Min Yoongi's P.O.V.
— Você vai ficar bem, sozinho? — Namjoon me questiona.
— Vou.
Saio das sombras do depósito com uma caixa pesada de livros novos, para repor algumas prateleiras vazias na seção de ficção científica. Com a visão periférica, vejo o clube à prova de balas se desfazer. Taehyung e Jimin se despedem e vão embora juntos. Hoseok volta para sua própria loja e Jin permanece à porta do lugar, com os olhos atentos ao celular e os dedos nervosos sobre a tela, como se digitasse uma mensagem. Fito Namjoon, que ainda me examina, paciente, e solto um grunhido.
— Vá embora, Namjoon.
— Tem certeza? Eu posso...
— Estou me sentindo um peso morto há dias. Vou enlouquecer se passar mais tempo sob vigilância dentro de um quarto. Estou sob controle, o inibidor está funcionando. Não vou fugir e invadir a casa dos Kwon pra marcar a menina. — Resmungo e deixo a caixa sobre o balcão, com um baque pesado. O móvel estremece. Seokjin ergue o olhar para nós e arqueia a sobrancelha.
— Meu querido, balcões de loja são caríssimos e eu já tive que repor o vidro das janelas do meu apartamento essa semana. Uma pequena fortuna. Tenho cara de tio Patinhas?! Por acaso eu pareço com o Riquinho Rico? De Bruce Wayne eu só tenho a fantasia, e ela nem é minha, porque é o Namjoon que se veste de Batman. — Jin passa a mão pelo cabelo. — Eu sou o Robin. — Ele solta uma risadinha. Namjoon morde os lábios para não rir também e me olha.
— Vou ficar bem. — Falo para Namjoon.
— Certo. — Ele sorri. — Qualquer coisa, mande mensagem. Não precisa deixar a loja aberta, é só arrumar esses livros.
— Farei isso. — Cruzo os braços.
— Yoongi, querido. — Jin chama minha atenção. — Se tiver muita energia acumulada, eu ia adorar uma faxina na loja.
Pestanejo e rio.
— Posso limpar a loja, sim.
— Ótimo. Agora vamos embora, Nam. O Uber chegou. — Jin abre a porta da loja e eu ouço o tilintar do sino. Acompanho Namjoon até a entrada e observo o casal se afastar, de mãos dadas pela calçada. Eles só se soltam quando Namjoon abre a porta do Uber para Seokjin entrar, e recebe um beijo rápido nos lábios em agradecimento. Os dois entram no carro, que se afasta pela rua.
Sorrio.
Tranco a porta da loja e viro a plaquinha de "Estamos Abertos" para "Estamos Fechados". Estico os músculos, estalo o pescoço, me espreguiço e começo os trabalhos. Busco o material de limpeza no depósito, coloco a máscara e começo a faxina. Depois de meia hora, meu serviço se transforma em uma tortura. O ar condicionado está desligado por causa do cheiro de produtos de limpeza e o calor é insuportável. Paro de limpar uma prateleira, enfurecido, e tiro o agasalho cinza. Visto apenas a calça de moletom.
Pego a vassoura e a ergo para passar sobre uma estante. O esforço dos músculos, o calor e a raiva se misturam em minhas veias para acender uma pequena excitação. Não é nada demais, porque estou sob efeito do inibidor, mas, ainda se transforma em uma ereção. Praguejo frustrado e decido ignorar isso por ora, mas o tecido pesado da calça roça no membro rígido e me distrai um pouco. Por isso, quando ouço batidas no vidro da porta da loja, me assusto.
Olho.
Merda. É uma moça.
Ela sorri, acena e aponta para a maçaneta da porta. Merda. Ela quer entrar. Merda. Ela é atraente. Merda. Tem cabelos claros, longos e uma franja cobre sua testa. As bochechas são arredondadas e os olhos castanhos são inocentes. Usa o uniforme da escola de Sook e Jungkook. Saia escura, camisa social branca e gravata de laço. Merda, merda. Sinto uma fisgada na ereção visível sob o tecido de moletom da calça. Merda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Girl Meets Evil
Romance[Não aceito adaptações desta obra] Nasci em Juggi, uma cidadezinha perdida na Coreia do Sul, mas a deixei por não suportar a dor da perda da minha mãe e da minha irmã mais velha. Appa e eu nos mudamos para Seul, que me acolheu e me reergueu como um...