[33] Aposta. (+18)

15.9K 1K 1.9K
                                    

ATENÇÃO: Se você tem restrição a conteúdo +18 (linguagem obscena e cenas explícitas de sexo), pule a última parte do capítulo. SOCORRO. (esse texto foi a minha primeira tentativa de escrever um hot na vida, então... Estou sentindo a mesma vergonha que senti no dia que postei isso pela primeira vez. Socorro.) Obrigada a todas vocês que estão lendo a história <3

***

Kwon Sook's P.O.V.

Não há um mínimo farfalhar de folhas nas árvores do distrito escolar.

O sol impiedoso ofusca a visão e transforma Juggi em um inferno. Contemplo miragens acima do asfalto pela da janela ao meu lado. O mormaço bafeja no céu azul sem nuvens, e o calor inunda a sala de aula abafada. Até o ruído do ponteiro do relógio acima do quadro é enjoativo, cozinhando meu cérebro nessa segunda-feira enfadonha. Tem suor nas minhas têmporas, nuca e queixo.

Desmancho o laço da gravata e a guardo na mochila. Abro dois botões da blusa e tento respirar. Apanho meu broche com fivela de jade e enrolo os cabelos no alto da cabeça em um coque bem preso. É feio, mas o calor é tanto que não sobra espaço para valorizar a aparência. Como as meninas dos filmes conseguem manter um coque frouxo e bonito?

Só mesmo na ficção eu conseguiria tal proeza sem transformar minha cabeça em um capacete de spray fixador.

— É isso, pessoal. Agora respondam o exercício da página 97. — A voz do professor de história me assusta e eu fito o quadro branco lotado de anotações em marcador azul quase sem tinta. O homem aponta uma última vez para o quadro e se senta atrás do birô.

Engulo em seco e minha garganta arde.

A preguiça me impede de sair da classe para beber água. Encaro a página do livro aberto e analiso as fotografias de figuras importantes do exército japonês na década de 1940. Leio um parágrafo do texto de apoio do exercício e não entendo nada. Releio a narrativa sobre a participação do Japão na Segunda Guerra Mundial, mas até as palavras impressas parecem desgastadas pelo calor.

O sono e o calor dificultam minha concentração e eu me distraio. Penso em tudo o que aconteceu no sábado passado. Os problemas elétricos no casarão, meu beijo com Jungkook, meu parentesco com Juran-ah. Mas, a pior parte foi relembrar o trauma da noite do aniversário de Jisoo. Dormi sem pausas até a manhã de domingo e acordei com dores, abraçada a uma camiseta impregnada com o cheiro de Jungkook.

Fiquei no quarto o dia todo, melancólica e sem fome. E pensei na possibilidade de o assassino de Jisoo e Omma tentar repetir a barbárie que cometeu contra minha família. Em algum momento, Jackson invadiu minha tristeza e me distraiu com suas amenidades. Nossa conversa desanuviou meu humor triste e eu adormeci de novo.

Já era noite quando senti o toque em meu braço, para me acordar do cochilo escorado à uma certa camiseta. Jeon Jungkook sentou-se ao meu lado na cama, sorveu minha pele e cabelos com seu olfato apurado, e contou as novidades. Hoseok recebeu os ingredientes para Seokjin preparar o inibidor do Heat, cio do Ômega, e Namjoon pediu que eu fosse à livraria para colher novas amostras de sangue.

O olhar de Jungkook olhar se turvou ao dizer que ele, Taehyung e Jimin começaram um mapeamento da cidade para rastrear forasteiros Alfas e descobrir se há por aí algum com modus operandi tão peculiar quanto arrancar corações, o dono dos olhos vermelhos que me aterrorizou naquela noite sombria. Jungkook não se demorou no assunto ao perceber que empalideci, e me abraçou.

Trocamos beijos furtivos. Não houve mãos ou toques contaminados por malícia. Jungkook jamais permitiu que fôssemos longe o suficiente para me afugentar, me desrespeitar, ou causar desconforto para mim e para ele. Sua paciência, generosidade e carinho solidificam minha confiança, acalmam meu coração e me fazem desejar mais do que ele pode oferecer.

Girl Meets EvilOnde histórias criam vida. Descubra agora