Megan Hayes é uma colegial como qualquer outra, ao menos era o que pensava.
Para concluir o último ano e se ver livre da escola é preciso participar de um estágio obrigatório. Por azar ela acaba sendo enviada a NSTA - uma agencia de talentos. O pro...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quando alcanço o carro, Andrea e Gabriela já estão no banco de trás, e assim que entro, há um súbito silêncio.
Minha respiração se dá em arfadas curtas, e ásperas. Minha boca está seca, e me sinto vazia por dentro. Reprimo o choro, porque neste momento não posso desesperar ninguém mais do que estão. Sei que eu tenho que ser a forte. E rápida. Tenho que ser rápida se quero ajudar Damen, repito a mim mesma.
- Onde ele está? – Gabriela pergunta no instante em que entro no carro. Puxo o banco um pouco para frente, ajustando os meus pés nos pedais. Engulo os soluços que arranham a minha garganta, e em meus pensamentos digo para me manter forte. Preciso ser forte. – Onde ele está?
Pelo retrovisor avisto dois homens correndo em nossa direção, um deles parece segurar uma espécie de revólver. A esta distância não dá para saber com precisão o que é aquilo em suas mãos, mas também decido que não vou pagar para ver. Viro a chave, e arranco o carro de uma vez só, vendo-os ficar distantes a medida que piso sem piedade no acelerador.
Observo atentamente a estrada que se forma a frente, tentando ignorar o fato de que as minhas mãos estão trêmulas tanto quanto o restante do meu corpo. Meus olhos deslizam para as minhas mãos, agarradas ao volante com tanta força que os nós dos dedos estavam esbranquiçados. Mas nada disso importava, porque tudo o que consigo pensar é que eu o deixei para trás.
Analiso o sangue seco na extensão dos meus dedos, não sei a quem pertence, mas imploro aos céus que não seja de Damen.
- Não posso acreditar que você o deixou. – Continua, em tom de descrença, esperando que eu lhe desse uma explicação. – Onde está o Damen? – Seu grito é a última coisa que ouço antes de perder o restante de paciência que tinha.
Forço o pé no freio fazendo com que o carro pare violentamente, e viro-me para atrás, encarando-a com um olhar enraivecido.
Andrea me encara surpresa, mas decido ignorar. Estou exaurida, acabada. Meus olhos se focam apenas em Gabriela, e nada além dela.
Ela não entende, mas precisa entender.
- Damen ficou lá para que nós pudéssemos ter a chance de fugir. – Falei, mas desta vez em um tom grosso o suficiente para que ela ficasse assustada. Seus olhos me encaram com pavor, mas preferia isso mil vezes a ter que ouvir a sua voz me atazanando, atrapalhando os meus pensamentos, comprometendo todo meu raciocínio lógico. – Entendeu?
- Mas o meu carro...
- Ele vai trazer a droga do seu carro. Agora dá para calar a sua maldita boca?!
Gabriela ajeitou-se no assento, e cruzou os braços me lançando a expressão mais odiosa que conseguiu, e pelo menos durante o restante do caminho não disse mais nem uma única palavra sequer.