Capítulo XXXVIII

1.3K 197 22
                                        

                       Encarei Louis uma última vez, que com um abraço, me desejou boa sorte

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Encarei Louis uma última vez, que com um abraço, me desejou boa sorte. Então sem dirigir uma única palavra se quer ao meu parceiro, caminhei até a largada.

Assim como eu, Damen não parecia se importar com o silêncio que pairava entre nós, e também não tentou forçar qualquer diálogo.

Após o soar estridente do sino, adentramos o labirinto. Um suspiro de alívio escapou por entre os meus lábios porque finalmente estava longe dos olhares femininos da minha equipe, que desde que fui sorteada, não pararam de me encarar com raiva nem por um único segundo.

Não demorou muito para que eu e Damen nos afastássemos o suficiente para que todos os zunidos e gritos fossem substituídos por um sólido silêncio. O único som perceptível era o sopro constante do vento.

Apesar da lua brilhar forte no céu, a noite não nos permitia enxergar nada além de sombras. Por sorte, algumas lâmpadas foram improvisadas, garantindo que pudéssemos nos deslocar sem trombar em galhos e muros.

Continuei seguindo Damen sem qualquer tipo de hesitação, e em pouco tempo conseguimos garantir a vitória para o nosso time, tudo por causa do pequeno baú que ele carregava com si. Mas apesar da facilidade que Damen teve para encontrar o tesouro, a volta estava demorando um pouco mais do que o planejado.

Uma parte de mim desconfiava que estávamos perdidos, mas não quis insinuar nada que provocasse um diálogo com o babaca na minha frente. Por isso, mantive-me tão somente seguindo os seus passos.

Um vento cortante balança meus cabelos, e faz as minhas bochechas arderem. Me encolho dentro da roupa curta, e um gemido escapa pelos meus lábios. No mesmo instante, Damen gira o corpo, seu olhar procurando o meu.

- Frio?

Esta é a primeira palavra que diz desde que ficamos sozinhos. E só essa maldita palavra é o suficiente para fazer o meu coração de repente descompassar.

- Não. – Resmunguei, revirando os olhos.

Não queria a sua falsa preocupação, e para deixar bem claro, descruzo os braços que antes mantinha enrolados no corpo como uma forma de proteção dos ventos gélidos, e sigo em frente como se nada tivesse acontecido, como se não estivesse quase virando um picolé ambulante.

Não olho para trás, continuo seguindo em frente mesmo sem ter ideia por onde seguir. Damen surge logo depois, finalmente me ultrapassando e retomando a posição de guia, escolhendo a bifurcação à minha direita.

Na maioria das vezes andávamos lado a lado, mas quando a passagem era estreita como a que estávamos agora, eu me mantinha mais atrás. Não me sentia segura se estivesse tão perto dele ao ponto de não conseguir mais me controlar.

Além de que, a ideia de nossos corpos trombarem sem querer me fazia perder a cabeça. Então enquanto eu continuasse apenas atrás, seguindo-o, conseguiria manter o seu olhar longe mim, e assim assegurava a minha sanidade e a segurança dele ao mesmo tempo.

Lua NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora