Capítulo VIII

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                                    Não existiam mais motivos para que eu ficasse mais nervosa com o que estava acontecendo

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                                    Não existiam mais motivos para que eu ficasse mais nervosa com o que estava acontecendo.

     James e meu pai estavam sentados juntos à mesa. Sendo o meu pai aquele que acredita que eu estou trabalhando na biblioteca da rua atrás da N.S.T.A., e James aquele que eu disse que contei toda a verdade para papai.

      - O que achou da comida? – Em um determinado momento da janta meu pai perguntou a James.

     A verdade era que ele gostava muito de Jamie, às vezes até mesmo mais do que a mim. Eles conversavam bastante quando se viam, e papai fazia de tudo para agradá-lo.

      - Perfeita, como sempre. – Respondeu entre uma colherada e outra. – Senti falta desta sopa deliciosa, chefe.

     Papai ajeitou os óculos, escondendo um sorrisinho de satisfação. E engolindo mais uma colherada, voltou a falar:

     - Você quem sumiu, principalmente nestas últimas semanas.

     - É, eu andei ocupado. – James assentiu.

     Senti o meu coração parar. De fato essa conversa estava tomando um rumo perigoso. E o pior de tudo é que sabia que teria um único e inevitável destino, sabia também que nada de bom poderia surgir dali, não enquanto minha vida e aprovação no ensino médio dependesse disso.

     - Hum. – Papai mastigou mais rapidamente. – Eu até falei com a Megan no final de semana passado para convidar você para vir almoçar conosco, não é, querida? – Abro um sorriso tímido quando papai e James começam a me encarar – Mas ela disse que você não pode vir. Por qual motivo você havia me dito mesmo?

     Engasguei com a sopa.

     - Hãã... – Tomei um gole generoso de água para ganhar tempo. E sentindo que iria infartar a qualquer momento, acrescentei para James. – Era que você já tinha planos, não é?

     - Não. – Respondeu de modo resoluto.

     - Tem certeza? – Abri o melhor sorriso que consegui, quase implorando a Jamie com um olhar significativo.

     Ele revirou os olhos e me encarou com certo desprezo. Ok, ele já havia percebido o que eu havia feito, mas com isso poderia lidar. Com meu melhor amigo sim, agora se o papai soubesse seria um tremendo desastre.

     Por sorte meu pai, apesar de muito inteligente para certas coisas, era lerdo demais para ler entrelinhas, então tudo o que ele fez foi continuar insistindo no assunto como se aquela horrível tensão que pairava sobre nós não fosse descaradamente perceptível.

     - Então porque você não veio? – Papai voltou a perguntar ao James. Engasguei com o caldo da sopa. Droga.

     - Ah, lembrei... ele não atendeu o telefone naquele dia. – É verdade que sempre fui uma péssima mentirosa, a mamãe sempre sabia dizer quando eu estava mentindo.

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