cento e sete

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L o r e n a 👱‍♀️

semanas depois

Já estavamos começando a nos adaptar na casa nova, as crianças haviam ficados loucas quando chegaram a primeira vez por aqui.

Davi está cada vez mais próximo de mim e curtindo seu irmãozinho, mesmo que dentro de minha barriga ainda esteja. Os dois ficam conversando e o Matheus respondia ao Davi com pequenos chutes, o que me tirava muitos risos.

Júlia está um tanto rebelde e mesmo que o Júnior não gosta de impor limites, eu venho me estressando além da conta com essa menina que tem quase seis anos e quer pagar se adolescente em crise.

Ontem mesmo não quis jantar junto pois queria "um pouco de paz" e eu a deixei mesmo em paz, de castigo. Para que pare de ser abusada e se achar no direito de aumentar a voz com qualquer um que a contrarie.

Júnior se chatea mas nunca quer brigar seriamente com ela e isso me irrita em um grau elevadissimo.

Terminei de preparar o almoço e a dondoca entrou dentro de casa com seu pai logo atrás.

Júnior: Oi, ta bem? - Júnior beijou meu pescoço e eu sorri de canto, desanimada. - Que foi?

Lorena: Nada, só estou um pouco cansada.

- selo o mesmo e ele assente se sentando na mesa e eu ouço a Júlia remungar em tom de deboche.

Júlia: Cansada...cansada...

Lorena: O que foi, Júlia? - ela se assusta pois talvez pensou que eu não escutaria e olhou para o pai e depois para mim.

Júlia: Nada, só pensei que você fica o dia todo atoa nessa casa e quer dizer ao papai que fica cansada. Você nem faz nada. - ela falava e depois balançou a cabeça em negativa.

Júnior: Como que é Júlia? - Júnior largou o garfo e se encostou na cadeira, encarando a filha a sua frente.

Lorena: Deixa, preto. Vamos comer. - faço um carinho em seu braço na tentativa de amenizar qualquer coisa e ele se nega.

Júnior: Não, Lorena. - ele me olha e volta a olhar a filha, cruza os braços no próprio peitoral e eu engulo em seco. - Responde, Júlia. Repete o que você disse a sua mãe.

Júlia: Ué, não falei nada de errado e o que todo mundo fala, mamãe apenas se aproveita nos luxos que você dá.- ela deu de ombros e eu arregalei os olhos.

Júnior: Sua mãe está em casa pois precisa se cuidar, você sabe muito bem que ela não pode complicar a gravidez do Matheus e colocar a vida do seu irmão e também e ainda até mais a dela. - ele falava calmo, mas qualquer um notaria o desgosto em sua voz. - Ela fica aqui, cuida da casa, faz a nossa comida, ajeita tudo que é nosso e faz isso com muito amor e zelo pra agradar todos nos, até ao Davi que ela não tem obrigação alguma em agradar, ela faz. E sabe o porque? Porque ela ama a gente, ama cada um de nos e mesmo que pra você, princesinha, seja pouco, pra sua mãe é sim muito e muito cansativo.

Lorena: Preto...

Júnior: Não, espera. - Ele não vacilava o olhar com o da Júlia que a mesma já parecia querer chorar, mas não abaixava a marra para seu pai. - Eu sempre passei a mão na sua cabeça Júlia, sempre. Mas você não é mais um bebê e sabe muito bem o que fala e o deixa de falar.

Julia: Mas pai...

Júnior Mas pai, porra nenhuma! Pede desculpas a sua mãe, agora.

Júlia: Não vou pedir, eu não fiz nada.

Júnior: Sobe!

Júlia: Pai...

Júnior: Sobe pro seu quarto, Júlia.

Júlia: Eu vou terminar de comer primeiro.

Júnior: Sobe agora para a porcaria do seu quarto, Júlia! - ele socou a mesa e fazendo a Júlia pular com o susto e deixar seu choro cair.

Júlia: Vo-vo-cê ia me bater? - ela soluçava e o Júnior desviou o olhar da mesma. Ela saiu correndo e eu afastei o meu prato, perdendo de vez qualquer vontade de comer.

Lorena: Não precisava disso tudo, amor. - digo baixo e ele nega.

Júnior: Ok, da próxima eu deixo ela dar até na sua cara, tá bom pra você? - ele levantou da mesa com raiva e eu bufei frustada com toda essa confusão.

Passei a mão acariciando minha barriga de seis meses e matheus chutou em resposta me fazendo dar um pequeno sorriso.

Lorena: Quer passear bebê? Não aguento mais ficar nessa casa, enfurnada. - eu dizia baixinho e me levantei com cama.

Calcei meus chinelos e catei meu casaco que estava perto do sofá, vesti o mesmo e sai com meu celular e carteira em mãos.

Parei em uma sorveteria a poucos metros dali, paguei 10€ em uma tigela de sorvete napolitano com calda de chocolate e confetes.

Sentei em um dos banquinhos do balcão mesmo e fiquei me deliciando com o meu sorvete e apenas curtindo a minha paz.

Olhei o visor do meu celular e tinha mensagens da Mariane e também algumas do grupo do casamento dela e do Gil, que será na próxima semana.

Não respondi ninguém e voltei a bloquear o meu telefone. Limpei minha boca e me despedi da Amélia, atendente da sorveteria.

E voltei a caminhar para casa, entrei pela parte dos fundos e me sentei em uma das espreguiçadeiras.

Lorena: Ai teteu, daqui a pouco você também vai está por aqui, viu? E só espero que toda essa confusão da sua irmã já tenha passado... e seu pai esteja mais calmo. - respiro fundo e me encolho mais dentro do meu casaco.

Júnior: Ou... tá frio, entra. - me despertei e só assim percebi que havia pego no sono e já havia anoitecido.

Júnior estava arrumado e ainda com a cara fechada, encarava o seu celular e eu me sentei e senti o frio percorrer o meu corpo, me arrepiando.

Lorena: Onde você vai?

Júnior: Ali, pô. - disse e deu as costas pra mim e me fazendo arquear as sobrancelhas.

Lorena: Júnior, mas que inferno!

Júnior: Não me espere, não sei se volto pra cá hoje.

Foi apenas isso e puf! Saiu de casa, sem me dar um pingo de satisfação. Bufei exausta e olhei no eclã do meu celular que já marcava mais de dez da noite.

Fiz apenas um lanche e fui atrás da Júlia e a mesma já estava dormindo, a cobri e caminhei até o meu quarto e após até o banheiro.

Me banhei, vesti um pijama de moletom e me deitei, poderia dormir... poderia mas estava sem sono e também o meu noivo me preocupava por parecer ser mais infantil que a Heloísa que tem menos de um ano.

E isso me cansava cada vez mais...

oie, turu boummmm
não me aguentei e fiz, mesmo que curtinho rsrsrs

aumentei um pouquinho a idade da júlia, mas acho que já tinha falado isso antes. e é isso.

Apenas Por Amor 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora