HELENA: Estou atrapalhando alguma coisa?
DARYL: Helena, não é o que você está pensando!
CASSIDY: Helena, espere!
Ela entre no elevador junto comigo.
CASSIDY: Precisamos conversar.
Ela aperta o botão para parar o elevador, então eu o aperto novamente para o pôr a andar. De repente, as luzes se apagam.
HELENA: Óptimo, agora estamos presas!
CASSIDY: Melhor assim, agora podemos conversar abertamente.
HELENA: Estão me esperando, o Matt ficará bravo comigo se eu demorar.
CASSIDY: Você pode dizer a ele que foi uma emergência familiar.
Eu fico em silencio. Então, ela sabe...
HELENA: Há quanto tempo você sabe quem eu sou?
CASSIDY: Desde o começo, mas eu não tinha certeza.
HELENA: O que você quer dizer?
CASSIDY: Eu reconheci o apartamento quando acordei lá naquela noite.
HELENA: Você já esteve lá?
CASSIDY: Não, mas eu já havia visto em algum lugar, só não lembrava onde.
HELENA: E agora você lembra?
CASSIDY: Sim, eu tenho uma foto do pai em minha carteira, ele está na cozinha, na sua cozinha. E minha mãe disse que eu estive lá quando eu era criança.
HELENA: Ok... Entendo...
CASSIDY: Então, somos irmãs.
HELENA: Aparentemente.
CASSIDY: Você quer fazer um teste para ter a certeza?
HELENA: Não, não precisamos fazer isso, minha mãe reconheceu você.
CASSIDY: Parece que sim... Você pode explicar porquê e como?
Finalmente consegui relaxar, nós duas sorrimos.
CASSIDY: Seria bom se tomássemos um café qualquer dia, você não acha?
HELENA: Sim, eu adoraria.
CASSIDY: Legal, eu também! Eu sei que não tenho sido muito agradável desde que entrei na sua vida... Eu estava stressada, nervosa, perdida, e culpei você...
HELENA: Eu também, e para ser sincera, ainda culpo um pouco.
CASSIDY: Mas eu sou uma pessoa legal!
HELENA: Foi isso que a Lisa me disse.
As luzes voltam, e o elevador começa a se mover, finalmente!
CASSIDY: Vou deixar você voltar para a festa.
HELENA: Obrigada! Você pode vir, se quiser!
CASSIDY: Talvez eu passe lá mais tarde, conheço um pessoal que vai lá. Mas... Helena...
HELENA: Sim?
CASSIDY: Eu não sei como dizer isso, mas suas calças estão sujas de sangue...
Eu olhei para baixo e comecei a gritar, horrorizada.
Quando chego em casa...
LISA: Helena, o que aconteceu? Eu não entendi nada que você disse no telefone!
HELENA: Acho que acabei de sofrer um aborto espontâneo.
LISA: O quê?! Você estava gravida?
HELENA: Sim. Ou não. Na verdade eu não sei.
LISA: Porque você acha que estava gravida?
HELENA: Minha menstruação está atrasada.
LISA: Mas você não estava tomando a pílula?
HELENA: Eu troquei de pílula no mês passado... Será que não foi esse o problema?
LISA: E vocês não usam camisinha?
HELENA: Não mais, paramos de usar depois de fazermos os exames de sangue...
LISA: Certo, então há a possibilidade. Mas porque você acha que sofreu um aborto?
Eu lhe mostro as minhas calças jeans, cheias de sangue.
LISA: Ok... entendo. Pegue um casaco, vamos ao hospital!
HELENA: Obrigada por estar aqui.
LISA: Isso é normal, querida.
Ela me abraça forte e pega meu casaco e minha bolsa.
De regresso a casa...
LISA: Aqui, uma boa xícara de chá vai ajudar.
HELENA: Não acredito que eu fui tão estúpida.
LISA: Esse pânico inicial é normal, Helena.
HELENA: É difícil acreditar que eu estava gravida...