Lua Negra

Capítulo LXXXIII - DAMEN

             Quando Megan atravessa o meu apartamento me esforço ao máximo para controlar o impulso de beijá-la naquele mesmo instante.

      Ela usava um vestidinho vermelho com bolinhas brancas e uma bota marrom. A pele alva de Megan parecia brilhar em um belo contraste como seus cabelos castanhos, era impossível não se apaixonar ainda mais.

     Ainda estou atônito com a sua beleza quando ela passa os braços pelo meu pescoço, e me puxa num abraço apertado.

     Tudo o que eu sinto é o seu corpo contra o meu, a maneira como ele parecia ter o encaixe perfeito.

     O seu cheiro me enlouque, a suavidade da sua pele é como um combustível para o meu coração já em chamas.

     Se eu pudesse fazer um pedido, seria para que nunca mais tivesse que me soltar dela, pois cada minuto que passei sem ela, a incerteza foi como se eu estivesse morrendo da pior forma possível.

     Relutante me afasto e descanso a testa na sua, deixando nossos narizes se tocando. Meus lábios há poucos centímetros do seu, sentindo o seu hálito misturando ao meu e tudo o que eu conseguia pensar era que por pouco não a perdi para sempre.

     Eu nunca me perdoaria por isso, mas agora ela estava aqui, comigo, viva.

     Deslizo as mãos pelo seu cabelo, a sensação é ainda melhor, amava tê-la por perto, sentir um segundo coração batendo contra o meu próprio.

     Megan finalmente abre os olhos, os meus já estão fixos nos dela há muito tempo.

   Céus, como eu sentia saudades daquele olhar.

    E mesmo que estivéssemos a poucos centímetros um do outro, senti como se ainda estivesse distante demais, e eu precisasse desesperadamente diminuir a distância entre nós.

     Afasto alguns fios do seu cabelo, ajeitando-os delicadamente de volta atrás da orelha. As maças de seu rosto tingiram-se levemente de um tom rosado, e tenho certeza que nunca vi mulher mais bela do que essa.

      Seus dedos finos tocam meus lábios, deslizam lentamente sobre cada curva deles, contornando-os.

      Uma explosão perpassa por todo o meu corpo, um tipo diferente de tudo o que eu já senti. Eu queria reivindica-la para mim.

     Imediatamente.

     Irreversivelmente.

      O meu coração ardia pelo seu toque, meu cérebro gritava para beijá-la, meu corpo fervia numa explosão de euforia, a verdade é que precisava sentir aqueles lábios mais uma vez.

     Respiro fundo tentando controlar o animal irracional dentro de mim, porque se eu não fosse forte o suficiente me entregaria aos meus mais profundos desejos, esqueceria o fato de que antes daquela noite ela não queria mais ter nada comigo, que ela me mandou embora do restaurante do seu pai, que havia decidido que eu não valia mais a pena.

     A tentação era enorme, gigantesca, e ainda assim não poderia me atrever, não poderia fazer algo que ela não quisesse também por mais que isso me quebrasse em mais novos mil pedaços.

     - Megan, eu...

     Seus lábios avançam esfomeadamente aos meus, e neste mesmo instante todo e qualquer pudor que antes pudesse existir simplesmente evapora, não consigo pensar em mais nada, apenas nela.

     Por um segundo não tenho certeza se foi eu quem dei o primeiro passo ou se foi a própria Megan, no entanto, nada mais parece importar, porque nós dois estamos colaborando assiduamente.