Capítulo LIV

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                       Saí da NSTA atrasada, a Sra

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        Saí da NSTA atrasada, a Sra. Beauchamp pediu que eu selecionasse alguns produtos de limpeza que estavam abertos para fora do almoxarifado.

E teria terminado mais cedo, se o Sr. Poe não tivesse me tomado quase uma hora depois disso. Ele precisava de ajuda para escrever algumas palavras em uma carta para uma senhora que cortejava quando era mais jovem, então me sentei ao seu lado, e a partir daí, simplesmente não vi a hora passar.

- Eu queria me casar com aquela mulher. – Ele contou com os seus olhos brilhando tanto quanto a estrelas lá fora. – Nós sempre dissemos que ficaríamos juntos. Até que na cidade chegou um tal de Frederico Swan. Ele tinha terras na redondeza, e rapidamente se apaixonou pela minha Dinah. Ela não o queria, mas seus pais a obrigaram assim que ele fez a proposta. – Ele pareceu ler os meus pensamentos, ou talvez tenha sido a expressão que não consegui disfarçar. – Não se assuste, naquela época as coisas eram assim, vivíamos em um vilarejo pequeno com costumes antigos. Minha Dinah me procurou nesta mesma noite, ela queria fugir, e eu não pude.

- Então ela casou com ele?

Ele riu.

- Não, minha Dinah era forte, cabeça dura. Quando colocava algo na cabeça, nem santo tirava. Ela não casou com aquelezinho lá. Ela fugiu para cidade grande. Fez magistério e virou professora de artes. Depois de alguns anos ela conheceu um padeiro e se casou. Eu fui atrás dela quando os meus pais morreram, sabe? Mas não pude intervir. Porque a vi feliz, passeando com um filho recém-nascido. Então fui embora antes que ela pudesse me ver e depois disso, nunca mais voltei. Cheguei aqui, consegui esse emprego. E há dez anos fiquei sabendo que o marido dela morreu.

- Daí vocês voltaram a trocar cartas?

- Não. Não voltamos. Eu apenas escrevo uma carta todo ano, no aniversário dela, há mais de 20 anos. Eu escrevo e as guardo comigo, nunca as envio.

- E porque não tenta contato? Ou não sente mais o amor de antes?

- Eu amo aquela mulher desde que a vi pela primeira vez, e continuarei amando até o meu último suspiro nesta terra. – Ele então ficou em silêncio, pensativo. Procurando as palavras certas para continuar. – Acho que não faz mais sentido procurá-la por algo que aconteceu há tanto tempo que parece ter sido em um outra vida.

- Mas você disse que a ama.

- Amo. Mas quem não seguiu a vida fui eu, estagnado no tempo, vivendo apenas em memórias. Ela teve um marido, filhos, agora possivelmente netos. Talvez nem lembre mais de nós, de mim.

- Acho que ela jamais esqueceria.

- Bobagem. Agora me ajude a terminar isso.

E foi assim que acabei me atrasando.

Quando olhei para o relógio, o meu coração quase parou em falência. Alcancei a bolsa e corri desesperadamente à biblioteca, doutro lado da rua.

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