[79] Viva.

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Heeeeey! Tudo bem com vocês? Comigo tá tudo bem <3 só to gripada, mas isso é normal HOHIHOHIHOHIHO ESPERO QUE GOSTEM DO CAPÍTULO! Queria agradecer a todos os comentários e votos! Eu fico muito feliz quando vejo vocês sempre aqui! OBRIGADA OBRIGADA!

***

Jeon Jungkook's P.O.V.

Eu nunca te abandonaria com um bebê. Nem fodendo.

É tudo o que eu consigo dizer, com a atenção fixa na menina em meu colo.

Com um ano de vida, Moon é apenas uma criança indefesa. Ela dorme aninhada em meus braços e ressona baixinho, formando um bico com os lábios rosados e úmidos. Retiro o pouco de grama que sobra em sua bochecha cheinha e observo seus traços delicados de bebê. O único instinto que ela desperta em mim é o de proteção, e perguntas insistentes me perturbam.

Como um pai tem coragem de abandonar uma criança tão pequena? Por que meu pai sumiu sem deixar rastros? Por que ele ignora minha existência? O que havia de errado comigo para que ele me largasse? Ele sabe quem eu sou, qual é meu nome, onde eu moro. De acordo com Omma, ele sabe tudo sobre mim. Então, por que nunca me visitou?

Omma diz que ele se importa comigo e nos apoiou financeiramente, mas é ocupado. Não me interesso por seu dinheiro e acredito que uma mensagem de texto não o atrapalharia em suas ocupações. Não há justificativa para o que ele fez. Tento imaginar o que se passou por sua cabeça quando me encarou dormindo em um berço e se despediu de uma adolescente sozinha, para nunca mais olhar para trás.

Seu coração só pode ser feito de pedra.

Não consigo enxergá-lo de outra maneira.

Um pequeno tumulto me livra do devaneio. Pestanejo. Gritos estridentes de crianças se misturam a um trovão violento que estremece a propriedade. O grito de um homem sucede o canto dos corvos que rasgam o branco em uma revoada pelo pomar. Fito a Monstrinha, que está parada de pé. Seus cabelos azulados ondulam com a brisa fria que sopra no jardim e eu vejo que há algo errado.

Seus olhos estão brilhantes e embaçados, em aparente choque. Ela está pálida como um fantasma e contempla um ponto fixo além de nós, com terror. Franzo o cenho e olho por cima do ombro. Há uma movimentação estranha na frente do casarão. Nuvens negras obscurecem o céu e o vento úmido traz consigo gotas de uma neblina que promete ser tempestade.

Então, eu vejo. Sehun salta alguns degraus das escadarias de acesso à casa. Aterrorizado. Ele grita um nome que, à princípio, não consigo distinguir. Então, eu ouço. Por cima de outro trovão macabro e do vento que assovia em meus ouvidos, o motorista berra a plenos pulmões. "Srta. Jeon!" Ele repete incessante. "Srta. Jeon!" E tudo ao meu redor passa em câmera lenta.

As gotas brilhantes da garoa demoram a cair e meus olhos piscam devagar. Pergunto o que está acontecendo. O motorista se move lentamente, se aproxima da fonte para acolher alguém ferido. A sensação de pavor cresce em minhas entranhas, estressa os poros arrepiados e resseca a garganta. O silêncio machuca meus ouvidos e rouba meu ar. Os galhos das árvores se sacodem vagarosos.

Essa é a fonte em que a mãe e a irmã de Sook foram encontradas.

Uma parede de lágrimas se forma instantânea em meus olhos.

Omma.

Levanto-me.

Hiperventilo.

E corro.

Mas, há uma criança em meus braços. Não posso levá-la. E a demora me desespera. Omma. Omma. Meu peito se comprime e eu olho zonzo para os lados, à procura de uma solução no jardim. Minha visão periférica só enxerga vultos desorientados e eu só ouço sons cheios, graves e indistintos. Minha cabeça dói. Os músculos formigam adormecidos pela sensação tóxica de terror.

Girl Meets EvilOnde histórias criam vida. Descubra agora