oitenta e nove

2.3K 112 10
                                    

R a f a e l l a.

Meu irmão saiu daqui chateado mais ainda comigo, minha mãe me olhava negando e eu larguei meu corpo no sofá.

Rafaella: Mãe, aqueles prints são mesmo verdadeiros? - a olhei, ela assentiu e veio se sentar ao meu lado. - Como? Como, mãe?

Nadine: Filha, nós nunca temos como saber se em quem confiamos estão mesmo nos passando a verdade. A Bruna só vem se mostrando cada vez mais uma pessoa ruim.

Rafaella: Você me acha uma bobinha também?

Nadine: A questão não é ser boba Rafa, é que você se entrega demais pra quem só quer se aproveitar de você.

Rafaella: Eu sou uma burra, mãe! Isso sim! -choraminguei e ela me abraçou.- Mas isso, isso não vai ficar assim. - sequei meu rosto.- Eu vou atrás da Bruna.

Nadine: Faça o que achar melhor, mas não se esqueça que por causa dela você se enganou e tratou muita gente mal, principalmente a Lorena que sempre quis o teu bem. - beijou minha testa e eu assenti.- Vou ir lá nos avôs dela, tudo bem?

Rafaella: Pode ficar tranquila mãe, eu vou sair, vou resolver cara-a-cara com a Bruna. - abracei ela, levei a mesma até a porta, peguei minha bolsa, chave do carro, tranquei o apê e desci. (...)

Depois de quase três horas, cheguei no interior de São Paulo, entrei uma ruazinha pequena e vi a casa da Bruna.

É sempre nela que ela se esconde quando faz algo errado. Estacionei do outro lado da rua, travei o carro e atravessei. Abri o pequeno portão e toquei a campainha, passos lentos, chaves sendo balançadas e ela abriu.

Bruna: Rafa??

Rafaella: Ué, sou sua amiga não sou?

Bruna: Cla-claro Rafinha, entra. - passei por ela e a vi olhar do lado de fora, provavelmente tentando achar alguém que possa ter vindo comigo.

Rafaella: Eu vim sozinha, Bruna!

Bruna age como se estivesse sendo perseguida por alguém, ou pior, que estivesse realmente comprovando o que meu irmão disse.

Por mais que eu quisesse não deixar isso passar a limpo, eu preciso saber o que ela acha de mim.

As vezes a pessoa é uma com alguém e outra completamente diferente com outra pessoa.

Bruna: Fica à vontade. - concordo, sentando no sofá em seguida.

Rafaella: Bruna, você sabe que meu pai saiu de casa né?

Bruna: Sei. A relação dele com o Junior ainda está péssima?

Rafaella: O que você tem a ver com isso?

Bruna: Eu? Eu nada! - levanta nervosa olhando para a parede atrás dela.

Rafaella: Eu sei muito bem que você tá por trás de alguma coisa. Pode confiar em mim, por favor, me conta.

Bruna: Eu amo o seu irmão, Rafaella, e é um amor que eu faria qualquer coisa por ele. Qualquer coisa mesmo!

Rafaella: O que você fez?

Bruna: Eu aceitei dinheiro do seu pai para separar o Junior da Lorena. - confessa olhando para mim.- Eu aceitei por amor.

Rafaella: Bruna, mas você não consegue enxergar que ele é feliz com a Lorena? Quem ama quer que a outra pessoa seja feliz mesmo não sendo com você.

Bruna: Por que eu iria querer ele feliz com outra que não fosse eu? Não faz sentido.

Rafaella: Porque o amor nos faz perceber que somos humanos, Bruna.

Bruna: Você é muito ingênua, Rafaella. Vive acreditando nas pessoas, no amor que ela sente por você. Sabe o que elas querem? Fama. Elas querem a fama que você tem por conta do seu irmão.

Rafaella: É isso que você acha de mim?

Bruna: Quem olha para você e pensa "quero ser amiga dela porque ela é legal"? Olham para você porque seu irmão é o Neymar.

Rafaella: Eu só tenho uma coisa para falar, que eu acho que você já deve ter escutado de muitas pessoas por aí, que ninguém no mundo cresce com nariz empinado e muito menos pisando nos outros. Eu desejo sim que você seja feliz, que termine com alguém que ama você, mas não seja essa pessoa que quer e faz o mal. Lembra que o mundo retribui tudo o que você faz.

Bruna: Acabou? Pode ir.

Eu não mereço alguém como a Bruna de amiga, e sinceramente, ninguém merece uma amiga que esteja só para rebaixar você. Saio de lá, respiro um pouco dentro do carro, deixando as lágrimas caírem, e volto para a São Paulo em meio a chuva e músicas tristes.

Subo para o meu apartamento, tomo um banho para relaxar, troco de roupa e vou de cara limpa falar com a Lorena. Dona Claudia é quem me atende e eu dou um sorrisinho de lado.

Rafaella: Oi.

Claudia: Oi filha, quanto tempo. - me abraça e eu retribuo, ela me da passagem, entro e ela fecha a porta.

Rafaella: Está tudo bem com a senhora?

Claudia: Tudo sim filha, mas sem esse senhora aí. -ela dá uma risadinha e eu concordo.- Vou chamar sua mãe, pera aí.

Rafaella: Na verdade, eu quero falar com a Lorena.

Claudia: Ah..ah.. sim, vou chamar ela. - ela vai aos fundos da casa e a Lorena vem rindo de algo que ouviu lá.

Lorena: Oi.

Rafaella: A gente pode conversar?

Lorena: Não vejo impedimento para isso, desde que você não esteja aqui para me acusar como nas outras vezes.

Rafaella: Não... eu não vim pra te acusar de nada, e, sim para te pedi desculpas. Eu fui muito ingênua e acreditei em tudo o que me falavam.

Lorena: Se você tivesse vindo a mim, nada disso teria acontecido. Sabe Rafa, você é uma menina inteligente e boa. Não precisa ficar se humilhando pra ter amizade de quem não vale o prato que come. - ela se sentou no sofá e eu tomei a liberdade de sentar ao lado dela.

Rafaella: Eu sei, eu sei... E estou arrependida de verdade por tudo que te disse e até me culpo por acreditar neles mesmo presenciando tudo de mal que eles faziam. - engoli a seco e ela apenas concordou.- Não estou aqui te pedindo desculpa achando que voltaremos a ser amigas como antes, mas sim me desculpando com a intenção de apenas podê me reaproximar de você... de vocês.

Lorena: Se arrepender é o primeiro passo para que tudo volte como era antes. - me surpreendeu com um abraço e eu a abracei, olhei para o vão que levava pra os fundos do apartamento e minha mãe nós observava, sorrindo com lágrimas nos olhos.- Você sabe que sempre gostei de você e mesmo você sendo sem juízo nunca quis o teu mal, apenas esperei que você enchergasse tudo e voltasse atrás.

Eu concordei e ela sorriu, nos abraçamos outra vez. Depois todos foram chegando na sala e aproveitamos o iniciozinho da noite, até eles voltarem para o guarujá.
(...)

e volta a cachorra arrependida com o rabo entre as patas EOQ?

af, vem cá chaves

Apenas Por Amor 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora