Capítulo 123

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No outro dia, Dominic acordou sozinho no quarto de hotel de Sophia, sentindo o vazio ao seu lado na cama. O sol da manhã filtrava-se pelas cortinas semiabertas, lançando um brilho suave sobre os lençóis desarrumados. Ele passou a mão pelo espaço vazio onde Sophia deveria estar, sentindo a ausência dela como um peso em seu peito. Com um suspiro profundo, ele se sentou na beira da cama, esfregando os olhos e tentando afastar a névoa do sono.

Seus cabelos estavam desordenados, e a barba por fazer adicionava um ar de vulnerabilidade à sua habitual aparência impecável. Olhando ao redor, ele notou a toalha úmida jogada no chão e o roupão pendurado descuidadamente na cadeira, lembranças silenciosas da noite passada. Dominic sentiu uma mistura de frustração e tristeza ao perceber que Sophia havia partido sem uma palavra, deixando-o sozinho para enfrentar a realidade de seus sentimentos e a incerteza do futuro.

Levantando-se lentamente para ir ao banheiro, Dominic notou um pequeno pedaço de papel dobrado sobre a mesa de cabeceira. Com o coração acelerado, ele pegou o bilhete e o desdobrou, reconhecendo imediatamente a caligrafia delicada de Sophia.

"Dominic,

Eu não consigo resistir a sua presença dominante, ao seu charme, e talvez seja porque sou inexperiente em termos de relacionamento. A noite passada foi intensa e maravilhosa, mas não muda o fato de que eu não confio mais em você. Para mim, isso é a base de qualquer relacionamento. Cada vez que estamos perto um do outro, sinto-me vulnerável e incapaz de pensar claramente. Por isso, peço que não me procure mais. Preciso de tempo e espaço para reconstruir minha vida e minha confiança, sem você. Espero que me entenda.

Sophia."

Dominic sentiu um aperto no peito ao ler as palavras dela. Ele passou os dedos pelo papel, como se pudesse sentir a presença de Sophia através das letras. A frustração e a tristeza se misturaram em seu interior, enquanto ele se perguntava como poderia reconquistar a confiança dela e provar que seus sentimentos eram verdadeiros. Com um suspiro profundo, ele dobrou o bilhete e o guardou no bolso, determinado a encontrar uma maneira de corrigir seus erros, mesmo que isso significasse respeitar o pedido dela por agora.

Desde aquele encontro, uma semana se passou e Sophia não teve mais notícias de Dominic. Realmente, parecia que ele finalmente ia deixá-la seguir sua vida, até que Sophia recebeu uma visita totalmente inesperada. Ela sabia que Henry tinha trabalhado para o avô de Dominic, pois seu marido ou ex-marido tinha o apresentado dessa forma, quando ela o conheceu no dia do seu casamento, mas não tinha ideia do que ele tinha ido fazer na fazenda, quando Will trouxe ele até o escritório de Sophia.

— Como vai Henry? — Ela o cumprimentou dessa maneira, pois lembrou que ele já tinha pedido que não o chamasse de "senhor".

Henry inclinou a cabeça em um leve aceno, seus olhos brilhando com uma gentileza contida.

— Olá, Sophia, eu estou bem e você? — Ele respondeu de maneira educada, ajustando os óculos sobre o nariz.

— Estou bem também. — Sophia sorriu, indicando uma cadeira de frente para ela com um gesto suave da mão. — Por favor, sente-se. — Ela disse, enquanto Will, seu assistente, se retirava da sala.

— Qualquer coisa é só me chamar patroa. — Respondeu Will atento a Henry, sabendo muito bem que em qualquer situação, aquele velho estaria do lado de Dominic.

Assim que Will saiu, Sophia voltou sua atenção para Henry, seus olhos curiosos e ligeiramente desconfiados.

— Bem, nós estamos bastante longe de Manhattan somente para uma visita cordial. — Ela começou de forma gentil, mas firme.

— Tem razão. — Henry assentiu, cruzando as mãos sobre o colo. — Pensei muito antes de vir aqui, menina. Evitei bastante me intrometer nesse assunto, para não parecer que estou tomando partido de Dominic porque não estou. — Ele falou tranquilo.

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