Capítulo 75

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Obviamente, o casamento realizado por pessoas simples, como tia Mary e Sophia, não precisava de tanto tempo e pompa para preparação. Ninguém faria encomendaria de mais de 10 mil doces ou decoração com arquitetos famosos de Manhattan ou viajaria para Milão para comprar um vestido exclusivo. Isso aconteceria se Dominic estivesse se casando com Isabella . Toda alta sociedade de Manhattan seria convidada e a cerimônia seria um espetáculo de luxo e extravagância.

Para tia Mary e Sophia, a realidade financeira impunha um casamento modesto, sem os luxos e extravagâncias que a elite de Manhattan consideraria essenciais. A cerimônia seria realizada na fazenda de rosas, aproveitando o próprio jardim como decoração. Não teria doces famosos, mas uma mesa de frutas feita com bastante capricho, e o vestido de noiva seria algo simples, algo que elas pudessem comprar em e que não custasse muito. Não haveria fotógrafos renomados, nem uma lista de convidados repleta de figuras influentes, apenas os mais próximos e queridos estariam presentes.

— Você deveria aceitar a ajudar de Betty para organizar tudo, Sophia. — Tiffany comentou depois que sua amiga falou que Dominic tinha colocado a secretária dele a disposição dela e de tia Mary para ajudar na organização do casamento e também com os custos.

— Não, Tiffany. — Sophia respondeu decidida e impaciente com a insistência da amiga. — Dominic já está pagando 02 pessoas que serão contratadas para ajudar tia Mary com afazeres domésticos na fazenda e dormir com ela, sem falar de Will que já está lá. Eu estou constrangida por isso, mas não tinha como me mudar e deixar ela sozinha. Agora, eu não posso simplesmente usar o dinheiro dele para festa de casamento.

— Mas isso é normal, Sophia. Ele é um homem muito rico. Não iria nem se importar com isso.

— Mas eu me importo. — Ela falou num tom irritado. — Nós estamos organizando tudo dentro das nossas condições e vai ficar lindo. Se Dominic se incomoda com minha simplicidade, ele não deveria querer casar comigo. Concorda?

— Sim, mas lembre-se também que você fará parte do mundo dele depois de casada e precisa se adaptar a isso para não passar vergonha e nem fazer vergonha ao seu futuro marido. — Observou Tiffany que achava que Sophia tinha que parar com essa besteira de não usar o dinheiro de Dominic, que ele sempre oferecia de bom grado.

Lá fora, tia Mary chamava por Sophia. Já tinha uns quinze minutos que ela esperava Sophia sair da loja de flores, onde conversava com Tiffany, para seguir para costureira para decidir o modelo do vestido de casamento.

— Eu tenho que ir Tiffany, tia Mary está lá fora. — Sophia falou pensativa sobre tudo que Tiffany tinha dito, pegando sua pequena bolsa que que estava em cima do balcão de pagamento. — Tem certeza de que não pode vir conosco? — A opinião de Tiffany sobre o vestido era importante para Sophia.

— Não posso deixar a loja sozinha no meio da tarde, Sophia. — Tiffany fez um cara de tristeza. — Mas me mande fotos. Assim posso ajudar na escolha do modelo.

Depois de se despedir de Tiffany, Sophia saiu da loja apressada para encontrar com sua tia, que a esperava dentro da velha caminhonete da fazenda. Mesmo com o pouco dinheiro que possuíam, tia Mary estava se esforçando para que o casamento de Sophia fosse uma data especial.

— Será que a costureira vai aceitar o vestido que compramos na semana passada como parte do pagamento? — Indagou Sophia curiosa.

Por sorte, tia Mary descobriu que a costureira que iria fazer o vestido de Sophia era a mesma que confeccionava as roupas na loja onde elas compraram o vestido para o jantar com os pais de Dominic. Como Sophia disse que o vestido não chegou a ser usado, elas tentariam devolver direto para costureira, mesmo que por um valor menor, somente para ter algum abatimento no custo do vestido.

— Espero que sim. — Disse tia Mary animada. — Acho que ela já vai cobrar mais caro por conta do pouco tempo para confecção, pelo menos ela nos de um abatimento com a devolução dessa roupa que você não usou.

Mais cedo, Sophia explicou por que não tinha usado o vestido que tinha comprado em Skaneateles para o jantar com os pais de Dominic. Aquilo fez com que ela lembrasse do valor do vestido que Dominic havia comprado para ela naquela loja chique, sem falar das joias que ele a tinha dado. Era tudo tão absurdamente caro, que ela nem trouxe de volta para fazenda. Deixou lá mesmo na cobertura.

— Tia... porque será que Dominic quer se casar comigo? — Indagou Sophia de repente, se sentindo insegura, percebendo naquela pequena questão do vestido, como o mundo deles eram diferentes um do outro.

— Querida... eu já me fiz essa pergunta algumas vezes e o único motivo que encontro é o mais acertado do mundo, simplesmente porque ele está apaixonado por você. — Tia Mary olhou para Sophia com ternura, mas atenta a direção.

— Eu também estou perdidamente apaixonada por ele, mas nós não temos nada em comum... — Sophia falou num tom baixo, admirando, através da janela da caminhonete, a vista da cidade simples onde ela sempre morou. — Tia, ele comprou um vestido para mim que custa o mesmo valor de uma casa aqui.

Sem que Sophia pudesse esperar, tia Mary parou o carro próximo a calçada para poder conversar melhor com ela, olhando nos seus olhos.

— Querida... eu não quero que você se coloque num patamar abaixo de Dominic somente pelo fato de não termos os mesmos recursos financeiros que ele. — Tia Mary começou num tom calmo para que Sophia absorvesse tudo que ela falava. — Quando ele chegou aqui, ele viu uma moça lindíssima, que de fato você é, mas quando conheceu você melhor, descobriu que você é uma joia rara, que ele não deve encontrar com facilidade. Você é linda por fora e por dentro. — Ela concluiu emocionada. — Eu amo você, minha querida e quero que você seja muito feliz.

Durante sua pouca vida, pois Sophia só tinha 19 anos, ela passou por muitas provações. Perdeu os pais cedo, depois o avô e passou a depender de tia Mary, que graças a Deus, já amava como uma filha e se responsabilizou por ela. Apesar de tudo isso, Sophia nunca deixou de ser uma jovem bondosa, gentil e alegre, que sempre via a vida pelo lado positivo.

— Obrigada, tia. — Sophia agradeceu emocionada. — Eu também amo você.

— Agora, vamos parar com esse momento piegas para não atrasarmos na costureira! — Tia Mary falou, voltando a colocar a caminhonete em movimento.

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