Capítulo LXXVII

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             Estou seguindo Damen através de paredes e cômodos que não conheço

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             Estou seguindo Damen através de paredes e cômodos que não conheço. Está escuro, o silêncio reinando sobre a mansão e tudo o que consigo sentir é a sua mão agarrada a minha, me guiando através da escuridão.

      Acabamos de sair do escritório do Hunter, não entramos lá com o mesmo propósito de quando cheguei na festa, mas agora isso não importa, porque antes de qualquer coisa precisamos sair daqui vivos.

      Damen disse precisaríamos de uma arma, e ele sabia exatamente onde o presidente guardava a sua.

      Agora, depois de termos conseguido encontrá-la, nos dirigíamos ao salão principal, isto porque as duas únicas saídas eram lá.

      Nos apressamos um pouco mais quando ouvimos o barulho estridente de um tiro, e não  passou nem um segundo quando mais outro ecoou de maneira ensurdecedora pelo corredor.

      Damen alcançou a arma do cós da calça, e ao aproximar da passagem do salão principal, se virou para mim. Ele me disse que ficaria na casa, que não poderia sair e deixar aquelas pessoas para trás.

      Eu sabia que estava falando principalmente de Gabriela, eles eram amigos de verdade, não havia dúvidas. E por mais que o meu coração doesse só de pensar que ele ainda se importava com ela a tal ponto de arriscar a própria vida, Damen tinha razão, jamais poderíamos partir sem ao menos tentar levar aquelas pessoas conosco.

     Afinal, Javier estava aqui por nossa causa, minha e dele, e não seria justo que outros pagassem pelos nossos pecados.

     - Siga por esse corredor, coloque a sua mão direita na parede, e vá seguindo até parar em frente a uma porta espelhada que dá acesso ao jardim. – Ouço atentamente as suas instruções, observando a maneira como sua mandíbula estava contraída, os lábios franzidos e os olhos sérios. Eu podia ver o meu reflexo dentro deles. O reflexo de uma garota assustada, encurralada. Suas mãos gentilmente envolvem o meu rosto, e em uma súplica, continua. – Megan, não pare de correr até ter certeza que não está sendo seguida, entendeu?

      Ele se aproxima e pressiona os lábios contra a minha têmpora, um gesto terno e demorado. Mas eu não queria que Damen tivesse feito isso, porque parte de mim entendeu exatamente o que aquilo significava.

       Era um beijo de despedida.

       Sua mão desliza para dentro da minha, e quando a afasta, deixa um canivete sobre ela.

      - Caso você precise. – Disse, seguindo para dentro do salão sem mais olhar para trás.

      Permaneço paralisada pelo terror, não ouso espiar, mas posso ouvir a voz audível de Javier conversando com alguém, gritando a um segundo homem que eu não conhecia.

       Damen avança pela sala, o som de seus passos me diziam exatamente onde ele estava. E sei que eu precisava ir embora como havia sido instruída, chamar a polícia, pedir ajuda, mas talvez quando viessem fosse tarde demais, e eu não estava preparada para perdê-lo. Então precisava da certeza de que tudo ficaria bem, mais que isso, precisava que Damen Coleman permanecesse vivo a qualquer custo.

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