[56] Fantasma.

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Kwon Sook's P.O.V.

O que eu sinto é inexplicável.

A sensação do orgasmo persiste por segundos apertados ao redor do membro, com espasmos prazerosos que me contraem, arrepiam e relaxam, em um ciclo curto, rápido e intenso demais. A agonia se transforma em prazer e, à medida que o gozo enfraquece, e eu fico mais leve, aérea, sonolenta. Ele se retira de mim de uma só vez, assim como me penetrou, e eu me seguro para não cair.

Meu corpo inteiro suplica por um descanso e eu não tenho tempo para pensar. Os jatos quentes e pegajosos de esperma chicoteiam minha pele e outra onda de arrepios me toma. Arqueio as costas e escorrego lentamente pela banheira. Fecho os olhos e inalo o cheiro dominante e amadeirado dele, reviro os olhos e sorrio débil. Me sinto tonta e suja, mas satisfeita. Estou coberta de suor, sêmen e do meu próprio gozo. E ele bate o pênis em minhas nádegas antes de se sentar no canto oposto da jacuzzi. Sorrio, revirando os olhos.

Agora que o êxtase se abranda, sinto dor. Minha cabeça formiga, meus seios doem por causa das mordidas, chupões. Meus quadris latejam por causa da pegada, dos tapas que ele deixou em minhas nádegas. Meus joelhos estão acabados por causa da posição. Tudo dói tanto, que eu só quero me limpar e deitar. E dormir até amanhã. Por que fui me meter com Jungkook?

Ligo a torneira para nos lavar e o encaro. Ele respira pesado, cansado, com as bochechas muito coradas. O suor gruda em algumas mechas de cabelo em seu rosto. Ele me estende a mão com um sorriso torto, meio de canto, com um brilho leve. Está tão exausto e satisfeito quanto eu, e é tão lindo, assim. Aish. Certo, tudo bem. Já entendi.

Eu sei porque me meti com Jungkook.

Rio e tento me aproximar. Dói. Engatinho na banheira e os joelhos reclamam, meus seios latejam e até as costas doem. Quase paro de avançar e aviso que estou muito dolorida. Sua expressão muda de repente, se torna preocupada, e ele se adianta, me puxa com cuidado, como se eu fosse feita de porcelana. Senta-me em seu colo e afasta as mechas de cabelo grudadas em meu pescoço e colo.

— Desculpa... Vem cá. — Ele encosta a testa em meu ombro, esfrega a pele na minha. — Caralho... Estou muito bêbado. Acho que vou dormir. — Suas palavras se embolam e ele roça os lábios em mim. Cedo em seu colo e me aninho melhor, me encolhendo com a dor no quadril. Ele beija minha têmpora, me cheira e sorri. — Tá tudo rodando...

— Foi bom, pelo menos? — Indago baixinho, com medo da resposta. É uma insegurança que me atropela de vez em quando. Ele é tão mais experiente que eu, e é tudo tão novo para mim, que temo saber que não consigo fazer com ele, o que ele faz comigo. Mas, quando seus olhos encontram os meus, com um brilho embriagado e radiante, meu coração falha uma batida.

— Monstrinha, melhor trepada da minha vida.

...

Ele é fofo, mas um idiota.

Rio com o modo com que ele se refere ao que acabamos de fazer e meu momento romântico se acaba. Meu rosto esquenta e eu me escondo em seu ombro. Ao menos sei, em seu modo torto de dizer, que ele se sente bem comigo. É recíproco. Assim, sinto seu cheiro e a textura macia de sua pele. Seu aconchego me acalma. Meu interior se aquece em uma espécie diferente de alegria, intensa e tranquila ao mesmo tempo. Nunca senti isso, mas é familiar.

É como se eu já tivesse vivido esse momento alguma vez, apesar de ter certeza que não vivi.

É um Déjà Vu.

Tento suspirar em deleite, mas meu corpo dói.

— A próxima pode ser numa cama? Por favor? — Peço. Ele ri e me abraça. — Deve ser mais confortável, meus joelhos estão doloridos.

Girl Meets EvilOnde histórias criam vida. Descubra agora