[13] Vermelho.

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Kwon Sook's P.O.V.

O canto dos pássaros anuncia a aurora e me desperta do sono.

Deleito-me com a sensação de conforto sob as cobertas quentes. Tomo um fôlego profundo com as pálpebras cerradas e um sorriso nos lábios. Não há suor frio para empapar meus lençóis, fantasmas e pesadelos para me assombrar. Sinto-me segura. Encaixo-me em uma posição ainda mais confortável. Há algo errado. Não consigo me mover.

Temo estar sob paralisia do sono e abro os olhos, hesitante. Encontro a quietude do meu quarto. A luz matutina permeia as frestas das cortinas em fios dourados que dissipam a escuridão. Estou acordada. Adoraria respirar aliviada, entretanto uma essência familiar invade meu olfato. Ergo a coberta e vislumbro o motivo da minha paralisia.

Um braço cinge minha cintura e pressiona minhas costelas. A mão repousa desleixada sobre meu quadril. Sua perna pesa sobre as minhas, nossos pés se entrelaçam. Seu dorso espreme minhas costas e esmaga meus seios sobre o colchão. O outro braço se encaixa na curvatura do meu pescoço, sua respiração quente sopra minha nuca e arrepios cobrem minha pele.

O perfume denso faz meu coração palpitar.

O corpo forte e macio é de...

— Jungkook? — Tento empurrá-lo devagar, sem sucesso. Seu nariz roça em meu pescoço, por cima dos cabelos. Um arrepio cruza minha nuca e eu vacilo. — J-jungkook... — Tento me mexer para acordá-lo e sinto a pressão de seu quadril no meu. Algo duro pulsa contra minhas nádegas e eu abro a boca. — AH! — Empurro-o com força e salto da cama.

— Q-que?! Quê? Que foi? — Ele se senta desorientado. Há uma marca do lençol em sua bochecha e seus cabelos estão revirados. Os olhos inchados se arregalam em alerta e ele pigarreia, numa óbvia tentativa de afastar a sonolência, farejando o ar.

— Aish, tarado! — Acuso e abro a cortina. Ele protege o rosto com o braço e faz uma careta.

— Fecha a cortina! — Jungkook reclama com a voz sofrida.

— Por que?!

— Porque sim! — Ele se irrita, desmedido, e eu a fecho, enrugando a testa. — Tá maluca?!

— Você me agarrou!

Um silêncio tenso cresce entre nós.

Ele inclina ligeiramente a cabeça, uma mania. Puxa o ar entre os dentes, confuso. Seu semblante se desanuvia, como se agora entendesse o que está acontecendo, e seus ombros relaxam. Seu olhar percorre o quarto e ele boceja, esticando os braços para se espreguiçar. Sua camiseta sobe e deixa uma linha generosa do abdome à mostra. Há um sorriso presunçoso em seus lábios.

— O escândalo é por causa disso? Sabe quantas pessoas gostariam de dormir abraçadas comigo?

— Como é, convecido?! — Sussurro incrédula. — Vou te bater. Ninguém me segura. — Pego um travesseiro e jogo em Jungkook, que se esquiva. — Quem disse que eu faço parte das pessoas que gostariam de dormir abraçadas com você, seu imbecil?!

Subo na cama e avanço sobre ele. Bato em seu braço e ele agarra meus pulsos, rindo. Tento me soltar, mas ele intensifica o aperto. Chuto sua barriga sem apoio e Jungkook me derruba no colchão, junta meus braços e os segura acima da minha cabeça. Usa a mão livre para fazer cócegas em minha barriga e eu me contorço, tentando não rir.

— Peça desculpa. — Ele sobe a mão até minha axila sobre o pijama. Gargalho sem querer, e ele ri. — Peça desculpa por me chamar de imbecil. — Serpenteio na cama. Meus olhos lacrimejam de tanto rir.

— Para, Jungkook!

— Vai pedir desculpa?

— Não! — Sua mão escorrega por minha cintura, até a barra da blusa do meu pijama e seus dedos entram em contato com a minha pele. Penso que ele vai tentar algo e todos os poros do meu corpo se arrepiam, mas ele continua com as cócegas e eu esperneio. — TÁ! DESCULPA.

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