Capítulo 83

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— Sophia, eu queria muito conhecer você. — Disse Henry assim que Sophia e Dominic saíram do pequeno altar.

— Esse é Henry. — Dominic se adiantou apresentando-o, pois percebeu que Sophia tinha ficado um pouco confusa com a abordagem de uma pessoa desconhecida. — E está é Sophia, Henry, minha esposa.

— Muito prazer, senhor Henry. — Sophia calculou que ele tivesse por volta de sessenta anos, com seus cabelos fartos e os olhos castanhos mais alegres que ela já vira. Ela gostou de Henry de imediato, mas o fato de ter sido chamada de "esposa" por Dominic, pela primeira vez, deixou-a tão nervosa, que ela o cumprimentou com formalidade.

— Por favor, somente Henry. Caso contrário, eu serei obrigado a chamar você de senhora ... quero dizer, senhora Spencer. — Ele se corrigiu prontamente, percebendo a confusão que fizera dos sobrenomes, deixando Dominic em alerta.

— Mas senhora Spencer é a mãe de Dominic. — Sophia o corrigiu sorrindo.

— Henry trabalha na minha família há muitos. — Comentou Dominic. — Especificamente para meu avô, que mesmo falecido parece que continua sendo seu patrão, não é Henry? — Ele indagou com ironia.

Observador, Henry estudou Sophia, como se não soubesse ao certo de que maneira se comportar diante da jovem que acompanhou a vida a distância, durante tantos anos, a pedido seu falecido patrão.

— Você chegou ontem junto com Dominic e Alexander? — O sorriso de Sophia era contagiante e o fato dela tentar manter uma conversa com Henry, querendo que ele se sentisse à vontade ali, era mais uma prova que o avô de Dominic estava certo ao arranjar aquele casamento.

— Sim. — Ele confirmou. — Mas depois de ajudar Dominic com a preparação do restaurante, eu voltei direto para o hotel.

— Então também tenho que agradecer a você pela surpresa. Estava tudo lindo.

— Que bom que você gostou. Espere até chegar na cobertura.

— Henry! Que boca de trapo! — Exclamou Dominic, pois era outra surpresa para Sophia. — Você não acha que já monopolizou a noiva demais?

— Por favor, Dominic. Eu nem escutei o que Henry disse. — Sophia piscou para Henry, fingindo não ter escutado nada para não estragar a outra surpresa que ela teria. — Vamos aproveitar a festa.

— Adorarei comemorar com você e Dominic. — Henry tomou as mãos dela nas suas e sorriu.

Animada, Sophia apanhou um copo de vinho de uma bandeja passada por um garçom e se dirigiu para cumprimentar os seus amigos próximos que estavam todos presentes, deixando Dominic com Henry.

Assim que ela se afastou, Henry virou-se para Dominic.

— Tenho quase certeza que não preciso falar isso, mas uma Sophia Sinclair vale mais do que mil , você não acha Dominic?

Dominic observou Sophia, que dançava completamente à vontade com seus amigos.

— Sophia não pode ser comparada a Isabella, pois não se parece em nada com ela. Eu dei um cartão de crédito a Sophia e ela não comprou nada. Isabella compraria o mundo. Charles e a senhora gostam muito de Sophia, assim como todos os funcionários da cobertura, exceto pela senhora Davies que é devota a Isabella. Sem falar em Felip Hayes, que parece completamente apaixonado por ela, arriscando bater de frente comigo.

— E você?

— Eu o que? — Indagou Dominic sem tirar os olhos de Sophia.

— Não está apaixonado por ela?

— Claro que não! — Exclamou Dominic. — Sophia é um meio para chegar a um fim, Henry. Nem pense que meu avô vai sair ganhando nessa história.

— Seu avô já está morto, Dominic. — Lembrou Henry.

— Mesmo assim arrumou um jeito de perturbar minha vida.

Dominic observou Sophia largar o copo vazio e apanhar outro, dançando animada com seus amigos. Qual seria a reação dela ao saber de tudo? Todos as mentiras? Pensou Dominic aflito, pois era tarde demais para se preocupar com isso agora.

— Você não parece, exatamente, o mais feliz dos noivos agora que conseguiu tudo que queria. — Henry comentou, notando-lhe a expressão sombria.

— Nunca estive mais feliz... — Dominic replicou com amargura e se afastou, a fim de cumprimentar convidados cujos nomes desconhecia.

Enquanto a festa prosseguia, Dominic sentia-se cada vez mais dividido entre a culpa e a necessidade de cumprir as cláusulas do testamento. A simplicidade e a sinceridade do ambiente contrastavam com a complexidade de seus sentimentos, deixando-o em um estado de constante inquietação. Sophia, por outro lado, irradiava felicidade, sem saber das sombras que pairavam sobre seu casamento.

— Agora é o momento em que você vai levar minha menina para longe de mim... — Tia Mary falou com a voz emocionada, quando Dominic e Sophia vieram se despedir dela, pois partiriam ainda naquela noite para Manhattan.

— Tia Mary, por favor, não fale assim... desse jeito, eu não vou conseguir ir embora. — Sophia abraçou sua tia com carinho.

— Senhora Mary, Manhattan não é tão longe assim e sempre que a senhora quiser visitar Sophia, eu posso mandar meu motorista aqui. — Dominic disse, tentando amenizar a tristeza evidente da velha senhora.

— Não posso deixar minha fazenda sozinha, rapaz. — Tia Mary falou num tom como se chamasse atenção de Dominic. — E nem pretendo atrapalhar a vida de dois recém-casados.

— Eu pretendo. — Brincou Tiffany. — E quero um quarto só para mim naquela cobertura incrível. Agora, eu tenho uma amiga que mora em Manhattan. — Ela comemorou.

— Você sempre será benvinda, Tiffany. — Sophia também abraçou sua amiga e voltou a falar com sua tia. — Mas a fazenda não vai ficar sozinha. Temos Will e as duas funcionárias que começaram a trabalhar aqui essa semana, tia Mary.

Para Sophia, ter aquelas três pessoas com sua tia na fazenda era um verdadeiro conforto e tudo graças a Dominic, que podia arcar com aquelas despesas. Apesar de tudo isso, tia Mary e Sophia nunca tinham se separado por mais de uma final de semana e agora, Sophia ia morar em outra cidade.

— E eu também vou estar aqui, Sophia! — Tiffany disse se sentido esquecida. — Para o que tia Mary precisar.

— Tem razão, minha querida, mas vou sentir demais sua falta aqui.

Ambas se abraçaram novamente para se despedir, Sophia já tinha tirado o vestido do casamento e colocado um outro vestido mais simples, ideal para viajar até Manhattan. Não estava levando nenhuma outra roupa, pois Dominic disse que o carro estava bastante cheio com Henry e Alexander, que depois mandava pegar as coisas dela. 

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