Oh, regresse a mim, minha flor de cerejeiraNão atravesse a noite e se deite na campina
Não me deixe como uma estrela cadente
Não se vá com sua luz infinitaOh, suma do espelho, monstro de olhos negros
Volte no tempo, devolva meu riso
Traga de volta minha luz infinita
Livre-me do ódio, das trevas, do frioEstou no lugar aonde pertenço há tanto tempo
Entre fantasmas e sonhos, subsisto
Min Yoongi está morto por dentro
마지막
Luz infinita - Min Yoongi.
(Criado por Ghost F.A.).Min Yoongi's P.O.V.
Dizem que quando nos encontramos com a morte, tudo fica mais claro.
E é verdade.
É que esse é o ponto final inevitável de qualquer história. É a última cerca que nos divide. A última distância a percorrer, a única verdade definitiva. A morte é implacável. É a última dúvida, a que nunca cessará. Cala os que se vão, abandona os que ficam. Eu sou um desses que ficaram para trás. Sou apenas um buraco vazio, onde deveria haver um coração. Sou um fantasma, o espectro do que deveria ser, a sombra onde deveria haver luz. A tristeza me concebeu em uma noite de trevas e me transformou nesse monstro de olhos negros.
Não me reconheço na frente do espelho.
Não sem Jisoo.
Não sem a vida que emanava em seu suspiro, em seus olhos brilhantes, em sua voz cristalina. Não sem sua coragem. Não sem sua inteligência, a beleza em sua alma. Ela era tudo para mim. Um sonho intocável, uma música que ninguém é capaz de cantar. Antes dela eu não era ninguém, e depois dela nunca serei. Vê-la partir diante de mim me matou um pouquinho a cada dia, até restar nada além desse monstro de olhos negros.
Min Yoongi está morto.
É tudo no que penso agora, enquanto termino meu banho para ir até o casarão dos Kwon. Meus pés descalços deixam um rastro molhado no quarto, ao sair pela porta do banheiro atravessado em vapor. Esfrego os dedos nos cabelos ensopados da nuca e passo a língua pelo lábio inferior para retirar algumas gotas persistentes de água quente. Caminho até a cama de casal desfeita, com travesseiros e colchas alvas. Em algum lugar entre os lençóis há um sutiã de renda que pertence à moça que dormiu aqui.
Puxo lingerie fina entre os dedos e encontro um telefone anotado na alça. Meneio a cabeça lentamente e isolo a peça em algum lugar do quarto. Tento me lembrar do que fiz na noite anterior, depois que cheguei de Tóquio. Fui a um bar com Hoseok e Jimin. Bebemos algumas muitas garrafas de Soju e os dois me contaram as novidades sobre o caso de Sook. Depois de outras muitas garrafas... Lembro-me de voltar para casa em um táxi com uma mulher loira que beijava meu pescoço e descia a mão para além de onde o ambiente permitia.
Passamos a noite juntos.
Acordei há poucos minutos e ela já havia partido. Ao menos não me acordou para se despedir. Fito o sutiã jogado no canto do quarto e cogito a ideia de anotar o número, por causa disso. Bocejo e coço os olhos, para despertar dos devaneios e fazer o que preciso, sem adiamentos. Caminho até o armário, abro uma das portas de correr e observo uma prateleira em especial. Retiro a caixa de madeira branca, pintada com flores de cerejeira, e engulo em seco. Lembro-me das palavras de Jisoo ao me entregá-la.
"Yoonie... Por favor, só entregue isso se um dia ela estiver em perigo."
— Soo... Acho que era disso que estava falando. — Solto o lamento inquieto. As veias azuladas se destacam abaixo da pele pálida das minhas mãos, quando toco a tranca delicada da caixa. Fito o cordão de ouro branco em meu pescoço, com o pingente de chave sobre meu peito nu. — Espero que isso ajude sua irmãzinha de alguma forma. — Digo para o fantasma que eu sei que habita algum lugar por entre minhas cortinas e vigia meu sono, para que os pesadelos não me atormentem tanto.
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Girl Meets Evil
Romance[Não aceito adaptações desta obra] Nasci em Juggi, uma cidadezinha perdida na Coreia do Sul, mas a deixei por não suportar a dor da perda da minha mãe e da minha irmã mais velha. Appa e eu nos mudamos para Seul, que me acolheu e me reergueu como um...