[65] Chave.

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Hey! Como vocês estão? <333 

Estou postando com mais frequência, vocês gostam assim? oihoihohi Espero que sim <3 Não estou nos meus melhores dias, mas ver que vocês estão se divertindo me ajuda a não ficar mal por tanto tempo.

Quero agradecer pelos 10K de votos na fic <3 Muito obrigada por esse carinho. Nunca pensei que a GME teria leitores aqui, porque já posto ela no Spirit e só coloquei aqui porque algumas amigas disseram que ia ser legal, como a Jess. Acho que ela não tá lendo porque odeia essa parte da história que tem a trama da Tzuyu OIHOHIOH eu gosto, porque gosto de treta. Mas, enfim. Ela e as outras meninas tinham razão, é bem legal conviver com vocês aqui no wattpad <3

Muito, muito, muito obrigada pelo carinho.

Vocês nem imaginam, mas, mesmo em silêncio, estão salvando minha vida. <3

***

Kwon Sook's P.O.V.

O moletom azul turquesa se assenta como um vestido em mim. Arregaço as mangas, aliso o tecido e prendo os cabelos em um coque apertado, para que os fios não se soltem. Fito um relance meu no espelho e me detenho. Me olho como há muito tempo não fazia. Avalio meu reflexo e me lembro. Nua e crua, sem nenhum artifício para me disfarçar, como roupas e maquiagens, me sinto feia e sem graça. Pele pálida, sem vida. Lábios tímidos, descorados. Olhos pequenos, com cílios curtos e olheiras.

Minhas clavículas são muito proeminentes e meu pescoço é muito fino. Nunca fui uma garota voluptuosa, com curvas generosas ou bem delineadas, e nunca tive uma boa autoestima. Quando as pessoas me elogiavam, era pelo tom uniformemente pálido da pele ou magreza, por causa do padrão de beleza coreano. E eu adoeci por isso. Quase morri. Hoje sei que a distorção que faço da minha imagem é um distúrbio que me impede de cultivar meu amor próprio.

Ainda tento dizer todos os dias que sou, sim, inteligente e bonita. Que sou suficiente assim, com meus defeitos, e tenho qualidades. Tento dizer que sou mais que suficiente, sou plena. Mas, a verdade é que ainda evito me encarar em espelhos se não estou arrumada, porque a força do hábito sempre me leva a enxergar meu pior. Queria não me sentir assim, mas é difícil manter uma boa autoestima quando tudo o que eu vejo são mulheres lindas que dizem que seu segredo de beleza é beber muita água, comer frutas e usar protetor solar.

O que tem na água, nas frutas e no filtro solar dessa galera?

Chave. — Uma voz dissonante rompe o silêncio.

Vejo um vulto percorrer a varanda do quarto pela visão periférica.

Viro a cabeça de vez e dou um passo desajeitado para trás. Encosto-me na parede e esquadrinho o cômodo com um olhar alarmado. Nada se move, exceto as cortinas de um branco diáfano que se balançam com a brisa úmida e fria. Não há qualquer indício de que alguém está aqui. Sinto como se uma mão esmagasse meu coração dentro do peito, mas resisto ao impulso de me esconder. Eu posso me defender. Giro o anel de rubi que pertencia a minha mãe em um dos dedos e dou um passo na direção da varanda.

O silêncio torna-se opressor.

Cruzo o quarto lentamente e dou um último passo hesitante. Ouço um crocitar. Fecho os punhos e trinco os dentes. Sinto a energia fumacenta fluir em minhas veias como gás. Espirala por baixo da pele e eriça os poros. Entre as portas com armações de madeira branca e placas de vidro, vejo um pássaro pousado no parapeito de mármore da varanda. É um ponto negro, de penas retintas e brilhantes, na imensidão esbranquiçada do dia nublado. Seu rabo se agita e o bico preto se abre.

Girl Meets EvilOnde histórias criam vida. Descubra agora