Capítulo 90

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Na segunda-feira, depois do café da manhã, Sophia e Dominic seguiram juntos para o empresarial . Naquele dia, Sophia teria uma reunião com a senhora Henderson para entender como funcionava a loja de flores Blooming Elegance. Dominic não estava brincando quando disse a Sophia que a lojinha seria dela e ela estava animada com aquele desafio.

A ideia de gerenciar uma loja de flores em Manhattan era ao mesmo tempo assustadora e empolgante. Ela sabia que seria um grande desafio, mas também uma oportunidade incrível para crescer e aprender. A confiança que Dominic depositava nela ao deixar o negócio em suas mãos a fazia sentir-se valorizada e capaz.

— Eu sei que não tenho experiência com lojas, mas estou determinada a fazer isso dar certo. — Sophia disse, enquanto organizava suas anotações. — Vou aprender tudo o que for necessário.

— Não se preocupe, querida. — Disse a senhora Henderson, com um sorriso encorajador. — Eu estarei aqui para ajudar você em tudo o que precisar.

Sempre muito gentil, a senhora Henderson havia administrado a pequena loja desde sua abertura e conhecia todos os detalhes do negócio. Ela seria uma mentora para Sophia, oferecendo orientação e apoio em cada passo do caminho, seguindo o único pedido de Dominic: Sophia não podia saber que a loja tinha sido aberta a poucos meses.

— Obrigada, senhora Henderson. — Sophia respondeu, com um sorriso sincero. — Sua ajuda significa muito para mim.

De fato, Sophia sentia-se grata por ter alguém como a senhora Henderson ao seu lado. O fato de ter presença dela sempre que precisasse trazia uma sensação de segurança e conforto, algo que Sophia precisava enquanto se adaptava à vida na cidade grande.

Os dias seguintes foram intensos, com Sophia mergulhando de cabeça no mundo dos negócios. Ela passou horas aprendendo sobre gestão de estoque, atendimento ao cliente e marketing. Cada nova descoberta a deixava mais animada e motivada, sentindo-se mais integrada à vida em Manhattan. A loja de flores se tornou seu refúgio, um lugar onde ela podia se concentrar e se sentir útil. A responsabilidade de gerenciar o negócio a ajudava a lidar com a distância emocional que sentia de Dominic e a manter sua mente ocupada.

Desde que tinha voltado da lua de mel, Dominic estava cada vez mais absorto em seus próprios problemas. As responsabilidades da empresa e as complicações com a pressão de Isabella o consumiam, deixando pouco espaço para qualquer outra coisa. Ele passava longas horas no escritório, muitas vezes chegando tarde em casa, o que só aumentava a sensação de distância entre ele e Sophia.

— Você está indo muito bem, Sophia. — A senhora Henderson elogiou, enquanto observava Sophia organizar um novo arranjo floral. Tinha resolvido passar na loja para dar uma olhada em como Sophia estava se saindo. — A loja nunca esteve tão bonita.

— Obrigada, senhora Henderson. — Sophia respondeu, com um sorriso. — também tem ajudado bastante. — Ela elogiou as duas vendedoras.

Em menos de duas semanas com a presença de Sophia, a loja começou a atrair mais clientes, encantados pela dedicação e pelo toque pessoal que ela colocava em cada arranjo. Sophia se sentia realizada ao ver a satisfação dos clientes e ao saber que estava contribuindo para o sucesso do negócio.

— Tia, você tem que vir conhecer a loja de Dominic. — Sophia ainda não se sentia à vontade para falar "minha loja". — Eu adoro trabalhar lá. Ajuda tanto a ocupar meu dia aqui na cidade. — E não ficar pensando besteira. Obviamente, Sophia não falou isso a sua tia.

— Querida, eu não posso deixar a fazenda abandonada na mão de Will e das meninas. — Quando tia Mary falava "as meninas" ela se referia as duas empregadas que Dominic contratou para que ela não ficasse sozinha. — Mas fico feliz que você esteja gostando.

— Meu Deus, tia. A fazenda não vai ficar abandona na mão de três pessoas. — Sophia deu uma risada do exagero de tia Mary.

— Enfim, você entendeu o que eu quiser dizer.

Ambas se falavam com frequência pelo telefone e isso ajudava a Sophia a matar um pouco da saudade de casa.

— Já tem duas semanas que eu voltei da lua de mel e não tive oportunidade de mandar os presentes que comprei para você e Tiffany, mas vou ver com Dominic quando Charles pode levar isso.

— Não precisava comprar nada, Sophia. — Resmungou tia Mary não querendo que Sophia gastasse dinheiro com ela. — Eu tenho tudo que preciso aqui. E como andam as coisas entre você e seu marido? — Ela sempre fazia aquela pergunta exprimindo preocupação.

— Está tudo bem tia. — Sophia agradeceu por estar falando com tia Mary por telefone, caso contrário, ela ia perceber que tinha alguma coisa errada. — Dominic trabalha demais e eu também, mas estamos felizes.

— Qualquer coisa, você sabe que pode contar comigo, não é minha querida?

— Eu sei, tia Mary. Sempre soube. — Sophia respondeu alegre. — E Tiffany? Tem ido até a fazenda ver a senhora? — Questionou Sophia querendo mudar de assunto.

— Aquela menina vai sumir de tão magra!

Pouco tempo depois, Sophia encerrou a ligação com sua tia e desceu para sala para esperar Dominic chegar. Já era por volta das nove horas da noite e mais cedo, ele tinha dito que queria ter uma conversa com ela. Não adiantou o assunto e por isso Sophia estava super ansiosa.

O assunto que Dominic precisava falar com Sophia e estava evitando, desde que voltaram das Maldivas, é que ela fosse ao médico para ter a comprovação da consumação, mas obviamente que ele não podia contar nada sobre aquilo por conta das cláusulas do testamento. Dessa forma, ele tinha que inventar mais uma mentira para Sophia e isso o estava incomodando profundamente.

Para o advogado do seu avô, Alexsander Sterling, que quase todo dia cobrava isso dele, o assunto era muito simples. Era só Dominic dizer a Sophia que queria que ela fosse ao médico para verificar se estava tudo bem para ela engravidar. No consultório, o próprio médico faria perguntas relativa à frequência sexual deles e isso já seria suficiente para comprovar a consumação do casamento.

— Dominic, por favor. — Pediu o advogado aflito para ter todos os documentos reunidos e concluir todo processo de herança. — Você inventou que vendia rosas, fez a moça de apaixonar por você, se casou com ela... pedir para ela ir ao médico é o mínimo dentre tudo que você já fez.

— Inventar que quero ter filhos com ela é o problema, Alexander. — Explicou Dominic. — Iludir ela a esse ponto é mais cruel ainda.

— Bem, eu só acho que você já foi longe demais para nadar, nadar e morrer na praia. Resolva logo isso. Não podemos ter brechas nesse processo. Isso envolve uma herança de bilhões de dólares.

— Eu sei, Alexander. Vou resolver isso hoje à noite. — Dominic respondeu determinado. 

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