta de luxos que ela jamais imaginara. Mas, além disso, ele também trouxe consigo uma sensação de segurança e proteção que ela nunca havia experimentado antes. Ele era seu primeiro amor, e mais do que isso, ele foi o homem com quem ela compartilhou sua primeira experiência íntima. A lembrança da sua primeira vez ainda fazia seu coração acelerar e suas bochechas corarem.

Sophia se lembrava vividamente de como Dominic a fez sentir-se especial e desejada. Ele foi gentil e paciente, guiando-a com ternura e respeito. Para ela, entregar-se a ele foi um ato de confiança e amor, um momento que ela guardaria para sempre em seu coração. Aquele vínculo físico e emocional que eles compartilharam a fez sentir-se mais conectada a ele do que jamais imaginara ser possível.

No entanto, essa mesma conexão a deixava vulnerável. A ideia de que Dominic pudesse estar escondendo algo dela, ou que ele não a considerasse importante o suficiente para apresentá-la a seus amigos e família, a machucava profundamente. De fato, ela não tinha conhecido ninguém que fosse realmente próximo a ele.

Isso a fazia sentir-se como uma estranha em sua vida, como se ele estivesse escondendo-a do mundo. E, embora ele tivesse prometido que a levaria para Manhattan novamente, isso nunca aconteceu. Ela se sentia deixada de lado, como se não fosse importante o suficiente para fazer parte de sua vida cotidiana.

Infelizmente, apesar de suas dúvidas, ela não podia negar os sentimentos intensos dentro dela. Sophia já sentia perdidamente apaixonada por ele e precisava entender o que realmente significava para Dominic.

— Desse jeito, você vai acabar matando essa roseira afogada. — Will falou, interrompendo os pensamentos de Sophia, ao ver como ela estava distraída, enxarcando a planta com água mais do que o necessário.

— Oh meu Deus! — Exclamou Sophia vendo a poça de água que ela tinha feito. — Onde estou com a cabeça, Will?!

— Me dê essa mangueira, eu posso continuar com isso. — Ele pediu de forma gentil. — Por que você não vai lá para dentro da fazendo tomar um suco? — Will sugeriu querendo que Sophia fosse descansar um pouco. — Distraída de jeito, você vai acabar com a plantação.

— Eu vou arrancar as ervas daninhas que apareceram no jardim da frente. — Sophia disse sem acatar a ideia de Will de uma pausa para um suco.

— Tudo bem. — Ele levantou as mãos como se fizesse um gesto de rendido.

Às vezes, Sophia tinha a sensação de que Dominic mandava aquele rapaz reduzir o trabalho dela. Ele sempre estava sugerindo que ela parasse, fosse tomar suco ou chá ou deixasse que ele fizesse a parte mais pesada do trabalho, sozinho, porque era homem. Contudo, Dominic ou Will podiam não pensar sobre isso, mas ela trabalhou ali por anos sozinha, somente com sua tia, e já estava acostumada.


Sedução e segredosOnde histórias criam vida. Descubra agora