Min Yoongi's P.O.V.
Estou exausto.
Esse é o pensamento que ecoa e se repete em minha cabeça, ao passar por outro posto policial. Não há rastros de Jimin e Yugyeom. E, como ainda não se completaram as 48 horas necessárias para formalizar uma denúncia de desaparecimento, tudo o que os policiais me dizem é que os meninos podem estar em algum lugar sem sinal de celular, o que é normal em uma cidade pequena como Juggi.
Isso me angustia, porque sei que não é apenas um sumiço. O problema é que não posso simplesmente olhar para aqueles policiais e dizer que caçadores de bruxas, em busca de vingança, sequestraram meus dongsaengs durante uma luta no centro da cidade, em um prédio abandonado, condenado e de propriedade particular. Quando fossem encontrados, Jimin e Yugyeom seriam presos.
E eu seria internado em uma clínica psiquiátrica.
Eles diriam que estou louco, mas só estou exausto.
Por isso, faço minha busca silenciosa de mãos atadas. Não posso falar o que aconteceu e não sei como contar aos pais dos meninos. Não sei por onde começar a procurar, não há rastros e nenhuma notícia. É como uma missão impossível, só que sem o Tom Cruise. Quase rio dessa desgraça ao passar pela porta da delegacia e desço os degraus. Por onde eu começo? O que posso fazer?
Não sei.
Enfio a mão no bolso da calça e retiro as chaves do carro. Dou uma olhada no chaveiro gasto, uma dog tag entalhada com flores de cerejeira em vez da identificação. Fecho os dedos sobre ele e olho para a rua vazia. As muitas árvores nos canteiros cobrem parte do céu e escurecem o asfalto. Uma corrente de vento fresco bate contra as folhas, leva algumas e provoca um ruído calmo.
Avisto uma cafeteria ao lado da delegacia. Decido comer alguma coisa enquanto penso no que fazer, já que não coloquei nada no estômago desde que acordei. É o que faço. Caminho pela calçada e recebo a brisa fria no rosto, lambendo as bochechas e afastando algumas mechas de cabelo cinzento da minha testa. Estreito os olhos e apresso o passo. As folhas rolam pelo chão, ao redor dos meus sapatos.
Quando abro a porta da cafeteria, os aromas de café e doces contaminam meu olfato e me aquecem. É reconfortante. Vou ao balcão, peço um Americano Gelado, passo o cartão de crédito e a assinatura digital. Guardo o cartão na carteira, passo uma mão pelo rosto e espero meu pedido sair. Minha cabeça lateja ao pensar nas possibilidades nefastas de onde Yugyeom e Jimin estão.
Encosto o corpo no balcão e sinto o celular vibrar.
São mensagens de texto de Jungkook.
— Com licença. — Ouço às minhas costas e bloqueio o aparelho. Olho por cima do ombro, com as sobrancelhas erguidas. É uma das atendentes da cafeteria. O rosto dela não me é estranho, mas não sei de onde a conheço. — Sabia que era você. — Ela sorri. Seus olhos brilham. De onde a conheço? — Aish... Não se lembra de mim? — Seu sorriso vacila, mas volta. — Aigoo, Yoongi.
— Bom...
Seus traços são vagamente familiares.
— Sou eu, Mina. — Ela aponta para si mesma. Inclino o rosto para o lado, analisando-a. — Aish, a gente se encontrou um tempo atrás, num bar... Lembra? A gente ficou e depois foi pra sua casa. — A moça coça a bochecha, que está avermelhada. Ela me olha mais acanhada. — Eu dormi com você... Não lembra? — Há desapontamento em sua voz.
— Hm...
É que, às vezes, eu levo mulheres para minha casa.
Ela torce os lábios, muito envergonhada.
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Girl Meets Evil
Romance[Não aceito adaptações desta obra] Nasci em Juggi, uma cidadezinha perdida na Coreia do Sul, mas a deixei por não suportar a dor da perda da minha mãe e da minha irmã mais velha. Appa e eu nos mudamos para Seul, que me acolheu e me reergueu como um...