Capítulo XXXIV

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No exato momento em que pisei na NSTA, meu coração acelerou, e pela primeira vez não foi pelo Damen, pela Ollie, nem pela minha mãe ou por qualquer outra pessoa.

Desta vez era unicamente por mim.

Sentia uma incrível energia percorrendo todo o meu corpo, como se uma voz de dentro dissesse que eu estava seguindo o caminho certo, como se estar aqui fazendo isso, seja lá o que significava, era o que mais importava.

Tudo o que um dia me pareceu errado, hoje me parecia absurdamente certo. Naquele momento senti que era exatamente isso o que eu queria para a minha vida. E sem permissão, um sorriso sincero se desenha em meus lábios.

Quando Olive me viu, ficou tão eufórica quanto eu. Mas ela já sabia da minha volta de primeira mão, ontem mesmo lhe contei tudo.

Depois de muito papo jogado fora, ela teve que correr ao edifício central para a gravação de uma série que estava fazendo, na qual fazia o papel de uma atendente de bar.

Pelo o que me disse, a protagonista que também trabalhava naquele bar, descobriria que era um lobo ou algo do tipo. Não consegui entender muito bem o resto do enredo, porque Ollie me contou enquanto corria alucinadamente em direção à escada de emergência.

Nos afastamos ali, no pé da escada, porque por mais que eu reconhecesse que estava muito sedentária e um pouco de exercício físico não faria mal, decidi tomar um caminho diferente, indo pelo elevador.

Mas quando a porta do mesmo se abriu, senti uma vontade colossal de correr pela escada de emergência, exatamente como Ollie fizera segundos atrás.

Isto porque dei de cara com Damen Coleman e a sua agente. E enquanto um deles desviou o olhar como se eu fosse uma criatura repulsiva, o outro me abriu um enorme sorriso.

É claro que esse último não era o Damen, mas sim Savannah.

- Estamos subindo – Disse ela.

- Tudo bem – Falei, olhando rapidamente para Damen, mas depois de seu total desdenho me obrigo a olhar apenas para Savannah. Era mais seguro. – Vou no próximo.

- Não seja boba, vamos. Entre! – Disse ela, se apertando.

- Não, eu aguardo o próximo. – Insisti, me sentindo desconfortável com todas as pessoas me encarando impacientemente.

Afinal, não podia culpá-las, deviam estar se perguntando porque uma garota idiota como eu estava atrasando seus compromissos por causa de um pouco de drama. E o pior, elas estavam cem por cento corretas. Eu era drama, puro drama.

- Megan, eu insisto. – Disse, mais uma vez.

Pela sua expressão facial, também já estava ficando impaciente comigo. De qualquer forma, Savannah não parecia ser o tipo de pessoa para se testar, por isso resolvi ceder.

Atravessei o portal e todos tiveram que se apertar. Por mais que eu não ocupasse tanto espaço, qualquer espaço ali estava difícil para se conseguir.

Fiquei posicionada de frente às portas de aço, de costas para Damen. Quase podia sentir o seu corpo pressionando o meu, mas mais que isso, podia sentir o desconforto que ele sentia ao me tocar.

Se Damen Coleman nunca mais fosse falar comigo, beleza. Não é como se eu estivesse perdidamente apaixonada e não conseguisse viver sem a sua empatia. No entanto, ele não precisava agir assim, como se do dia para a noite eu tivesse contraído uma doença altamente contagiosa.

A única coisa que sentia por ele agora, era fúria. Não porque ele não me quis, mas justamente porque quis e me beijou com um fogo impetuoso que jamais havia sentido.

Lua NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora