[42] TheTruthUntold. (+18)

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轉 - Tear

Kwon Sook's P.O.V.

O canto dos pássaros ao redor das árvores de copas altas do Parque Central, próximo ao colégio, anuncia o início da manhã no distrito escolar. Entre os gramados recobertos por folhagens secas, há passarelas por onde as pessoas fazem corridas matinais, passeiam com bebês em carrinhos e caminham para o ponto de transporte público. Vão ao trabalho, à escola, à padaria. Seguem seus rumos.

Para muitos é apenas mais um dia.

Para mim é algo novo.

Os odores de madeira, grama e orvalho contaminam a brisa que acaricia meu rosto, sentada à sombra de uma árvore antiga. Descanso as costas em Jungkook, sentado atrás de mim, e me acomodo entre suas pernas. Apoio a nuca na curva de seu ombro, próxima ao peito. Jungkook cinge minha cintura e me puxa para mais perto em um abraço confortável. Não consigo evitar o sorriso e fecho os olhos.

Suas mãos buscam as minhas, nossos dedos se cruzam. Faíscas de calor crescem em meu interior e são capazes de amenizar dores, curar feridas, preencher vazios. Respiro o perfume inebriante de sua pele. Assim, aproveitamos nossa primeira hora de namoro sem nos preocupar em ser vistos, porque arbustos altos nos camuflam e ele cobre a cabeça com o capuz do casaco.

— Só não fico de ponta-cabeça agora pra te beijar como o Homem-Aranha beijou a Mary Jane, porque estou bem confortável assim. — Jungkook me lança uma piscadela. — Vem cá. — Rio com seu jeito descarado de tentar me seduzir e ergo o queixo. Ele se abaixa um pouco e nossas bocas roçam suavemente. Afasto-me e encaro seus olhos fechados, à minha espera. — Ei, cadê? Quero mais.

— Podemos ler mais do diário?

— Aish... Vou pegar. Dá tempo ler mais um pouco antes de ir pra escola.

Seus braços me abandonam e ele abre minha mochila para tirar o diário de Juran. Eu o observo. Os cabelos castanho-escuros estão jogados para frente e quase cobrem seus olhos. Tento me lembrar do momento exato em que Jungkook chamou minha atenção. Não sou cega, sempre o considerei bonito, mas isso não seria suficiente para me fazer apaixonar.

Então, entendo o que aconteceu. Foi no dia em que decidi confiar nele pela primeira vez. Naquele dia mostrei a caixa de Wang Juran e pedi que ele me ajudasse a abrir. Foi quando estabelecemos um laço e nos tornamos companheiros. Mesmo com todos os nossos atritos, ali ele acendeu em mim uma chama que mais tarde me incendiaria.

— Monstrinha...? — A voz me retira do torpor e percebo que o estive encarando de novo. E ele sorri daquela forma ácida. — Aish... Você me ama, admita de uma vez. — Meus olhos se estreitam e eu lhe dou uma cotovelada, sem força. Jungkook ri abafado.

— Como você consegue ser tão insuportável, tão cedo? — Resmungo. — Jungchato.

— É uma arte minuciosa. Mas, fique tranquila, você também domina. — Ele ri e eu dou outra cotovelada. Jungkook ofega e põe o diário em meu colo. Ele passa os braços por debaixo dos meus e me abraça pela cintura, logo abaixo das curvas dos seios. Pressiona minhas costelas levemente e me puxa para apoiar as costas nele. — Aish, eu estou com uma marca roxa nesse lugar que você adora bater, né?

— Para de falar merda. — Murmuro com ar de riso e abro o diário, procurando a página em que paramos. Jungkook me empurra sem força para frente e me obriga a olhá-lo. Ele abre o casaco, levanta a camisa do uniforme e me mostra seu corpo. Minhas bochechas esquentam e algo em meu interior borbulha ao ver o abdome de músculos rígidos e definidos sob a pele quente e bronzeada.

Penso em engolir no seco, mas minha boca está cheia de saliva. Ele é tão... Mas, tão bonito, que...

— Está vendo?

Girl Meets EvilOnde histórias criam vida. Descubra agora