[53] Provocação.

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Min Yoongi's P.O.V.

Jeon Jungkook desfere o primeiro de muitos golpes.

Kim Yugyeom inclina o corpo, toca o próprio rosto e volta a encarar Jungkook. Avança em ímpeto violento, o segura pela gola da camisa e rosna, mostrando os dentes em uma carranca lupina. Jungkook recebe um soco próximo ao ouvido, mas se desvencilha. Empurra Yugyeom contra a mesa de bilhar, que desliza no chão com um ruído estridente e o faz cair sentado.

Ouço o som de vidro se quebrando e o silêncio toma conta da atmosfera tensa.

Jungkook se rebela mais uma vez e parte para cima, fecha o punho e dilacera a bochecha de Yugyeom.

Começo a me perguntar o que estou fazendo aqui. Deus, por que estou aqui? Eu poderia fazer outra coisa, não? Deveria estar me ocupando com o pouco de prazer momentâneo que preenche minha vida vazia. Tocar piano ou dormir para lembrar e reviver Jisoo, ou ir a algum encontro casual com alguma menina que tenho em minha lista de contatos, para esquecer Jisoo. Poderia estar assistindo ao jogo de basquete da NBA ou escrevendo poemas, algo que gosto de fazer. Mas, caralho, eu estou aqui.

Vim porque Park Jimin insistiu e não sou obrigado a ficar.

Não mesmo.

Bocejo no auge da sonolência.

Eu deveria ter ido embora assim que percebi a presença do grande inimigo mortal de Jungkook. Porque era óbvio que os dois se enfrentariam outra vez. Fui burro e idiota. Mereço estar parado e entediado, de braços cruzados, com a sobrancelha arqueada. Vigio as crianças e assisto a pancadaria mais desnecessária da história dessa maldita cidade.

Pondero se devo deixá-los para que a polícia cuide do caso, ou se aparto.

— Hyung?! Faça alguma coisa!

***

Kim Taehyung's P.O.V.

Há um caibro mais escuro entre as vigas de sustentação do teto. Nele há ranhuras que formam camadas em diversos tons. E há entalhes feitos pelo ser humano. À primeira vista o desenho não me incomoda, mas quando percebo do que se trata, um frio percorre minha espinha. Por que isso estaria desenhado no teto? É uma representação da lua em todas as fases.

Nova. Crescente. Quarto crescente. Crescente. Cheia. Minguante. Quarto minguante. Minguante. Nova.

Meus olhos ressecam enquanto fito a lua cheia. Desde que me tornei esse monstro, nunca mais a vi. Uma sensação nostálgica recai sobre meus ombros e eu analiso a figura no teto do bar. Ela se parece com o relógio da lua que ganhei dos Hyungs, que marca quanto tempo falta para minha tortura começar e terminar. Eu só queria que tudo isso acabasse e eu voltasse a ser como os outros.

Apenas um cara comum que não precisa se esconder entre correntes num porão.

Ouço algo distante. Percebo que ainda estamos parados à meio caminho da mesa de sinuca. Franzo o cenho quando noto que Jungkook está no chão. Ele luta contra Yugyeom, bate mais que apanha. Um deles quebra um taco nas costas do outro, que urra e atinge o queixo do oponente com um golpe certeiro. O que está acontecendo? Espera, aquilo é sangue?

Jimin chacoalha o ombro de Yoongi e aponta para os outros dois.

Por que eles estão brigando? Ah, como se eu não soubesse. Jungkook e Yugyeom nunca tomarão jeito. Depois, eles precisarão limpar essa sujeira e a única pessoa que eu conheço que livraria a cara do Jungkook é... Sook.

Retiro o celular do bolso e procuro o número dela.

Você
Annyeonghaseyo, Sook-sii!
Queria te avisar que estamos bêbados.
Muito bêbados.
Não sei direito o que está rolando.
Park Jimin está abraçando uma garrafa.
Yoongi Hyung está dormindo em pé.
E Jungkook está batendo no Yugyeom.
Se a mãe dele vir ele machucado, vai feder.
Pode nos ajudar?
Ps.: Um menino da minha sala quer te conhecer
Ele te achou bonita, quer te levar ao cinema
Mas o Jungkook quase bateu nele também
Jungkook quis bater em muita gente hoje


Girl Meets EvilOnde histórias criam vida. Descubra agora