Capítulo XI

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- Eu preciso falar com você. – Foi o que meu chefe disse assim que passou pela porta do QG.

Suas mãos, sem qualquer aviso, agarram as as minhas costas, e me conduzem até o sofá. Se eu não o conhecesse, diria que acabara de ver um fantasma – ou coisa pior.

      Não demorou muito para que Will logo explicasse. Aparentemente o presidente da NSTA requisitou a minha presença.

Enquanto eu caminhava em direção à sala do Presidente, senti um nó se formar bem no meio da minha garganta.

Em pensamentos me perguntava o porquê ele me chamara. Quero dizer, que eu saiba não fiz nada de errado, ou nada muito certo. Eu era apenas uma funcionária comum como todas as outras que ele tinha espalhadas pelo país, então por que estava me chamando?

William havia dito que os dois últimos andares do terceiro edifício pertenciam exclusivamente as instalações do Presidente, assim como a cobertura de todos os outros blocos também eram uma área privativa para os maiores executivos da agência.

A sua ala era enorme, tão grande quanto vazia, o que dava impressão que os corredores eram ainda mais cumpridos. Tudo isso, em uma decoração minimalista de tons pastéis.

Caminho até o final do corredor, até avistar uma pessoa sentada atrás de uma mesa branca. A mulher anunciou meu nome e sobrenome no mesmo instante em que seus olhos deslizaram em mim. Quando me aproximei o suficiente, ela devolveu o telefone no gancho, e com um sorriso, me mandou entrar.

Coloco a mão na maçaneta, e paraliso diante dela. Primeiramente, respiro fundo, dizendo a mim mesma para não se apavorar.

A porta estava apenas entreaberta, contudo, precisei sentir o ar entrar nos meus pulmões mais uma vez, antes de passar para dentro.

Diferentemente de tudo naquele andar, a sala era decorada com tons escuros. Na parede várias tonalidades de roxo, as cortinas pretas assim com o carpete peludo no chão. As cores mais claras eram dos dois sofás cor de cobre que ficavam localizados bem ao meio.

     Observei o homem grisalho de costas, que contemplava o tarde através da uma imensa janela de vidro que clareava todo o ambiente.

Ele estava com as mãos dentro do bolso, e não pude deixar de reparar que vestia um Ermenegildo Zegna.

Não que eu conhecesse alguma coisa sobre moda, mas meses atrás James me obrigara assistir um seriado de um magnata.

Lembro vagamente de algumas marcas de terno que ele usava, essa em especial era difícil esquecer. Isto porque alguns ternos da marca chegavam a custar mais que US$ 100.000. O que não deveria ser nada para o Presidente da NSTA.

Ao longo dos meus dias aqui na Agência, ouvi muitos boatos sobre o Presidente, e em muitos deles o Sr. Hunter era comprado ao próprio conde Drácula.

- Sente-se, por favor. – A voz dele era grave.

Observo as duas poltronas almofadadas dispostas do outro lado da mesa. Me acomodo na direita, e silenciosamente aguardo as suas próximas palavras.

      - Você é a Megan Hayes?

     - Sim, senhor.

     - E você sabe quem eu sou?

      - Claro... hãã – Hesitei, que pergunta absurda era essa? Ele era o Presidente da NSTA, não era como se precisasse... – É o Presidente da NSTA.

     - Pois bem, quero lhe fazer uma proposta. – Ele tirou uma das mãos do bolso, levou até o pescoço e baixou a cabeça por um segundo. Ainda olhando pela janela, continuou a falar. – Alerto que este trabalho não te proporcionará figurinhas para a sua formatura do colégio, mas sim dinheiro.

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