Kwon Sook's P.O.V.
O edifício destoa da arquitetura tradicional das demais construções no centro de Juggi. Sua fachada é moderna, coberta por enormes painéis solares e placas de vidro espelhado, que refletem as nuvens carregadas, os relâmpagos intermitentes e o negrume do céu nublado. As letras metálicas e cromadas sinalizam o nome Kwon & Co. Enterprises.
É um pedaço de Seul perdido no interior.
Há uma praça de concreto há frente do prédio, com esculturas abstratas de metal, e um caminho para a guarita protegida por dois guardas. Jungkook pega seu crachá no porta-luvas, colocando-o no pescoço, mas não precisa mostrá-lo aos rapazes da segurança, porque eles abrem a cancela e acenam para nós. Jungkook acena de volta e manobra o carro, entrando no estacionamento de funcionários no subsolo. Ele se encaminha para a vaga, um espaço vazio ao lado do carro de Appa, e estaciona.
Há uma placa no meio fio, que diz:
Jeon JungkookEstagiário
Lembro-me do dia em que eu mesma pedi para ser estagiária.
— Appa te dá muita moral. — Tiro o cinto de segurança.
— Vantagens de ser enteado do dono. — Jungkook sorri enviesado. — Em compensação, ele me deu o pior chefe que eu poderia ter. — Ele pega a mochila de couro e abre a porta do carro.
— Quem? — Saio logo depois. Jungkook vem até mim, trava as portas e os faróis piscam.
— Min Yoongi.
— Yoongi oppa trabalha aqui? O que ele faz? — Passo uma mão pelo cabelo, instintivamente.
— Além de atazanar minha vida? Não sei. — Ele joga a mochila no ombro. Minha fita ainda está amarrada ao seu zíper.
Seguimos até um elevador. Ele aperta o botão para chamá-lo ao subsolo e arruma a gravata do uniforme. Lembro-me que eu mesma não conferi minha roupa, e baixo o olhar. O verniz dos meus sapatos continua lustroso, e minha saia não tem vincos. Minha blusa não está amarrotada e meu cabelo ainda tem o cheiro bom do xampu. As portas de metal se abrem e eu dou de cara com um espelho. Apesar de pálida, há cor nos meus lábios, por causa do batom que passei mais cedo.
— Ele está aqui hoje?
— Yoongi Hyung? Deve estar. Como eu disse, ele trabalha aqui. — Jungkook alfineta.
Entramos no elevador panorâmico. Há um painel cromado com botões em touch screen ao lado da porta. Jungkook toca o indicador do primeiro andar e uma tela acima do painel pisca. A logomarca da empresa surge em uma animação 3D, com uma mensagem de boas-vindas que se transforma nos indicadores de andar.
Mal sinto a elevação e a luz do dia invade o espaço quando atingimos o térreo.
— Eu saio às quatro. — Uma sineta eletrônica tilinta e as portas do elevador se abrem. — Se quiser almoçar aqui, estamos no andar do restaurante. Se não quiser, tem um shopping aqui do lado. — Ele sai do elevador e segura a porta, para mantê-la aberta. — Pode fazer hora por lá, enquanto eu termino o serviço. Você tem um cartão de crédito, tempo livre e não precisa se preocupar com faturas.
— Pago minhas faturas com o dinheiro da mesada, então, sim, eu me preocupo com elas.
— Sei. — Jungkook ri e estala os dedos em meu ouvido. Bato em sua mão e sorrio.
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Girl Meets Evil
Romance[Não aceito adaptações desta obra] Nasci em Juggi, uma cidadezinha perdida na Coreia do Sul, mas a deixei por não suportar a dor da perda da minha mãe e da minha irmã mais velha. Appa e eu nos mudamos para Seul, que me acolheu e me reergueu como um...