Capítulo L

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Quando Damen Coleman se aproxima, percebo que está prestes a dizer algo, mas desta vez eu sou mais rápida, cortando as suas palavras, me esquivando de seu toque.

        - Não. Eu não preciso de sua ajuda.

Ainda estou caída sobre o gramado úmido, com leves espasmos percorrendo o meu corpo. Abraço forte os joelhos, mantendo o olhar em meus pés, que batiam no solo em um ritmo coordenando.

- Megan.

A voz dele sempre me causava sensações, independente da situação. Quando seus lábios proferiam o meu nome, era como se nada mais no mundo importasse, porque cada partícula e átomo de quem eu era, ficava completamente desestabilizada.

Quando Damen estava comigo era como se tudo o que eu fui, sou e serei se resumisse a aquele específico momento, e de repente a minha existência se elevasse a um novo patamar. Ao me dar conta, já era tarde demais. Estava submersa ao êxtase, inflamando dentro de mim o mais profundo dos desejos.

Não sei precisar quanto tempo permaneci ali, sentindo o calor de seus olhos. Sei que pareceu ser por um longo período. Ele pareci travar uma batalha interna sobre como agir.

      Eu queria mandá-lo embora, por um segundo quase consegui lhe dizer isso, mas a quem queria enganar? Sabia muito bem que não era isso o que eu realmente queria.
Eu o queria exatamente onde estava. Aqui. Comigo.

      Um vento frio e cortante seca as lágrimas salgadas de meu rosto. Sinto a ponta do meu nariz quase congelar, mas não me movo.

     Ele se aproxima outra vez, mas desta vez eu não me afasto. Damen mantém silêncio, apenas estende a mão.

     Levo a minha mão na sua, e em um movimento rápido estou de pé. E também não digo nada, porque não parece certo dizer.

      Estamos frente a frente, nunca tão próximos. Seu tórax roça levemente o meu peito. Meu primeiro desejo é me aninhar em seus braços, carne com carne.

       Meu corpo está tremendo, e não sei dizer se é pelo frio ou pela proximidade de nós dois, de qualquer forma estou concentrada demais em seu olhar para que isso importe.

       Estávamos no escuro, e ainda assim os seus olhos azuis brilhavam tanto quanto as estrelas acima de nossas cabeças. Talvez mais, porque naquele momento nada me mantinha mais atraída do que aqueles intensos glóbulos.

       Seus lábios fazem um movimento mínimo, quase imperceptível, porém eu estou perto demais e não consigo evitar admirá-los. Involuntariamente escorrego a língua pelos lábios, meus lábios.

       - Megan, eu...

       Tarde demais, penso.

       Na realidade eu não penso, somente ajo. Minhas mãos invadem o seu corpo, agarrando o seu terno e o puxando com força para mim no mesmo instante em que meus lábios colam no seus.

       O primeiro contato é frio, porque nossos lábios estão gélidos. Então Damen finalmente reage, sua boca abre ao mesmo tempo que a minha, amornando-me por completa.

       Eu gemo, porque é uma sensação deliciosa.

       Suas mãos estão em mim, e não penso em mais nada, porque pensamentos são proibidos. Principalmente quando Damen desliza os dedos por cada centímetro do meu corpo, explorando-me como um desbravador que nascera unicamente para aquilo.

       Pressiono-me ainda mais contra ele, me entregando com tudo o que há de mim. As pontas de seus dedos roçam a barra do meu vestido, e o nosso beijo se torna mais urgente. Como se naquele instante precisássemos justamente disso para sobreviver.

Lua NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora