Depois do almoço, Sophia e Tiffany retornaram para Skaneateles sem maiores contratempos. Quem andava de um lado para o outro, ansiosa pela volta de Sophia, era tia Mary. Obviamente, ela sabia que nada de grave tinha acontecido, pois falava com Sophia diariamente. Contudo, alguma coisa dentro do seu íntimo dizia que Dominic só queria se aproveitar da sua protegida e ela estava a posto, somente esperando para juntar os caquinhos do coração de Sophia.
Assim que o motorista parou na frente da fazenda, tia Mary apareceu para recepcionar Sophia e Tiffany. Charles retirou somente a malinha de Sophia, pois Tiffany iria aproveitar a carona para ficar dentro da cidade.
— Tiffany, tem certeza de que não vai ficar para lanchar com a gente? — Indagou tia Mary animada para saber tudo do final de semana. — Eu posso levar você depois na cidade.
— Não, tia Mary. Obrigada pelo convite. — Respondeu Tiffany. — Eu quero ver como ficou a lojinha de flores na minha ausência. Minha vizinha é um pouco doidinha. — Brincou ela já voltando para o carro de Dominic.
Depois que Tiffany foi embora, Sophia e tia Mary entraram na casa. A fazenda de rosas estava em plena floração, e o aroma doce das flores preenchia o ar. Tia Mary, sempre atenta, observava cada movimento de Sophia, procurando sinais de qualquer coisa que pudesse ter dado errado durante o fim de semana.
— Então, querida, como foi o seu final de semana? — Perguntou tia Mary, tentando parecer casual enquanto servia chá na cozinha.
Sophia, com um sorriso radiante, sentou-se à mesa e começou a falar animadamente.
— Foi maravilhoso, tia Mary! — Exclamou ela. — Dominic foi tão atencioso e gentil. Ele me levou para conhecer alguns lugares incríveis em Manhattan. E a cobertura dele é simplesmente deslumbrante!
Tia Mary arqueou uma sobrancelha, ainda desconfiada, mas manteve o tom de voz neutro.
— Que bom que você se divertiu, Sophia. — Disse ela, tentando esconder sua preocupação. — E como foi a convivência com Dominic? Ele te tratou bem?
— Sim, ele foi um perfeito cavalheiro. — Respondeu Sophia, com os olhos brilhando. — Ele me fez sentir tão especial. Nós saímos para jantar, fomos ao Central Park. No sábado, nós fomos a inauguração de uma boate, mas antes ele mandou a assistente dele comprar alguns vestidos para que eu pudesse usar no evento.
— Ele não avisou você desse evento? — Indagou tia Mary.
— Não. — Sophia respondeu negando com a cabeça.
— Então, de fato, era importante que ele providenciasse as roupas certas para você...
— Mas eu nem usei... — Sophia falou, interrompendo tia Mary. — Acabei indo com meu vestido verde do Natal, que a senhora me deu. — Ela omitiu a parte do acidente com o vinho. O vestido já estava limpo e ela não achou necessário contar aquilo.
Tia Mary sorriu, mas por dentro, sua desconfiança só aumentava. Tudo era perfeito demais, Dominic era gentil demais e nada a fazia acreditar que um homem sofisticado como ele fosse levar Sophia a sério.
— Fico feliz em ouvir isso, querida. — Disse ela, tentando manter a voz calma. — Mas você sabe, Sophia, que nem tudo que reluz é ouro. É importante manter os pés no chão e não se deixar levar pelas aparências.
Sophia assentiu, mas seu entusiasmo não diminuiu.
— Eu sei, tia Mary. — Ela disse com um tom mais sério. — Mas Dominic realmente parece ser diferente. Ele se preocupa comigo e faz questão de me incluir em tudo. Eu sinto que ele está sendo sincero.
Tia Mary suspirou, ainda não completamente convencida, mas decidiu não pressionar mais Sophia naquele momento. Ela sabia que precisava dar um voto de confiança à sobrinha, mesmo que seu instinto lhe dissesse o contrário.
— Bem, querida, o importante é que você esteja feliz. — Disse tia Mary, com um sorriso suave. — Só quero que você saiba que estou aqui para você, sempre. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar ou me contar nada.
— E acho que se ele quisesse só se divertir comigo, ele tentaria... ele tentou, mas ... — Sophia se interrompeu, lembrando de Dominic recusando-se a fazer sexo com ela.
— Ele tentou o que? — Perguntou tia Mary aflita já imaginando o que seria.
— Na sexta, eu fui para o quarto de Dominic... — Começou Sophia com bastante cautela, observando as expressões de tia Mary. — Eu queria ficar com ele tia, mas quando ele soube que eu era virgem, ele se afastou completamente.
— Como assim? — Tia Mary questionou intrigada com a atitude de Dominic.
Claro que ela achou ótimo que o relacionamento deles, ainda tão incipiente, não tivesse dado esse passo, mas o fato de Dominic se recusar a transar com Sophia ia de encontro contra tudo que tia Mary esperava dele, pois ela tinha certeza de que depois disso, ele esqueceria Sophia.
— Ele disse primeira vez de uma mulher é muito importante, que tinha que ser num momento especial... — Sophia falou torcendo a boca de lado e dando de ombros.
— Eu não esperava isso daquele rapaz. — Tia Mary respondeu abismada. — Tenho que confessar que ele ganhou pontos comigo com essa atitude.
— As vezes, eu tenho a sensação de que é como se alguma coisa, na consciência dele, o impedisse de ter algo mais intenso. — Sophia falou olhando para o nada, pensativa.
— "Na consciência dele." — Repetiu tia Mary como se estivesse zombando. — Claro, porque na sua, não! Não é bonito se atirar para o rapaz, Sophia. — Repreendeu tia Mary. — Não sabia que você era tão oferecida assim...
— Não sou oferecida, tia Mary. — Sophia deu uma risada, sem esperar aquela reposta da sua tia. — Mas eu gosto dele. Acho que já estou apaixonada.
— Tudo bem, querida... É seu primeiro amor. — Respondeu tia Mary, emocionada.
As duas se abraçaram, e tia Mary sentiu um aperto no coração. Ela só queria proteger Sophia de qualquer dor, mas sabia que não podia controlar tudo. Enquanto observava a sobrinha se afastar para o quarto, ela rezou silenciosamente para que Dominic fosse realmente o homem que Sophia acreditava que ele era.
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Sedução e segredos
RomanceDominic Harrington, um magnata implacável, vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando o último desejo do seu avô o obriga a casar-se com Sophia, uma desconhecida de beleza única. O plano de Dominic parece simples: Casar, herdar e abandonar. Con...