Capítulo 18

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Na fazenda de rosas, a semana parecia se arrastar para Sophia. Ela tentou se manter focada no trabalho, cuidando das rosas com uma dedicação que beirava o esquecimento, mas a verdade era que seu coração e sua mente vagavam longe dali. Sophia tentava se mostrar tranquila, mas a cada toque do telefone na fazenda, ela corria para atender a ligação, sua respiração acelerada, seus olhos brilhando com uma mistura de esperança. Tia Mary, observando-a com olhos atentos e preocupados, estava percebendo aquele comportamento diferente dela, mas ainda não sabia do que se tratava.

Apesar de sua decisão de não ficar pensando em Dominic, era impossível negar o vazio que sua falta de notícias deixava. Uma pessoa que, apesar de ter surgido do nada em sua vida, havia se tornado importante, não tinha o direito de perturbar sua rotina, mas era exatamente isso que acontecia. Sophia tentava proteger seu coração, mesmo ansiando, secretamente, por aquele telefonema.

Foi na quinta-feira, numa tarde ensolarada, enquanto Sophia caminhava entre as fileiras de rosas, o telefone tocou novamente. Seu coração disparou, mas ela nem fez questão de ir correndo atender. Tia Mary estava na cozinha e chegaria muito mais rápido que ela ao aparelho.

— Alo? — Tia Mary falou assim que atendeu a ligação.

— Boa tarde, eu me chamo Dominic, com que eu falo, por favor? — Respondeu ele de forma educada e polida ao perceber que não era Sophia na linha.

— Com que você quer falar? — Tia Mary indagou de maneira firme e direta.

Nesse exato instante, Sophia se aproximou da tia e ficou prestando atenção a conversa dela ao telefone.

— Eu estive na fazenda, no final de semana, para pegar 300 rosas que comprei na floricultura, mas Sophia me informou que não tinha essa quantidade pronta entrega. — Dominic explicou tudo para que tia Mary entendesse que não se tratava de um completo desconhecido. — Por conta disso, eu fique de ligar novamente para saber se já posso voltar para pegar minhas rosas.

— Sim, é verdade. Eu estou sabendo desse pedido. Eu me chamo Mary, você foi recebido pela minha sobrinha quando esteve aqui.

Ao escutar isso, o coração de Sophia começou a bater mais forte. Ela tinha certeza de que se tratava de Dominic no telefone, conversando com sua tia, e ficou esperançosa que ele pedisse para falar com ela.

— Muito prazer, Mary. — Dominic mantinha um tom de voz gentil, mesmo a tia de Sophia sendo um pouco rude com ele ao telefone.

— Você pode vir buscar as rosas, na sexta-feira à tarde. Elas estarão prontas. — Confirmou tia Mary, fitando Sophia, que estava na sua frente, totalmente interessada na conversa. — Mas prefiro que você retire isso na loja de Tiffany. Nós vamos entregar lá. Não gosto de estranhos pela minha fazenda.

Sophia fez uma cara de espanto ao ouvir a tia falar aquilo, chocada com aquela grosseria gratuita de tia Mary.

— Tudo bem, isso não será um problema. — Dominic agradeceu e em seguida, finalizando a ligação.

Assim que tia Mary colocou o telefone no gancho, Sophia pode matar sua curiosidade e confirmar o que estava pensando.

— Quem era tia?

— O cliente do pedido das 300 rosas, Dominic. — Tia Mary estreitou o olhar, fitando Sophia. — Acho que você ouviu o suficiente da conversa para deduzir isso.

— Claro... claro... — Sophia respondeu corando, virando de costas para voltar para o jardim de rosas.

— Ele é jovem, Sophia? — Questionou tia Mary antes que Sophia pudesse sair pela porta.

— Sim. Aparentemente sim. — Sophia sabia muito bem a idade de Dominic e omitiu esse detalhe. — Eu preciso voltar para jardim.

Apressada, Sophia deixou sua tia sozinha, fugindo de novas perguntas. Ela estava um pouco decepcionada por Dominic não ter pedido para falar diretamente com ela. Ao mesmo tempo, ela se sentia aliviada, pois sabia que tia Mary ficaria desconfiada se um cliente, um homem que ela acabou de conhecer, demonstrasse algum tipo de interesse nela. Respirando funcho, tentando afastar a nuvem de tristeza, Sophia voltou a se concentrar nas rosas, que exigiam sua atenção e cuidado.

Por sua vez, Dominic refletia sobre a conversa com tia Mary, enquanto aguardava sua próxima reunião. A senhora fez questão de ser antipática e ainda não quis que ele fosse pegar as rosas diretamente na fazenda, onde poderia encontrar Sophia com mais facilidade. Ele havia esperado, talvez ingenuamente, que Sophia atendesse o telefone, dando-lhe a chance de conversar um pouco mais com ela para que ele pudesse estreitar mais os laços entre eles.

A figura de tia Mary não era algo que ele pudesse ignorar. Dominic estava ciente de que tia Mary poderia se tornar uma adversária formidável se acreditasse que ele representava uma ameaça ao bem-estar de Sophia. Ele sabia que qualquer movimento errado de sua parte poderia fechar definitivamente as portas da fazenda para ele.

No final daquele dia, Ethan apareceu em seu escritório para conversar, pois não poderiam ser ver no final de semana, já que Dominic pretendia voltar a Skaneateles, no dia seguinte.

— Cara, Isabella me disse que você está muito misterioso com relação a camponesa. — Ethan resolveu tocar naquele assunto assim que chegou ao escritório do amigo. — E aí? Ela é gata?

— Sim, Ethan. — Confirmou Dominic, pois não tinha segredos com seu melhor amigo. — Ela é linda, mas extremamente simples. Usa um vestidinho de algodão cafonas, bem de gente do interior mesmo. Não tem celular...

— Não tem celular?! — Exclamou Ethan impressionado. Como um jovem, nos dias de hoje, não tem celular? Isso é incrível.

— Ela não me explicou o motivo. Só me disse que não tinha quando pedi o número dela, mas eu já resolvi esse problema. — Dominic falou de maneira firme. — Minha secretária já comprou um celular e amanhã vou dar para ela. Não posso depender de um telefônico fixo, que a tia atende, para estreitar os laços com Sophia. Principalmente, quando não pretendo passar a semana naquele buraco.

— A cidade é muito pequena?

— Só tem um único hotel... um pequeno centrinho e nada para fazer. — Dominic respondeu, revirando os olhos, demonstrando aborrecimento. — Eu sai com ela no sábado e fomos tomar sorvete.

— Sorvete? — Ethan deu uma gargalhada zombando de Dominic. — Eu pagava para ver isso! O poderoso Dominic Spencer Harrington, tomando sorvete com uma matutinha. — Seu avô se superou com essa.

Sem querer dar mais detalhes do seu encontro com Sophia, Dominic omitiua parte do beijo e o quanto se sentiu atraído, fisicamente, pela jovem que embreve, se tudo corresse bem, seria sua esposa.

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