Capítulo 12

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Seguindo as instruções de Tiffany, Dominic chegou rapidamente à fazenda de Mary. De fato, a casa era simples e pequena, mas exalava um charme rústico que capturava imediatamente a atenção de quem a via. A fachada, pintada de um branco desgastado pelo tempo, contrastava harmoniosamente com as janelas de madeira envernizada, cujas cortinas de renda esvoaçantes sussurravam histórias de um lar acolhedor. O telhado de telhas antigas, embora parecesse frágil, tinha resistido bravamente às intempéries, protegendo a morada e seus habitantes com uma determinação silenciosa.

A volta da casa, um imenso jardim de rosas se estendia por uns 150m, um mar de pétalas de cores vibrantes que dançavam ao sabor do vento. Cada roseira era um testemunho do cuidado meticuloso e da dedicação de Mary e Sophia. As rosas, com seus espinhos e delicadezas, pareciam refletir a própria essência de suas cultivadoras: uma mistura de força e sensibilidade, de tradição e paixão.

Dominic observou o portão de ferro forjado que dava acesso ao jardim e não pôde deixar de se sentir tocado pela atmosfera de paz e beleza que o cercava. O caminho de pedras que levava à porta da frente era ladeado por canteiros repletos de rosas de diversas espécies, cada uma mais encantadora que a outra. O aroma doce e envolvente preenchia o ar, uma fragrância que parecia capaz de suavizar corações endurecidos e trazer um momento de tranquilidade para almas agitadas.

Ao se aproximar do portão, Dominic notou que tudo parecia bastante calmo e silencioso.

— Estranho... — Comentou Dominic para o motorista que o acompanhava, enquanto desligava o motor do carro. — Parece não haver ninguém em casa. Você viu algum movimento?

Charles, um homem de meia-idade com um olhar perspicaz, desceu do carro, olhando ao redor antes de responder.

— Não, senhor Dominic. Tudo quieto como um túmulo desde que chegamos. Talvez estejam nos fundos da casa.

— Bem, já que estou aqui, vou dar uma olhada ao redor. A jovem da loja de flores ficou de informar nossa visita.

O motorista acenou, compreensivo.

— Quer que eu espere aqui fora, senhor?

— Sim. — Dominic respondeu, abrindo o antigo portão de ferro. — Não demoro.

Com passos decididos, Dominic caminhou pelo caminho de pedras, admirando a ordem e a beleza das rosas que pareciam saudá-lo em seu percurso.

Ao chegar à porta da frente, ele bateu suavemente, esperando algum sinal de vida dentro da casa. Nada. Bateu uma segunda vez, um pouco mais forte, e ainda assim, o silêncio era a única resposta.

Decidido, ele tentou a maçaneta e, para sua surpresa, a porta estava destrancada. Dominic adentrou a casa, analisando tudo com atenção.

— Bom dia?! — Ele falou para chamar atenção de qualquer pessoa que estivesse em casa.

O interior da casa era tão acolhedor quanto o exterior sugeria. A sala de estar, à sua direita, era decorada com móveis de madeira maciça e estofados em tons claros, que evocavam uma sensação de conforto e tradição.

— Senhora Mary? — Ele chamou, avançando para a cozinha, onde um bule de chá ainda morno sobre o fogão indicava que não fazia muito tempo que alguém estivera ali.

Uma porta aberta, nos fundos da cozinha, chamou atenção de Dominic. Ela dava para os jardins dos fundos e ele decidiu seguir por ali, pensando que talvez encontrasse alguém lá fora. Ao sair, foi recebido por uma brisa fresca que carregava consigo o perfume misturado de terra molhada e rosas. O sol da manhã banhava o jardim, realçando o contraste das cores vibrantes das flores com o verde intenso da grama.

Caminhando cautelosamente, Dominic seguiu pelo jardim, quando seus olhos se depararam com uma cena que parecia emergir diretamente de uma pintura clássica. À sua frente, uma jovem estava de costas para ele, completamente absorta em sua tarefa. Ela estava agachada, com as mãos delicadas cuidando das rosas com uma atenção e carinho que só poderiam ser descritos como uma verdadeira obra de amor. O sol brilhava intensamente, banhando a cena em uma luz dourada que parecia abençoar aquele momento.

Um longa trança de cabelos ruivos brilhantes, caia pelas suas costas parando um palmo antes da cintura. A jovem vestia um simples vestido branco de algodão, que caía suavemente sobre sua silhueta, movendo-se com a brisa como se fosse parte da própria natureza ao seu redor. O tecido, embora simples, destacava sua figura de maneira elegante e atemporal, evocando uma sensação de pureza e simplicidade que era raramente encontrada no tumulto do dia a dia.

Para proteger seu rosto dos raios solares, ela usava um enorme chapéu de palha de abas largas. O chapéu não era apenas um acessório funcional, mas também um complemento estético ao seu visual, adicionando um toque de mistério e elegância. As abas largas lançavam sombras delicadas sobre seu rosto, ocultando parcialmente suas feições e conferindo-lhe um ar de enigma.

Em silêncio, Dominic observou-a por um tempo, foi quando a jovem se levantou e de repente, girou para ficar de frente para ele, se assustando na mesma hora com a presença de um estranho em seu jardim.


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