Jeon Jungkook's P.O.V.
— Jungkook?
Estou paralisado.
Não consigo me mover.
A sensação de alerta me atormenta. Com músculos e ossos rígidos, tento falar, mas minha boca está selada e a língua colada no céu da boca. Exceto por meus olhos, não consigo me mexer. E a Sra. Choi continua lá, parada à frente de uma das portas dos quartos do hotel. Seu corpo rechonchudo se move como uma névoa fantasmagórica para frente. Ela continua a me enfeitiçar com um sorriso muito sutil.
Meus olhos se injetam e eu vejo. Não há pés. De baixo para cima, ela fica cada vez mais sólida. Mas, para baixo, não é nada além de um espectro. Meus olhos vão ao Sr. Kwon, trêmulos e mareados. O homem me analisa confuso e meus olhos voltam a fitar a porta onde essa velha está. O pai da Monstrinha também se vira, imediatamente, mas não há mais nada lá. A Sra. Choi sumiu.
O feitiço de estupor se desfaz e meu corpo quase despenca para frente. Inalo o ar com força para os pulmões e sinto um enjoo forte. Meus músculos formigam e latejam em uma dor forte, à princípio. Ela diminui à medida que eu respiro. E é o Sr. Kwon que me segura pelos ombros, com o rosto contorcido em uma expressão preocupada. Ele olha para os lados e me encosta na parede mais próxima.
Puxa o cartão-chave do quarto do meu bolso e me ajuda a entrar.
O enjoo se intensifica e meus olhos se reviram. Meu esôfago queima e sinto gosto de bile na boca, mas ainda não há ânsia de vômito. Ou há, porque Kwon Ji Yong me guia até o banheiro do quarto. Ele tira meu paletó e eu só tenho tempo de chegar ao vaso sanitário. O pai da Monstrinha me segura e eu despejo tudo o que comi no café da manhã.
O suor frio escorre em minha testa, imagens da mulher atormentam minha cabeça. A garganta arde e o abdome dói com o esforço de regurgitar o café da manhã, mas só penso na tortura de não conseguir me mover e na imagem aterrorizante daquela velha idiota. Então, a dor diminui, até passar. O enjoo acaba. Tusso. Ainda sinto as mãos ao redor dos meus ombros. Uma vai até minhas costas e alisa.
— Está melhor? — Sr. Kwon pergunta preocupado e eu confirmo com um aceno. — Sua pele está cinzenta. Ainda quer vomitar?
— Não. E-estou bem... — Minha pele se arrepia quando sinto o gosto ácido e amargo na boca. Tento me levantar e ele me ajuda.
— Não está não. Dá pra ver. O que está sentindo, Jungkook?
— Acho... Acho que tanto café e energético misturado com café da manhã japonês me fizeram mal... — me desvencilho das mãos dele e vou até a pia. Giro o registro da torneira e faço uma concha com as mãos. Lavo o rosto e a boca.
— Aish. Não achei que uma noite acordado te faria tão mal... Você é jovem e...
— Sr. Kwon, pode ter certeza de que uma noite acordado não me faria mal. Acho que foi a mistura da comida, mas foi só isso. Eu estou bem. — Olho para ele, honestamente, e o pai da Monstrinha suspira.
— Ontem você disse que estava com dor de barriga, hoje você vomitou. Deve ser uma intoxicação alimentar. Vou ligar pra Mi-cha e te levar ao pronto-socorro. — Ele saca o celular do bolso e eu gargarejo o antisséptico bucal, cuspindo e me virando para ele.
— Não! — Falo. Kwon Ji Yong me olha com a sobrancelha arqueada.
— Quer esconder mesmo da sua mãe que está doente?
— Omma está em outro país, Sr. Kwon. Se disser que eu estou com intoxicação alimentar, é capaz de ela pegar um voo pra Tóquio só pra ver se eu estou bem... Não precisa preocupá-la assim. Vamos fazer um trato. — Ergo as duas mãos. — Eu vou tomar o remédio de novo, tomar um banho e me deitar. Dormir até 11 da manhã. Se eu ainda estiver me sentindo mal, te falo e nós fazemos do seu jeito. Pronto-socorro, Omma e todo o resto. Se eu estiver bem, vamos à reunião que está marcada para o meio-dia e terminamos o serviço pra voltar pra Juggi.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Girl Meets Evil
Romance[Não aceito adaptações desta obra] Nasci em Juggi, uma cidadezinha perdida na Coreia do Sul, mas a deixei por não suportar a dor da perda da minha mãe e da minha irmã mais velha. Appa e eu nos mudamos para Seul, que me acolheu e me reergueu como um...