Capítulo 102

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Por diversas vezes, Dominic ligou no celular de Sophia e ela não atendeu. Ele já tinha voltado para cobertura e nada da sua esposa chegar em casa. Já tinha quase uma hora que ele tinha ido embora da festa de aniversário de Felip e nenhum sinal de Sophia. De repente, Dominic se tocou que Sophia não dirigia e ela com certeza devia estar com Charles, que agora tinha a função de motorista pessoal dela. Imediatamente, ele ligou para o funcionário que também não atendeu a ligação, mas lhe mandou uma mensagem quase no mesmo instante.

"Senhor Dominic, fique tranquilo, a senhora Sophia está comigo, no carro. Ela saiu da festa e pediu para eu dar uma volta pela cidade. Daqui a pouco, ela deve pedir para voltamos para cobertura."

Charles.

Ao ler a mensagem, Dominic sentiu como se uma onda de alívio inundasse seu corpo. Seus ombros relaxaram, e ele soltou um suspiro profundo, como se estivesse liberando todo o ar preso em seus pulmões. A rigidez em sua expressão suavizou-se, e seus olhos, antes cheios de preocupação, agora brilhavam com um misto de alívio. Sabendo que não seria um bom momento para conversa com Sophia. Ele resolveu deixar a conversa para depois e ir dormir.

Por mais de vinte minutos, Dominic ainda ficou rolando na cama sem sono. Estava ansioso para ver Sophia no outro dia. Queria falar para ela que agora tudo seria diferente entre os dois. Obviamente, ele ainda não poderia contar toda verdade sobre o testamento do seu avô e o real motivo de ter ido para Skaneateles. Contudo, agora, o casamento deles seria para valer. Ele não seria mais um marido distante, perdido em seus próprios conflitos e remorsos. Dominic decidiu que iria se dedicar de verdade ao relacionamento deles, mostrando a Sophia que seu amor era genuíno e que ele estava disposto a lutar por eles.

Enquanto seus pensamentos vagavam, ele imaginava a expressão de Sophia ao ouvir suas palavras sinceras, o brilho em seus olhos quando percebesse que ele estava comprometido em fazer o relacionamento funcionar. Dominic sabia que não seria fácil, que teria que superar as barreiras que ele mesmo havia erguido entre eles, mas estava determinado.

Virando-se na cama, Dominic olhou para o teto, e um sorriso suave surgiu em seus lábios ao pensar no futuro que poderiam construir juntos. A ansiedade que antes o consumia agora dava lugar a uma sensação de esperança e propósito renovado. Ele finalmente encontrou a paz em sua decisão, e com isso, seu corpo começou a relaxar, permitindo que o sono finalmente o envolvesse. Amanhã seria um novo começo, e Dominic estava pronto para fazer tudo o que fosse necessário para provar a Sophia que ela era a mulher da sua vida.

— Bom dia senhora Sophia. — Cumprimentou Olivia assim que viu sua patroa chega na loja de flores logo cedo.

— Bom dia Olivia. — Respondeu Sophia um pouco cansada por ter ido dormir muito tarde ontem. — As tulipas dos arranjos da senhora Patty já chegaram?

— Sim. — Confirmou Olivia. — Assim que a senhora saiu ontem, elas foram entregues. Já estão lá atrás, na sala de confecção dos arranjos.

— Perfeito. Vou começar a montar isso agora mesmo. Por favor, avise a Emily, quando ela chegar, para ir falar comigo. Vou precisar e ajudar nessa montagem por serem muitas unidades.

— Claro.

Depois de deixar sua bolsa em seu escritório, Sophia seguiu para a sala de montagem de arranjos de flores. O ambiente era um espaço encantador e organizado, repleto de cores e fragrâncias. As paredes eram adornadas com prateleiras de madeira clara, onde se alinhavam vasos de diferentes tamanhos e formas, além de ferramentas essenciais como tesouras de poda, fitas e arames florais. No centro da sala, uma grande mesa de trabalho de madeira rústica estava coberta por uma variedade de flores frescas, desde rosas e lírios até orquídeas e girassóis, cada uma exalando seu perfume único.

A luz natural entrava generosamente pelas amplas janelas, iluminando o espaço e destacando as cores vibrantes das flores. Em um canto, um pequeno refrigerador mantinha as flores mais delicadas em condições ideais, enquanto um quadro de cortiça na parede exibia esboços de arranjos, pedidos de clientes e inspirações florais. Vasos de vidro e cerâmica, já preparados com espuma floral, aguardavam para serem preenchidos com as criações de Sophia.

Com um olhar determinado e mãos habilidosas, Sophia começou a selecionar as flores, cortando os caules em ângulos precisos e organizando-as com cuidado. Cada movimento era feito com precisão e carinho, refletindo sua paixão e dedicação ao ofício. A sala de montagem de arranjos de flores era um verdadeiro santuário de criatividade e beleza, onde Sophia transformava simples flores em obras de arte vivas.

Sophia estava tão imersa em seu trabalho que não percebeu a presença de alguém entrando na sala de montagem de arranjos de flores. O som suave da porta se abrindo e fechando passou despercebido enquanto ela ajustava meticulosamente cada flor em seu lugar. Com os olhos fixos no arranjo à sua frente, ela ouviu passos leves se aproximando e, sem levantar o olhar, presumiu que fosse Emily, sua assistente.

— Emily, você pode me passar aquelas fitas de cetim rosa? — Pediu Sophia, sua voz suave e concentrada.

Não houve resposta. Estranhando o silêncio, Sophia finalmente levantou os olhos, esperando ver o rosto familiar de Emily. Para sua surpresa, não era Emily quem estava ali. Em vez disso, Isabella, com seu ar de superioridade e um sorriso enigmático, estava parada à sua frente.

— Isabella? — Sophia exclamou, a surpresa evidente em sua voz e expressão. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, e ela sentiu um frio na espinha ao perceber a presença inesperada da mulher que sempre a fazia sentir-se desconfortável.

Impecavelmente vestida e com um olhar avaliador, Isabella observava Sophia com uma mistura de curiosidade e desdém. O contraste entre a elegância sofisticada de Isabella e o ambiente rústico e acolhedor da sala de montagem de arranjos de flores era marcante. Sophia, ainda segurando uma rosa delicada em suas mãos, sentiu seu coração acelerar, tentando entender o motivo da visita inesperada.

— O que você está fazendo aqui? — Sophia perguntou, tentando manter a compostura, mas não conseguindo esconder completamente a inquietação em sua voz.

Isabella deu um passo à frente, seus olhos brilhando com uma intensidade que fez Sophia se sentir ainda mais vulnerável. A tensão no ar era palpável, e Sophia sabia que aquela visita não traria boas notícias.

— Eu vim contar toda verdade para você. 

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