Capítulo 26

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O silêncio entre eles era denso, carregado de uma tensão que Sophia não conseguia decifrar. Dominic, por sua vez, lutava internamente com a culpa e o desejo. Ele havia prometido a Isabella que o casamento com Sophia seria apenas um meio para um fim, mas a proximidade e a vulnerabilidade compartilhada naquele momento íntimo entre eles na água começavam a desfazer sua resolução.

Quando Dominic voltou, vestido e com a expressão fechada, Sophia já tinha arrumado todos os itens do piquenique de volta na cesta e estava confusa, sem saber o que tinha acontecido com ele.

— Aconteceu alguma coisa, Dominic? — Indagou Sophia decidida a não ficar com aquele incomodo entre eles. Por mais inocente que ela fosse, Sophia tinha percebido a mudança nele, depois que saíram do lago. — Você ficou estranho de repente.

— Não. — Dominic se apressou em dar uma desculpa, pois não queria Sophia insegura com a relação deles. Ao mesmo tempo, ele estava irritado por ela conseguir ler ele com tanta facilidade assim. — Só fiquei preocupado, pois me distrai com você e não posso me atrasar para meu compromisso em Manhattan. — Mentiu Dominic. — Na verdade, eu estou com raiva por não poder passar o resto do dia aqui com você.

Sophia sentiu um alívio com a resposta de Dominic, ficando feliz por ele dizer que queria passar mais tempo com ela.

— Eu também gostaria que pudéssemos passar mais tempo juntos. Mas sei que seus compromissos são importantes. — Ela sorriu.

Por um momento, Dominic observou Sophia. Aquela ingenuidade e compreensão dela também o incomodava. Que compromisso alguém poderia ter sábado a noite em Manhattan? Qualquer outra mulher não engoliria aquilo, mas Sophia acreditava nele e aquilo perturbava Dominic, pois ele sabia que o que estava fazendo com ela era completamente errado.

— Sophia, eu... — Ele começou hesitante, mas logo recuperou sua postura de conquistador barato. — Eu prometo que vou compensar esse tempo perdido. Vou organizar algo especial para nós.

Sophia, facilmente tocada pela promessa de Dominic, permitiu-se sentir uma ponta de esperança. Sua natureza doce e confiante a fazia acreditar no melhor das pessoas, mesmo quando deveria ser mais cautelosa.

— Isso será maravilhoso. — Ela disse, permitindo que seu sorriso iluminasse seu rosto novamente.

Dominic sentiu uma pontada de culpa por manipular suas emoções, mas se consolou dizendo que era por uma causa maior. Não podia simplesmente recusar uma vida toda de dedicação as empresas da família para agora, por conta dos sentimentos de uma completa desconhecida, ele renegar toda sua herança. No fundo, o culpado de tudo aquilo era seu avô ao exigir aquele casamento absurdo em testamento. Dominic precisava de tempo para organizar seus pensamentos e sentimentos.

— Vou fazer valer a pena. — Ele assegurou, com um sorriso que não alcançava seus olhos.

Enquanto caminhavam de volta para a fazenda de mãos dadas, Sophia sentia-se flutuar com a ideia de passar mais tempo com Dominic, completamente alheia às verdadeiras complicações que se desenrolavam sob a superfície de suas interações. Dominic, por sua vez, estava cada vez mais dividido entre o certo e o errado, uma batalha interna que prometia desafios para ambos no futuro.

— Senhor, o que devo fazer com tantas rosas? — Indagou a funcionária da cobertura de Dominic, assim que Charles subiu com as 300 flores que ele tinha comprado.

— Não sei! — Exclamou Dominic irritado. Queria ficar um tempo sem pensar em tudo que estava fazendo com Sophia, mas era impossível. — Jogue tudo fora! — Não queria aquelas rosas como lembrete de todo aquele plano ardiloso em sua casa.

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