Kwon Sook's P.O.V.
O ar pesa na atmosfera tóxica.
As luzes de emergência de um dos corredores desativados estão acesas. Elas piscam e entram em curto circuito à medida que eu me adianto na penumbra, para um lugar afastado dos olhares de alunos curiosos. A energia fria e pálida percorre minhas veias e avança como fumaça abaixo da pele, dança e pulsa como uma música violenta. As cores em minha visão vão do branco ao negro ao azul.
É inexplicável, mas os Alfas que me seguem pelo corredor o reconhecem e isso os assusta, principalmente Yugyeom. Ele não sabia sobre meu lado bruxa e seus olhos estão cravados em minha nuca. Sinto o medo e a submissão perdidos nos labirintos de seus olhos vermelhos. E não é só ele. Jungkook, ao seu modo, também admira meu poder.
Eles não se engalfinham em uma luta sem propósito. Discutem baixinho, com sussurros raivosos. Gesticulam, se acusam, mas nunca chegam a se bater, porque obedecem minha ordem de não-agressão. E eu entendo. O efeito de me impor é grandioso. Não sou mais invisível, inaudível, apenas uma Ômega. Sou mais que isso. Minha voz surge onde cultivo respeito.
E eles me respeitam.
Mas, por agora, somente ouço.
Quero ver até onde vão em sua discussão.
— Eu estava na minha, Jeon. — Yugyeom murmura. — Você é que é um arrogante e se meteu em uma conversa particu...
— Particular? — Jungkook rosna quase sem voz. — Você encurralou, tentou aliciar e usou a porra da voz de comando em uma Ômega que disse que todas as letras que não queria falar com você, e eu invadi sua privacidade? Você é um merda mesmo, Kim.
— Caralho, Jeon. Eu sei que errei, por isso estava pedindo desculpa. Às vezes eu esqueço que você é o juiz do comportamento Alfa. O Lúpus, o raro, o mais forte, o rei de todos os Alfas de Juggi. Não tem defeitos. Na real, sabe o que você é? Um bosta arrogante que só sabe apontar o dedo pra julgar e não olha pro próprio rabo.
— Xinga mais, idiota. Tá pouco. — Jungkook retruca. — Só não esqueça que isso não vai mudar que você é um babaca que usou a voz de comando pra obrigar uma pessoa a conversar com você.
— Imbecil, eu estava sob o efeito dos feromônios dela e isso distorceu meu raciocínio. Você sabe do que eu estou falando, mais do que ninguém. E nem adianta dizer que não, porque eu senti o cheiro dela hoje. Eu sei. — Há uma curta pausa. Não olho para trás, para ver seus rostos, mas sei que eles se encaram. — Vai tomar no cu, Jeon.
— Eu sei que você sabe, Babaca. E deveria saber também que isso me deixa muito mais intoxicado que você. — Jungkook rebate com frieza, deixando claro que me marcou, se ainda havia alguma dúvida. — Agora, quer perguntar pra ela se eu usei a voz de comando com ela? Vá em frente e escute a resposta. Eu nunca usaria a voz de comando com ninguém, porque é desrespeitoso. Se aproveitar da fraqueza de alguém é covarde, ainda mais do jeito que usou. Você tem noção de que foi abusivo?!
Há uma pausa.
— Eu...
— Vai tomar no cu você, Kim.
— Aish! Só falta olhar pra mim e dizer que nunca quis usar a voz de comando. É piada?! Você é um grande cuzão autoritário com um rei na barriga, Jeon Jungkook. — Yugyeom resmunga incrédulo, Jungkook rebate com uma risada. Os dois trocam ironias. — O que mais? Vai dizer que é um santo? Você é só um bosta hipócrita que gosta de mandar como qualquer Alfa.
— Olha aqui, seu idiota do caralho, eu tenho muitos defeitos, mas todas as meninas com quem eu já fiquei, quiseram ficar comigo. Elas quiseram. Já você precisou usar a porra de um artifício idiota pra chamar a atenção de uma garota. Queria o quê, babaca? Que a Sook se apaixonasse por você depois de usar a voz de comando com ela? Você é burro, ou o quê? — Jungkook debocha.
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Girl Meets Evil
Romance[Não aceito adaptações desta obra] Nasci em Juggi, uma cidadezinha perdida na Coreia do Sul, mas a deixei por não suportar a dor da perda da minha mãe e da minha irmã mais velha. Appa e eu nos mudamos para Seul, que me acolheu e me reergueu como um...