Capítulo 48

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Manhã. Dormitório.


— Vocês já ouviram falar a respeito de imunidade?

Jayden e Mael se inclinam um pouco para fora de suas camas para olhar para mim.

— Imunidade? — Pergunta Jayden.

Faço que sim com a cabeça.

— Onde você ouviu essa palavra? — Pergunta Mael. Sua voz tem um tom estranho. Um tom quase de ameaça.

Lanço um olhar para Jayden, e ele faz um gesto negativo com a cabeça.

— Ouvi por aí. Porque?

O namorado de Jayden aponta um dedo para mim.

— Imunidade é uma palavra poderosa e perigosa, Harlan — diz ele. — Não é algo que se ouça em qualquer lugar. Quem falou a respeito disso?

— Ninguém, Mael. — Digo, sério.

— Vou lhe dizer uma coisa, Harlan — ele é incisivo, me olhando com uma firmeza que eu não sabia que tinha. — É melhor não falar essa palavra em nenhum lugar, para ninguém. A não ser que você queira arranjar mais problemas do que já tem.

— Pode deixar. Eu sei tomar conta de mim mesmo.

Ele concorda.

Jayden parece perdido por apenas um instante.

— Mael, porque não vai tomar banho? — Pergunta.

O garoto olha para nós dois e nos analisa. Depois, desce de sua cama e anda pelo corredor formado pelas beliches, sem falar nada.

— Certo, Harlan. Onde foi que você ouviu isso?

— Kali e eu matamos, sem querer, um programador, ontem à noite — digo. — Ela o forçou a usar energia vital para rodar um galpão de atualização... a gente tentou fazer a atualização à força. Mas ele morreu antes de conseguir fazer qualquer coisa, por conta da quantidade de energia necessária. Mas, antes de morrer, ele disse que não conseguiria fazer a atualização, de qualquer forma, porque não era imune.

Jayden ergue as duas sobrancelhas, pasmo.

— Você está louco? — Ele pergunta, embasbacado. — Vocês mataram um programador?

— Tecnicamente, pode ser considerado um acidente — eu digo, em voz baixa. Olho em volta, pensando em o quão perigoso é o que estamos falando, caso alguém nos ouça. — Ele será substituído por um curinga.

Ele cruza os braços e balança a cabeça.

— Harlan, isso está ficando perigoso. Você está obcecado por essa garota.

Respiro fundo.

— Como posso não estar? — Pergunto. — Ela é meu par, meu alvo e minha fatalista. Ela está no centro de tudo que sou e do que posso ser. Se não for atrás dela, agora... se não continuar fazendo o que estou fazendo, vou ter o arco fechado por ela e estarei aceitando isso de bom grado.

Cruzo os braços, também.

— E eu não posso fazer isso.

Ele bota a mão sobre meu ombro.

— Tome cuidado, Harlan —diz Jayden. — A partir de agora, não há mais volta.

Deuses e FerasOnde histórias criam vida. Descubra agora