Capítulo 35

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Ao ouvir aquela confirmação, Dominic se ergueu da cama, se afastando de Sophia imediatamente. Não bastava todo aquele plano sórdido por conta do testamento do seu avô, agora, ele também faria da primeira vez de Sophia uma lembrança ruim, quando ela descobrisse que ele nunca esteve apaixonado por ela.

— Mas eu quero continuar... — Sophia pediu ao sentir o vento frio do ar-condicionado tocar seu corpo no momento em que Dominic se afastou.

— Sophia, a primeira vez de uma mulher é muito importante. Tem que ser num momento especial e não de qualquer jeito. — Dominic respondeu se sentido um maldito desgraçado.

No futuro próximo, ele sabia que teria que consumar o casamento por conta do testamento, mas, agora, por hora, não queria ser um calhorda que se aproveitada do corpo de Sophia a todo momento, ainda mantendo um relacionamento com Isabella.

— Esse momento é especial para mim. Eu quero que você seja o primeiro. — Sophia extravasava inocência em suas palavras, sem imaginar o que se passava na cabeça de Dominic. — Mesmo que nosso relacionamento não dure muito tempo e depois eu encontre outra pessoa.

Ao ouvir Sophia fazer referência a outro homem, mesmo que em um cenário hipotético futuro, um súbito sentimento de ciúmes surgiu em Dominic. A ideia dela com outra pessoa, de compartilhar momentos íntimos e especiais, provocou uma reação visceral nele. Dominic, que sempre se considerou controlado e racional, especialmente em questões do coração, encontrou-se surpreendentemente perturbado por essa possibilidade.

A surpresa de sentir ciúmes foi quase tão intensa quanto o próprio ciúme. Dominic não conhecia aquele sentimento, mesmo namorando por dois anos com Isabella. Ele se considerava alguém que não se deixaria afetar por sentimentos tão triviais. No entanto, a simples menção de Sophia encontrar conforto, afeto ou mesmo amor nos braços de outro homem o fez perceber um sentimento de posse que não era certo sentir por ela. No fundo, Dominic não queria enxergar, pois a verdade era que ele já estava envolvido emocionalmente com ela.

— Sophia, eu... — Dominic começou, lutando para manter a voz estável. Ele queria expressar seu desagrado. Contudo, ele sabia que não tinha o direito de sentir ciúmes, não quando ele mesmo estava preso em um emaranhado de mentiras e segredos. — Nós nos conhecemos há pouco tempo. Vamos amadurecer mais nosso relacionamento para darmos esse próximo passo.

Nunca na sua vida, Dominic nunca se sentiu tão patético quanto naquele momento, negando sexo a uma mulher que estava praticamente nua em sua cama, tão excitada quanto ele e querendo. Obviamente, ele estava atraído pela beleza de Sophia, sem querer admitir que seus sentimentos por ela iam além do que ele havia planejado ou mesmo imaginado. Em qualquer outra situação, Dominic teria continuado para satisfazer os desejos do seu corpo, mas ali, não era justo com ela.

— Achei que essas poderiam ser as minhas palavras e não as suas. — Sophia respondeu com um leve sorriso, tentando aliviar a tensão que sentia emanar de Dominic. — Acho que você também é virgem. — Ela brincou.

Encarando Sophia, Dominic admirou sua capacidade de manter a leveza mesmo em uma situação que o torturava internamente. Ele sabia que estava fazendo a coisa certa ao protegê-la de suas próprias intenções, mas isso não aliviava o peso da culpa que carregava.

Sem querer continuar com aquele clima entre dos dois, criado totalmente por ele, Dominic se aproximou de Sophia, que ainda estava em sua cama, com seus lindos cabelos ruivos, caindo sobre seus seios e o rosto corado pelo momento de tesão que tinham compartilhado a pouco. Puxando-a novamente para seus braços, Dominic envolveu a cintura dela com o braço e com a mão livre, ele colocou o cabelo dela gentilmente atrás das costas de Sophia, colando seu corpo ao dela.

— Eu não sou tão inocente assim, Sophia. — Dominic disse, sua voz carregada de uma sinceridade dolorosa. — E nós ainda podemos aproveitar isso... — Ele sussurrou em seu ouvido, enquanto baixava uma mão, enfiando novamente dentro da calcinha dela, para tocar o ponto sensível de Sophia novamente.

Ao sentir a pressão da mão de Dominic em seu núcleo, Sophia arfou de desejo, inclinando sua cabeça para trás, dando livre acesso para que ele beijasse e lambesse deu pescoço. Habilmente, Dominic aumentou a intensidade dos movimentos de sua mão, sentindo quando Sophia ficou relaxada em seus braços, gozando de prazer.

Querendo prorrogar aquele momento de intensa intimidade entre eles, Sophia beijou os lábios de Dominic, ainda com o corpo junto ao dele, deslizando sua mão até tocar o membro intumescido dele, por cima da cueca boxer que ele vestia.

— Sophia... — Advertiu Dominic.

Inclinando um pouco a cabeça, Sophia observou-o com curiosidade. Ela podia sentir a seriedade em suas palavras, mas não compreendia completamente a profundidade do conflito que Dominic enfrentava.

— Você disse que ainda podemos aproveitar isso que está acontecendo entre nós. — Ela sorriu de forma travessa. — Também quero que você aproveite.

Deixando a timidez de lado, ela colocou a mão dentro da boxer de Dominic, apertando-o sem a barreira do tecido. Ele gemeu de prazer com o toque inocente dela e percebendo que Sophia nunca tinha feito aquilo, ele colocou sua mão por cima da dela, guiando seus movimentos até que ele também conseguisse extravasar um pouco do seu desejo reprimido.

No meio da noite, Sophia acordou com um dos braços de Dominic envolvendo seu corpo. Delicadamente para não acordar ele, ela se afastou, levantando-se de cama para voltar para a suíte que estava compartilhando com Tiffany. Não sabia por que motivo, timidez ou não, ela não queria acordar no outro dia, na cama com Dominic e depois encarar sua amiga que estava no outro quarto.


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